Mostra traz 33 filmes de Jonas Mekas
O Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo e o Cinusp apresentam a retrospectiva Jonas Mekas, uma seleção de 33 filmes de um dos nomes fundamentais do cinema experimental americano, entre curtas e longas-metragens, em sua maior parte inéditos no Brasil.
Com 90 anos e ainda em atividade, Mekas é hoje figura central na história do cinema experimental americano. Sua importância está associada à sua extensa filmografia, a seus filmes-diário, marcos inaugurais do cinema autobiográfico, e à sua atuação em defesa do cinema experimental. Durante a maior parte de sua carreira, Mekas filmou em 16 mm (os filmes também serão exibidos neste suporte).
Nascido em 1922 na Lituânia, Mekas ficou preso durante um tempo com um irmão num campo de trabalhos forçados na Alemanha no final da Segunda Guerra. Mudou-se para Nova York em 1949, aos 27 anos, e logo começou a fazer uma série de filmes pessoais com uma Bolex 16 mm. Padrinho do cinema underground e um dos expoentes do New American Cinema, trabalhou com grandes expoentes da cena underground de Nova York, como Andy Warhol, Nico, Allen Ginsberg, John Lennon e Yoko Ono, além de Salvador Dalí.
Sua atuação como crítico também foi intensa. Ele foi um dos fundadores da revista Film Culture em 1954, e em 1958 tornou-se o primeiro crítico de cinema do semanário Village Voice. Também é conhecido por sua atuação na preservação de filmes de vanguarda, tendo fundado nos anos 60 a Film-Maker’s Cooperative (FMC) e a Anthology Film Archives, esta última a maior referência de cinemateca experimental no mundo. Também possui uma obra pouco conhecida como poeta, com publicações em lituano e inglês.
Completa a retrospectiva uma seleção com seis programas da coleção Essential Cinema, projeto em que Mekas e outros cinco críticos e cineastas pretendiam reunir em uma coleção os títulos essenciais para uma história do cinema experimental ou de vanguarda. O projeto durou três anos e foi interrompido com 330 títulos.
A mostra tem curadoria de Patrícia Mourão, doutoranda em cinema pela USP, onde pesquisa Mekas e o cinema experimental americano nos anos 60 e 70, e produção de Liciane Mamede. Inclui ainda a edição de um catálogo com textos de Mekas inéditos no Brasil e um debate dentro da programação.
A retrospectiva Jonas Mekas acontece em São Paulo apenas um mês depois de o Centre Georges Pompidou, em Paris, dedicar uma retrospectiva completa ao cineasta. Nos últimos anos, Mekas teve seus trabalhos e instalações exibidos no MoMA, em Nova York; na Bienal de Veneza; na Documenta de Kassel, na Alemanha; e na Bienal de São Paulo, que exibiu em 2010 o projeto 365, composto por pequenos filmes feitos diariamente ao longo de um ano com uma câmera de celular.
Programação CCBB
30/01 – quarta
18h30 Reportagem do Vietnam à maneira de Time ou Fortune + As armas das árvores – 91’
20h A prisão – 68’
31/01 – quinta
17h Pull My Daisy – 28’ (sessão apresentada por Maria Chiaretti)
18h Boletim de Milbrook + Hare Krishna + Cenas dos últimos três dias na Terra de Allen como espírito – 79’
19h30 Premiação de Andy Warhol + Cenas da vida de Andy Warhol: amizades e interseções + Algumas notas sobre a Factory – 111’ (sessão apresentada por Tiago Mesquita- a confirmar)
01/02 – sexta
17h Wavelength – 45’ (sessão apresentada por Mateus Araújo)
18h Re: Maciunas e Fluxus – 107’
20h Feliz aniversário, John + Zefiro Torna ou cenas da vida de George Maciunas + Esse lado do paraíso – fragmentos de uma biografia inacabada – 93’
02/02 – sábado
14h30 Cassis + Notas para Jerome – 83’
16h Williamsburg, Brooklyn + Reminiscências de uma viagem para a Lituânia + Reminiszenzen aus Deutchland – 122’
18h30 Lost Lost Lost – 180’
03/02 – domingo
14h30 Notas sobre o circo + Quarteto número um + Canção de Avignon + Entre dois – 81’
16h Cenas de sob a infância – 135’
18h30 Walden – 180’
06/02 – quarta
14h Paraíso ainda não perdido (aka o terceiro ano de Oona) – 97’
16h Ao caminhar entrevi lampejos de beleza – 300’
07/02 – quinta
16h Do deserto ele conta os segundos de sua vida – 150’
19h Debate – Yann Beauvais, Ismail Xavier (a confirmar), mediação de Patrícia Mourão
08/02 – sexta
16h Notas sobre o circo + Quarteto número um + Canção de Avignon + Entre dois – 81’
17h30 Lost Lost Lost – 180’
21h Wavelength – 45’
09/02 – sábado – Programação especial de carnaval
14h Premiação de Andy Warhol + Cenas da vida de Andy Warhol: amizades e interseções + Algumas notas sobre a Factory – 111’
16h O cinema não tem 100 anos + Nascimento de uma nação – 89’
17h45 Histórias de insônias – 114’
20h Flaming Creatures – 41’
10/02 – domingo
15h Paraíso ainda não perdido (aka o terceiro ano de Oona) – 97’
17h Reportagem do Vietnam à maneira de Time ou Fortune + As armas das árvores 91’
19h Pull My Daisy – 28’
20h A prisão – 68’
13/02 – quarta
18h Cassis + Notas para Jerome – 83’
20h Retrato fílmico – 81’
14/02 – quinta
15h Cenas de sob a infância – 135’
17h30 Flaming Creatures – 41’
18h30 Walden – 180’
15/02
15h30 O cinema não tem 100 anos + Nascimento de uma nação – 89’
17h30 Williamsburg, Brooklyn + Reminiscências de uma viagem para a Lituânia + Reminiszenzen aus Deutchland – 122’
20h Ein Märchen aus alten Zeiten + Notas sobre a utopia – 61’
16/02
15h Programa Marie Menken – Relances do jardim + Notebook + Go! Go! Go! + Andy Warhol – 41’
16h Ao caminhar entrevi lampejos de beleza – 300’
17/02
15h Feliz aniversário, John + Zefiro Torna ou cenas da vida de George Maciunas + Esse lado do paraíso – fragmentos de uma biografia inacabada – 93’ (sessão apresentada por Pedro França)
17h Do deserto ele conta os segundos de sua vida – 150’
20h Restos da vida de um homem feliz – 68’
Programação CINUSP
04/02 – segunda
Do deserto ele conta os segundos de sua vida – 150’
Restos da vida de um homem feliz – 68’
05/02 – terça
Reportagem do Vietnam à maneira de Time ou Fortune + As armas das árvores – 91’
Lost Lost Lost – 180’
06/02 – quarta
Programa Marie Menken – Relances do jardim + Notebook + Go! Go! Go! + Andy Warhol – 41’
Walden – 180’
07/02 – quinta
Ein Märchen aus alten Zeiten + Notas sobre a utopia – 61’
Premiação de Andy Warhol + Cenas da vida de Andy Warhol: amizades e interseções + Algumas notas sobre a Factory – 111’
08/02 – sexta
Histórias de insônias – 114’
Paraíso ainda não perdido (aka o terceiro ano de Oona) – 97’
14/02 – quinta
Re: Maciunas e Fluxus – 107’
Feliz aniversário, John + Zefiro Torna ou cenas da vida de George Maciunas + Esse lado do paraíso – fragmentos de uma biografia inacabada– 93’
15/02 – sexta
Retrato fílmico – 81’
Hare Krishna + Boletim de Milbrook Cenas dos últimos três dias na terra de Allen como espírito 79’
SINOPSES
LONGAS-METRAGENS
As armas das árvores / Guns of the Trees | 1962, 35 mm, pb, 87’
Dois casais – um negro e um branco – vivem em New York onde paira, em 1960, o espectro da bomba atômica. Com interlúdios escritos e recitados por Allen Ginsberg, essa é a única ficção de Jonas Mekas.
A prisão / The Brig | 1964, 16mm –> 35mm, pb, 68’
Em 1964, Jonas Mekas assistiu à última apresentação de The Brig pelo Living Theatre, antes que o grupo tivesse de desocupar o teatro no qual estavam se apresentando. Impactado, ele convence o grupo a reencená-la uma última vez, na noite seguinte.
Walden (diários, notas e esboços) / Walden (diaries, notes & sketches) | 1964-68/1968-69, 16mm, cor, 180’
“Desde 1950 mantenho um diário filmado. Tenho andado por aí com minha Bolex e reagido à realidade imediata. Certos dias filmo 10 fotogramas, noutros 10 segundos, noutros ainda 10 minutos. Ou não filmo nada… Walden contém materiais dos anos 1965-69, montados em ordem cronológica.”
Reminiscências de uma viagem para a Lituânia / Reminiscences of a Journey to Lithuania | 1971/1972, 16mm, cor/pb, 82’
“Este filme se divide em três partes. A primeira é composta de filmes que fiz com minha primeira Bolex quando chegamos na América, sobretudo entre os anos 1950 e 1953. São imagens da minha vida e da vida de Adolfas, daquilo com que parecíamos na época. A segunda parte foi filmada em 1971 na Lituânia. Quase tudo em Seminiskiai, meu vilarejo natal. Vemos minha antiga casa, minha mãe (nascida em 1887), todos os meus irmãos celebrando nossa volta. A terceira começa com um parêntese em Elmshorn, onde passamos um ano num campo de trabalhos forçados durante a guerra. Após fechar o parêntese, nos encontramos em Viena com alguns dos meus melhores amigos.
Lost Lost Lost | 1949-63/1976, 16mm, cor/pb, 180’
“O período que descrevo nesses seis rolos de filme foi um período de desesperança, de tentativas de me enraizar nesta terra nova, de criar novas memórias. Nesses seis dolorosos rolos, tentei descrever os sentimentos de um exilado, meus sentimentos durante aqueles anos. (…). O sexto rolo é uma transição, ele mostra quando começamos a relaxar, quando comecei a encontrar momentos de felicidade.”
Paraíso ainda não perdido (aka O terceiro ano de Oona) / Paradise Not Yet Lost (aka Oona’s Third Year) | 1977/1979, 16mm, cor, 96’
“É um filme-diário, mas é também uma meditação sobre o tema do Paraíso. É uma carta a Oona [filha de Mekas] para ajudá-la, um dia, a se lembrar de como era o mundo ao seu redor quando tinha três anos (…). Um guia romântico para lembrá-la dos valores essenciais da vida, num mundo artificial e comercial.”
Do deserto ele conta os segundos de sua vida / He stands in a desert counting the seconds of his life | 1969-1984/1985, 16mm, cor, 150’
“Na origem, eu tinha a intenção de chamar este filme Sketches Antropológicos. Ele traz, de um lado, cenas, atividades, acontecimentos, eventos exteriores, ou quase, da minha vida que observei com um pouco de distância. De outro, traz algumas passagens que tocam minha vida privada; eu os incluí para equilibrar e aquecer o material impessoal.”
Nascimento de uma nação / Birth of a Nation | 1997, 16mm, cor, 85’
Um retrato retrospectivo de uma comunidade unida pela busca utópica do renascimento do cinema, composto por 160 sketches com aparições de cineastas e ativistas pelo cinema independente.
Cenas dos últimos três dias de Allen na terra, como espírito / Scenes from Allen’s Last Three Days on Earth as a Spirit | 1997, vídeo, cor, 67’
Depois da morte de Allen Ginsberg, poeta e um dos líderes da geração Beat, seus amigos e alguns monges budistas encontram-se em seu apartamento para a cerimônia que irá prepará-lo para a viagem em direção ao mundo espiritual.
Algumas notas sobre a Factory / A Few Notes on the Factory | 1999, vídeo, cor, 64’
O vídeo tenta retraçar a história da Factory, o antológico estúdio de Andy Warhol, através de descrições e um passeio à procura de seu endereço.
Ao caminhar entrevi lampejos de beleza / As I Was Moving Ahead Occasionally I Saw Brief Glimpses of Beauty | 1970-1999 / 2000, cor, 288’
“Meus diários filmados de 1970 a 1999. O filme cobre meu casamento, o nascimento dos meus filhos. Nós os vemos crescer. Imagens da vida cotidiana, fragmentos de felicidade e de beleza. A passagem das estações em New York, a vida em casa, a natureza. Nada de extraordinário, nada de especial, coisas que todos nós vivemos ao longo de nossas vidas. Este filme é também meu poema de amor dedicado a Nova York, seus verões, seus invernos, suas ruas, seus parques.”
Re: Maciunas e Fluxus / Re: Maciunas and Fluxus | 2011, vídeo, cor, 87’
Seleção de momentos memoráveis das performances do grupo Fluxus montados para uma projeção excepcional no Performa Festival 2011 (festival bienal que ocorre em Nova York).
Histórias de insônias / Sleepless Nights Stories | 2011, vídeo, cor, 114’
As mil e uma noites da verdadeira vida de Jonas Mekas. Vinte e cinco encontros e suas histórias.
Restos da vida de um homem feliz / Outtakes from the life of a Happy Man | 2012, 16mm, cor
“Em minha sala de montagem há um estante cheia de latas de filmes que remontam aos anos 1950. É um material relacionado ao meu trabalho, de 1950 até hoje, mas que não encontrou seu lugar nos meus filmes. E todas elas estão se apagando, lentamente. Algumas já desapareceram. Quando da minha exposição na Serpentine [galeria londrina], decidi que era o momento de reunir todo esse material neste que será meu último filme em película.”
MÉDIAS-METRAGENS
Entre dois / In Between | 1964-68/1978, 16mm, cor/pb, 52’
“As imagens do filme vêm do material não utilizado em Walden. Parte delas foi filmada entre – in between – Walden e Lost lost lost. O filme mostra Nova York, alguns planos de viagem e meus amigos. O som foi gravado no mesmo momento. Um pouco de música de rádio, alguns discos, minha própria voz, vozes dos amigos.”
Notas para Jerome / Notes for Jerome | 1966-74/1978, 16mm, cor, 45’
Essa homenagem ao artista e cineasta Jerome Hill é a primeira de uma série de retratos e elegias que Mekas irá dedicar aos amigos falecidos. O Anthology Film Archives e a coleção Essential Cinema existiram graças ao apoio financeiro de Jerome Hill.
Cenas da vida de Andy Warhol: amizades e interseções/ Scenes from the Life of Andy Warhol: “Friendship and Intersections” | 1965-82/1990, 16mm, cor, 35’
Colagem das filmagens que Mekas fez de Warhol durante o período em que conviveram. O filme alterna sequências mostrando a dimensão pública de Warhol – vê-se sua retrospectiva no Whitney Museum, o primeiro concerto do Velvet Underground -, com outras retratando momentos cotidianos e íntimos: na praia, com amigos. Vemos Edie Sedgwick, Gerard Malanga, Georges Maciunas, Yoko Ono, John Lenon, Caroline e John Kennedy Jr., entre outros.
Zefiro Torna ou Cenas da vida de George Maciunas / Zefiro Torna or Scenes from the Life of George Maciunas | 1952-78/1992, 16mm, cor/pb, 34’
Homenagem ao amigo de longa data George Maciunas, lituano como ele, e com quem partilhava o entusiasmo, a liberdade e o espírito anárquico que marcaram a arte dos anos 1960. O filme traz os mais belos registros das performances Fluxus, grupo para o qual Maciunas foi determinante.
Esse lado do paraíso – fragmentos de uma biografia inacabada / This Side of Paradise: Fragments of an Unfinished Biography | 1968-73/1999, 16mm, cor, 35’
Entre o final dos anos 1960 e o início dos anos 1970, Mekas passou os verões com Jackie Kennedy, sua irmã, Lee Radzwill, e seus filhos. O período ainda era muito próximo da morte trágica de Kennedy e o convívio com o cinema foi uma das maneiras que Jackie encontrou para ajudar os filhos no luto. Mais tarde, Mekas pensou em fazer uma biografia de John Kennedy, os fragmentos inacabados dessa biografia ele reuniu em Esse lado do Paraíso.
Mysteries | 1966/2002, 16mm, pb, 34’
Filmagem da montagem da peça Myteries and Smaller Pieces encenada pelo Living Theatre no Festival de Cassis em 1966. Em 2000, Phillipe Glass, John Gibson e Howie Statland conceberam uma trilha sonora para acompanhar o registro da performance.
Notas sobre a utopia / Notes on Utopia | 2005, vídeo, cor, 55’
Tudo o que Mekas pensa sobre a utopia e suas variações, o Jardim do Éden, o Paraíso, e as teorias sociais, políticas e poéticas sobre a utopia. Vídeo divido em quatro partes, sendo que as duas primeiras foram apresentadas na Bienal de Veneza (2003) dentro do projeto Utopia Station.
CURTAS-METRAGENS
Premiação de Andy Warhol / Award Presentation to Andy Warhol | 1964, 16mm, pb, 12′
A revista Film Culture, fundada pelos irmãos Mekas em 1955, concedeu o 6º Prêmio do Filme Independente a Andy Warhol por Sleep, Haircut, Eat, Kiss and Empire (1964). Recusando-se a recebê-lo pessoalmente na cerimônia dos premiados, Warhol é agraciado com uma visita de Mekas para a entrega do “troféu”.
Boletim de Milbrook / Report from Millbrook | 1966, 16mm, cor, 12’
Um fim de semana com Timothy Leary, neurocientista que ficou famoso por suas experiências com LSD. Na banda sonora, uma entrevista com o xerife de Millbrook, responsável por vigiar a casa de Leary.
Cassis | 1966, 16mm, cor, 5’
Retrato pontilista do porto de Cassis, vilarejo no sul da França, durante uma visita a Jerome Hill.
Hare Krishna | 1966, 16mm, cor, 4’
Um domingo em Nova York, o começo da New Age, jovens dançam e cantam “Hare Hare”, enchendo as ruas com amor. Na trilha, os poetas Allen Ginsberg e Peter Orlovsky.
Notas sobre o circo / Notes on the Circus | 1966, 16mm, cor, 12’
Cores, movimentos e memórias de um circo. O filme foi inteiramente montado na câmera, durante as filmagens.
Reportagem do Vietnam à maneira de Time ou Fortune / Time & Fortune Vietnam Newsreel | 1968, 16mm, cor, 4’
Entrevista do ministro da guerra de Lapland sobre a guerra do Vietnam à maneira de um noticiário das revistas Time ou Fortune.
Quarteto número um / Quartet Number One | 1974-1985/1991, 16mm, cor, 8’
Quartet foi o primeiro de uma série prevista de filmes curtos, nos quais Mekas utilizaria o material bruto que vinha acumulando sem nunca montar. O projeto nasce do desespero do cineasta diante das películas que guardava e começam a se perder com o passar do tempo.
Feliz aniversário, John / Happy Birthday to John | 1996, 16mm, cor, 24’
Registro do aniversário de John Lennon em petit comité, após a abertura do show de John e Yoko. Composto de documentos raros como o show do casal no Madison Square Garden e do Vigil no Central Park, o filme possui uma banda som composta por canções de aniversário entoadas por John, Yoko, Ringo, Ginsberg, etc.
O cinema não tem 100 anos / Cinema is Not 100 Years Old | 1996, vídeo, cor, 5’
Mekas questiona as comemorações dos 100 anos do cinema e tudo aquilo que se entende por cinema.
Canção de Avignon / Song of Avignon | 1998, 16mm, cor, 9’
O filme retoma uma viagem à Avignon, em 1966, que, segundo Mekas, o ajudou a superar uma crise profunda. Na banda sonora trechos do seu diário são lidos por Angus MacLise, primeiro baterista do Velvet Undergound.
Williamsburg, Brooklyn | 1950-72/2002, 16mm, cor/pb, 15’
Imagens do primeiro ano de Mekas em New York. Williamsburg é uma região no Brooklyn onde habitavam os imigrantes lituanos, incluindo os irmãos Mekas.
Reminiscências da Alemanha / Reminiszenzen aus Deutschland | 2012, vídeo, cor, 25’
“Este filme é minha primeira tentativa de introduzir brevemente o período alemão da minha vida: de julho de 1944 a outubro de 1949. Usando fotos originais da época e imagens feitas em 1971 e em 1993, revisito Elmshorn, Flensburg, Wiesbaden, Mainz, e Kassel, onde passei diversos anos da minha vida – primeiro como trabalhador forçado num campo de prisioneiros de guerra, mais tarde em campos de “pessoas deslocadas.”
PROGRAMAÇÃO COMPLEMENTAR – ESSENCIAL CINEMA
Pull My Daisy | Robert Frank e Alfred Leslie, 1959, 16mm, pb, 28’
Pull My Daisy é um clássico sobre a alma da geração beat feito em parceria com os escritores Jack Kerouac e Allen Ginsberg. A narrativa parte de uma visita feita por um bispo e sua mãe ao trabalhador ferroviário Milo. Paralelamente, os amigos do trabalhador – Allen Ginsberg, Peter Orlovsky e Gregory Corso – colocam questões ao bispo sobre o significado da vida e a relação diária entre vida, arte e poesia.
Flaming Creatures | Jack Smith, 1963, 16mm, pb, 41’
Livremente inspirado nas interpretações da atriz Maria Montez (1912-1951), Flaming Creatures se apresenta como celebração decadente da alegria, orgia pagã e baile carnavalesco. Corpos de travestis com seios à mostra, hermafroditas, vampiros e espanholas se entrelaçam em chave paródica, ao ritmo de uma banda sonora que mistura trilhas de filmes épicos, música nipônica, falsas locuções publicitárias, gritos e canções populares dos anos 50.
Cenas de sob a infância / Scenes from Under Childhood | Stan Brakhage, 1967-1970, 16mm, cor, 135’
No filme, dividido em quatro partes, o cineasta acompanha o crescimento dos filhos e procura exprimir o ato de ver de uma criança desde o seu nascimento.
Relances do jardim / Glimpse of the Garden | Marie Menken, 1957, 16mm, cor, 5’
Curto filme contemplativo de um jardim exuberante acompanhado pelo som do canto dos pássaros. A simplicidade e o lirismo dos filmes de Menken abrem uma nova possibilidade para o cinema experimental norte-americano, naquele momento muito mais formalista e fortemente marcado por simbolismos. Mekas e Stan Brakhage reconhecem a influência de Menken em seu estilo.
Caderno | Notebook | Marie Menken, 1962-1963, 16 mm, cor, 11’
Composto por fragmentos de filme, pequenos poemas visuais filmados – e nunca editados – entre o fim dos anos 1940 e os anos 1960, o filme introduz uma nova possibilidade de se fazer e exibir filmes: de modo caseiro e artesanal.
Go! Go! Go! | Marie Menken, 1962-1964, 16 mm, cor, 11’30
Um passeio pelos bairros de New York filmados a partir de um carro em movimento. Segundo Menken, o filme é um tour de force sobre as atividades humanas.
Andy Warhol | Marie Menken, 1965, 16 mm, cor, 18’
Com câmera na mão, Menken filma Warhol e seus assistentes, incluindo Gerard Malanga, trabalhando na Factory. O resultado é um retrato íntimo de um artista durante o processo criativo de algumas de suas obras mais conhecidas, como Brillo Boxes, Jackie Series e The Flowers Silkscreens.
Wavelength | Michael Snow, 1966-67, 16mm, cor, 45’
Um zoom de quarenta e cinco minutos por uma sala vazia, acompanhado do crescendo de uma onda sinodal. Verdadeira experiência sensorial e minimalista, o filme marca um ponto de virada no cinema experimental norte-americano rumo ao que P. Adams Sitney chamou de cinema estrutural.
Retrato fílmico / Film Portrait | Jerome Hill, 1972, 16mm, cor, 81’
Filme autobiográfico realizado pelo artista e cofundador do Anthology Film Archives Jerome Hill, mecenas que tornou possível a existência do Essential Cinema. Com seu falecimento logo após a finalização do filme, o filme se tornou uma espécie de memorial de Hill.
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
30 de janeiro a 17 de fevereiro de 2013
Rua Álvares Penteado 112, Centro, tels. (11) 3113.3651 e (11) 3113.3652
70 lugares
Ingressos: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia)
Sessões em DVD: gratuitas
www.bb.com.br/cultura
CINUSP Paulo Emílio
4 a 15 de fevereiro de 2013
Rua do Anfiteatro, 181 – Colmeia, Favo 04 – Cidade Universitária – São Paulo
100 lugares
Entrada franca
Horário das sessões: 16h e 19h, de segunda a sexta
www.usp.br/cinusp
cinusp@usp.br
Tel: (11) 3091-3540, das 9h às 17h
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