Educadores do gosto

Quem conhece a trajetória de Paulo Emilio Salles Gomes (1916-1977) sabe que além de militante político, curador de cinemateca, professor de cursos de cinema, ensaísta, romancista, roteirista e até diretor de um filme desaparecido (“A Batalha da Borracha”), ele foi um grande “educador do gosto”. Ou seja, integrou, junto com Linduarte Noronha, na Paraíba, Cosme Alves Netto, no Rio de Janeiro (e no Amazonas), Walter da Silveira, na Bahia, P.F. Gastal, no Rio Grande do Sul, Maurice Légeard, em Santos, Rogério Costa Rodrigues, em Brasília, Salim Miguel, em Santa Catarina, Valêncio Xavier, no Paraná, entre outros, uma geração privilegiada de formadores de paixões cinéfilas. Se hoje a cinefilia gravita em torno de suportes digitais domésticos, que permitem aos interessados montar suas “cinematecas particulares”, no passado, o processo era outro. Até o início da década de 90, o cinema era uma “missa coletiva” que jorrava imagens em sessões de cineclubes ou cinematecas. E, nestas instituições, brilharam “educadores do gosto” como os saudosos Emilio-Cosme-Noronha-Walter-Légeard-Salim-Rogério-Valêncio. Todos deixaram discípulos fiéis.

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