Flashes

CINE FORRÓ – Um momento de grande emoção tomou conta do Festival Aruanda, em João Pessoa, quando os compositores paraibanos Antônio Barros e Cecéu foram abraçar Ney Matogrosso, estrela absoluta do filme “Olho Nu”, de Joel Pizzini. A dupla de forrozeiros, que ganha capítulo especial no livro “O Fole Roncou!”, de Carlos Marcelo e Rosualdo Rodrigues (Ed. Zahar), há muito não via o cantor. E Ney deve a eles dois de seus maiores sucessos: “Homem com H” e “Por Debaixo do Pano”. A dupla, marido e mulher na vida real, é também responsável por “Procurando Tu”, o maior sucesso do Trio Nordestino.

MEC & MinC – O MEC precisa unir-se às universidades brasileiras para criar um site que venda versões digitais de dissertações de mestrado e teses de doutorado, defendidas por centenas de pesquisadores, a cada novo ano. A maioria dos estudos gerados por tais pesquisadores não encontra espaço no mercado editorial (cada vez mais dominado pelo best-seller). Afinal, trabalhos qualificados como as dissertações de Luís Alberto Rocha Mello (sobre Alinor Azevedo) e Telmo Estevinho (“Este Milhão É Meu”, sobre campanha que a Folha de S. Paulo comandou, entre 1984 e 1986, contra a Embrafilme) não podem viver guardados nos bancos de dissertações e teses das universidades que os geraram. Muitos terão interesse em pagar taxas para consultar, no espaço digital, tais pesquisas. Já ao MinC, resta sugerir que crie uma linha de traduções de textos de enorme importância para a cultura brasileira, caso de “The Film Industry in Brazil: Culture and the State”, de Randal Johnson, publicado nos EUA, mas inédito no Brasil.

MÉXICO – O México brilhou na noite do Oscar. Além de Alfonso Cuarón ter sido eleito o melhor diretor, seu filme, “Gravidade”, produção anglo-americana, levou mais seis estatuetas. Arturo Ripstein lembrou, ironicamente e com razão, que o filme é tão mexicano quanto “O Bebê de Rosemary” seria polonês. Mas um prêmio, pelo menos, coube a um profissional 100% mexicano, o fotógrafo Emmanuel Lubezki, mais conhecido como “Chivo” (assim o chamam afetuosamente Gael García Bernal, Cuarón, Rodrigo Garcia, roteirista e cineasta, filho de Gabriel Garcia Márquez, e Alejandro Iñarritu). O talento de Lubezki é tamanho, que diretores norte-americanos como os irmãos Coen, Tim Burton, Lisa Cholodenko e Terrence Malick já o convocaram para assinar a fotografia de seus filmes.

CINE JAPA – Milhares de descendentes de japoneses residem em São Paulo. Toda vez que há mostras de grandes filmes do país do Sol Nascente em centros culturais paulistanos (em especial o CCBB e o CCSP) a procura por ingressos acaba exaltando ânimos. Costuma ficar mais gente de fora do que dentro do simpático e pequeno cinema do CCBB ou da Sala Paulo Emílio/CCSP. A sede que o cinéfilo paulistano tem por cinema japonês é tamanha, que a cidade deveria abrigar, a cada novo ano, uma grande mostra nipônica. Material nunca há de faltar, pois o país oriental tem uma das maiores e melhores produções do mundo. Este ano, além do relativo sucesso de filmes como “Vidas ao Vento (o último de Miazaki), “Pais e Filhos”, de Kore-Eda, e “Uma Família em Tóquio”, de Yamada, os paulistanos puderam assistir a seis longas de Kaneto Shindô (1912-2012), no Fest Eco Falante, e aos principais documentários do ficcionista Sohei Imamura (1926-2006), vencedor de Cannes com “Balada de Narayma”, e “A Enguia”, no Fest É Tudo Verdade.

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