Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
Três adolescentes, terminando as férias, hormônios agitados, dúvidas, anseios e expectativa para o próximo ano. O desejo de um volta às aulas depois de um grande drama ou grande amor. Esse é o início de Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, longa de Daniel Ribeiro que teve como embrião o curta Eu Não Quero Voltar Sozinho (mais de três milhões de visualizações).
Leonardo (Ghilherme Lobo) e Giovana (Tess Amorim), amigos de infância, estão à beira da piscina e se preparam para o regresso à vida escolar. Eis que surge Gabriel (Fabio Audi), aluno novo que chega do interior. A partir daí, a relação entre Leo e Giovana é alterada. Ela sente, fica enciumada com a entrada de uma pessoa na sua relação tão íntima e genuína com o Leo. Ele, o protagonista do filme, que é cego, tenta, por sua vez, levar a vida de maneira tranquila e não entende as tantas limitações e dificuldades que sua mãe lhe impõe. Ele pensa até em fazer intercâmbio para poder sair um pouco de casa, mas até mesmo para ir ao acampamento da escola, ele tem que conversar com os pais e convencê-los do seu desejo.
Daniel Ribeiro diz que nunca se reconheceu em filmes, em sua adolescência, que apresentassem temática/personagens gays. E, para o diretor, mais que mostrar a questão sexual entre homens, sua ideia sempre foi trabalhar e mostrar situações de afetividade, de uma relação nascendo, a leveza que pode ter um namoro, seja formada por um casal heterossexual, seja por um casal de meninos e meninas.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho conquistou o Teddy Bear, na última edição do Festival de Berlim, justamente o prêmio que reconhece produções com temática gay. E, além do Teddy, o filme foi ainda eleito pela Fipresci (associação de críticos internacional) como o melhor longa do evento.
O filme será lançado no Brasil no dia 10 de abril, pela Vitrine Filmes. Após a ótima recepção de público e crítica no Festival de Berlim, o filme também assegurou a distribuição em 14 países/oito territórios, como Estados Unidos, França, Alemanha, Itália e Reino Unido.
Leia crítica do filme por Gabriel Carneiro, repórter da Revista de CINEMA.
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