Mostra de Tiradentes premia o longa mineiro “A Vizinhança do Tigre”

A 17ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes anunciou na noite de sábado, dia 1º de fevereiro, seus grandes vencedores. Os melhores trabalhos em longas e curtas-metragens foram contemplados com o Troféu Barroco.

O longa “A Vizinhança do Tigre” (MG), de Affonso Uchoa, foi escolhido Melhor Filme pelo Júri da Crítica e levou o Prêmio Itamaraty no valor de R$ 50 mil, além de serviços e materiais cinematográficos dos parceiros da Mostra. O trabalho foi o primeiro a ser exibido na competição da Mostra Aurora, na última semana, e se manteve nas discussões e debates ao longo da Mostra, pela maneira renovadora como retrata o cotidiano de um grupo de amigos num bairro da periferia de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O mesmo júri decidiu por uma menção honrosa a “Branco Sai Preto Fica” (DF), de Adirley Queirós.

Numa dobradinha de coincidências, o Júri Jovem escolheu os mesmos títulos nas mesmas premiações: melhor longa da Aurora para “A Vizinhança do Tigre” e menção honrosa a “Branco Sai Preto Fica”.

O Júri da Crítica premiou “A Vizinhança do Tigre” devido à “performance dos atores que resulta em uma dramaturgia contundente, pelo risco assumido na realização e pelo alcance de uma forma cinematográfica que propõe fissuras em modelos cristalizados”. Os jurados foram Beatriz Furtado, professora (CE); Milton do Prado, crítico e professor (RS); Rubens Machado Jr, professor e pesquisador (SP); Julio Pessoa, crítico e professor (MG); e Luiz Alberto Rocha Melo, crítico, professor e pesquisador (RJ).

Já o Júri Jovem, ao premiar também “A Vizinhança do Tigre”, ressaltou “personagens que colocam suas inscrições na cidade, suas letras em diferentes melodias, seus nomes nas paredes e na história da Mostra de Cinema de Tiradentes”.

O prêmio do Júri Popular para longas-metragens ficou com “Cidade de Deus -10 Anos Depois” (RJ), dirigido por Cavi Borges e Luciano Vidigal e exibido no Cine BNDES na Praça.

A Mostra Foco de curtas-metragens também foi avaliada pelo Júri da Crítica, que considerou “E” (SP), de Alexandre Wahrhaftig, Helena Ungaretti e Miguel Antunes Ramos, o melhor filme desta edição.

O Prêmio Canal Brasil, de R$ 15 mil, foi para “Quinze” (MG), de Maurílio Martins. Por sua vez, o Júri Popular elegeu “Diários Daltônicos” (SC), de Patrícia Monegatto, como seu favorito este ano.

A 17ª Mostra Tiradentes reuniu um público estimado em mais de 35 mil pessoas durante nove dias do evento, onde foram exibidos 134 filmes brasileiros, e contou com 491 convidados e representantes de vários setores do audiovisual.

O Seminário do Cinema Brasileiro promoveu 22 debates. Três deles enfocaram a temática desta edição e reuniu nas mesas diretores como Ricardo Miranda, Cao Guimarães, Cristiano Burlan, Ricardo Pretti, Andrea Tonacci e Luiz Rosemberg Filho que foram recebidos calorosamente pela plateia do Cine-Teatro Sesi e juntos analisaram as transformações ocorridas nos processo criativos e formas de invenção.

Dois debates reuniram representantes da Ancine, da Secretaria do Audiovisual e da Cinemateca Brasileira que apresentaram “Perspectivas para o audiovisual brasileiro em 2014” debatendo o escopo das políticas públicas e do mercado. Além disso, o evento proporcionou 15 Encontros com a Crítica, Diretor e Público, analisando filmes da Mostra Aurora, Mostra Transições, Sui Generis e curtas da Mostra Foco.

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