Festival Internacional de Filmes sobre Arte tem itinerância em São Paulo

O Move Cine Arte, Festival Internacional de Filmes sobre Arte é a primeira janela no Brasil exclusiva para filmes que abordem como tema as mais diversas linguagens artísticas: pintura, dança, arquitetura, design, teatro, performance, fotografia, escultura, música e tantas outras. Alinhado a um grupo de festivais que possuem uma proposta parecida em outros países do mundo, o Move Cine Arte pretende exibir filmes inventivos na relação entre Cinema e as outras artes.

As projeções acontecem em ambientes diferentes dos espaços usuais de festivais de filmes. Em São Paulo, a itinerância do festival acontecerá nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, no Centro Cultural Barco, local escolhido pela sua vocação por abordar diversas linguagens e expressões artísticas e culturais.

No evento, serão exibidos 4 filmes, sendo dois brasileiros, um polonês e um australiano, todos parte da seleção oficial da edição 2012 do festival. Ao final dos dois dias do evento, haverá um bate papo entre convidados e o público, acompanhado de uma taça de vinho.

Veja a relação dos filmes que serão exibidos:

31/08 – Sábado

18h – Vida em Movimento, de Bryan Mason e Sophie Hyde, Austrália, documentário, 2011, 79’

Em 2007, a Companhia de Dança de Sydney nomeou a coreógrafa Tanja Liedtke (29 anos) como a sua diretora artística. No entanto, antes que ela pudesse assumir o cargo, Tanja foi atropelada e morta por um caminhão no meio da noite. Aclamada internacionalmente como bailarina e reconhecida por possuir uma nova voz coreográfica, era conhecida como uma artista dedicada, inteligente, divertida e generosa. Dezoito meses depois da sua morte, os seus colaboradores começaram uma turnê mundial com seu trabalho, e durante este processo tiveram de fazer o luto, lidar com a sua dor e explorar as razões da sua morte. Intercalado com registros pessoais e auto-documentações do seu processo artístico, apresentando também entrevistas inéditas, Life in Movement é um filme sobre uma possibilidade de movimento criativo entre a vida e a perda. Os cineastas Bryan Mason e Sophie Hyde dão-nos uma visão poderosa sobre a arte e os artistas, a criatividade e a nossa própria mortalidade.

20h – Ouvir o Rio: Uma Escultura Sonora de Cildo Meireles, de Marcela Lordy, Brasil, 2012, 79′

Cildo Meireles em busca do som das principais bacias hidrográficas brasileiras para a construção da escultura sonora RIO OIR, criada a partir de jogo e articulação entre palavras e conceitos. Da Foz do Iguaçu à Pororoca do Macapá, do Parque das Águas Emendadas à Foz do rio São Francisco, para depois, em estúdio de som, juntar os pedaços combinados à cacofonia das águas processadas pelo homem e às gargalhadas humanas. O filme revela a simplicidade do artista, a relação dos habitantes dessas regiões com a água, e potencializa nossa percepção entre o som e a imagem.

01/09 – Domingo

18h – Testemunha 4, de Marcelo Grabowsky, Brasil, 2011, 70′

Uma personagem, uma atriz e o passar das horas em um interrogatório do Holocausto. O documentário parte da montagem da peça “O Interrogatório” (2009), dirigida por Eduardo Wotzik. A personagem Testemunha 4, uma sobrevivente do Holocausto, é interpretada por Carla Ribas. A peça se repetiu ciclicamente durante 24 horas e foi proposto aos atores que se mantivessem em suas personagens durante todo o processo.

20h – Opalka: Uma, uma Obra, de Marcelo Grabowsky, Brasil, 2011, 70′

O artista franco-polonês Roman Opalka (1931-2011) tomou uma das decisões mais radicais na história da arte contemporânea. Durante os 45 anos finais de sua vida, o artista dedicou-se diariamente a um único trabalho intitulado 1965/1 à l´infini,, a série de telas com tamanho idêntico em que os números eram pintados, branco sobre preto, da esquerda para a direita, na ordem crescente e começando pelo número 1. Ele pintou 5 telas por ano, cada obra nomeada como Détail, adicionando 1% a mais de branco no fundo a cada nova pintura.

Esses trabalhos eram uma tentativa do registro da irreversível passagem do tempo. No fim de cada sessão em seu atelier, ele fotograva a si mesmo em um fundo branco, vestido com uma camisa branca. Na sequência de fotografias, a sua face gradualmente envelhece e seus quadros se tornam cada vez mais brancos, o que acaba por expressar de forma sensível a inexorabilidade da morte. De 1965 a 2011, o artista atingiu o número 5607249, produzindo milhares de auto-retratos no processo.

 

Move Cine Arte – Sessão Itinerante
Data: 31 de agosto e 1º de setembro
Local: Centro Cultural Barco – Rua Doutor Virgilio de Carvalho Pinto, 426 – Pinheiros – São Paulo/SP
Informações: (11) 3081-6986 / www.barco.art.br

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