“Almas Silenciosas”, de Aleksei Fedorchenko

O Prêmio Almanaque desta edição evoca a herança do “Panda”, prêmio que Carlão Reichenbach & trupe distribuíram em edições dos festivais de Gramado e Brasília, nos anos 90. Vai, portanto, para um plano-instante mágico, cuja beleza impressa na tela foi capaz de nos causar uma pequena epifania. Pois este “Almanaque-Panda” vai para a cena de “Almas Silenciosas”, do russo Aleksei Fedorchenko, na qual vemos, no centro do plano, os pelos pubianos da protagonista Tanya (Yuliya Aug) sendo “enfeitados” com finos cordões coloridos. Duas mulheres executam o ritual, prática comum nos ritos funerários da comunidade de Neya. “Almas Silenciosas” nos oferece 78 minutos de intensa beleza. Além da história rara (mas nunca exótica), da sensibilidade do diretor e do elenco, há que se enaltecer a qualidade da fotografia (premiada em Veneza). E a projeção majestosa do CineSesc, em São Paulo. Kleber Mendonça, que além de cineasta é programador de salas de arte, explica o sistema de exibição capaz de imprimir tanta magia na tela. “Trata-se do Sistema DCP, em projetor 4K (quatro mil e tantas linhas de resolução) de 30.000 ansilumens (poderoso). É o novo formato de projeção que veio para substituir o 35mm, e com o qual poucas salas brasileiras, fora do esquemão comercial, são capazes de projetar”.

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