Novas distribuidoras
Multiplicam-se, a cada mês, os nomes de novas distribuidoras ocupadas com o lançamento de filmes brasileiros, hispano-americanos e de outras geografias não-hegemônicas. A Esfera, H2O, Vitrine, Mais Filmes, Tucumán, Videofilmes, Lume, Petrini, Panda, Pandora, Imovision, Filmes da Mostra, Mares Filmes e a novíssima Cafco vêm abastecendo o mercado de arte e ensaio junto com as cada vez mais fortes Paris Filmes, Downtown, Imagem, Califórnia e Europa. A Cafco, apesar do estranho nome, pretende tornar-se familiar junto aos cinéfilos brasileiros. Detentora de dois títulos que causaram sensação na Mostra SP – o mexicano “A Jaula de Ouro” e “Chaika” (Gaivota, em russo, homenagem à cosmonauta Valentina “Chaika” Tereshkova) – ela promete apostar em títulos diferenciados. As distribuidoras de pequeno porte teimam em difundir filmes de arte, apesar das dificuldades cotidianas (pouco espaço na mídia, apego dos jovens à internet e força cada vez maior da pirataria). Graças a estas distribuidoras, o público brasileiro pode diversificar seu gosto, assistindo, na tela grande, também a filmes romenos, gregos, cazaques, mexicanos, argentinos, iranianos, espanhóis, russos ou poloneses. Desde que a Ancine criou mecanismos de apoio a distribuidoras brasileiras (para substituir as “majors” norte-americanas), o quadro vem mudando de forma positiva. Este ano, a dobradinha Downtown-Paris Filmes espera vender mais de 17 milhões de ingressos para títulos brasileiros (quase dois terços dos 27 milhões previstos para 2013). A Imagem, de Santa Catarina, esperava vender nove milhões de ingressos (só com filmes brasileiros), mas deve ficar na casa dos seis milhões. Mesmo assim, um desempenho mais que satisfatório. Em 2012, o cinema brasileiro ocupou 10,5% de seu mercado interno. Este ano, deve ficar entre 18 e 20%.