Renato Tapajós reproduz em filme a tortura nos tempos da ditadura

“Corte Seco”, o primeiro longa ficcional do documentarista Renato Tapajós, conta a história de quatro presos políticos, capturados e violentamente torturados pela OBAN (Operação Bandeirantes), em 1969.

Retratando o universo da prisão e das torturas, o filme foi rodado em Campinas, em 2010, onde foi reproduzida a sede da OBAN, e finalizado no início deste ano. O filme não tem ainda previsão de lançamento.

2 thoughts on “Renato Tapajós reproduz em filme a tortura nos tempos da ditadura

  • 25 de junho de 2014 em 20:02
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    Sobre o filme de Renato Tapajós, leiam o que ele me disse em entrevista concedida a mim em 2009. Que tal publicar o trecho ou parte maior da entrevista em sua revista? Obrigado.

    Texto completo em:
    COSTA, Carlos Augusto Carneiro. Militância política, pensamento e literatura: Renato Tapajós e o regime militar no Brasil. Literatura e Autoritarismo . Dossiê “Cultura Brasileira Moderna e Contemporânea”. Dezembro de 2009, pp. 129-146. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2010.

    “E aí, em 2002, eu consegui escrever – e olha, foi doloroso escrever, foi um circuito – um roteiro pra cinema chamado Corte seco, que desde então eu venho tentando produzir e tenho uma dificuldade. Assim, parece que eu encontro sempre muros fechados pra produção desse filme. Parece, tudo indica que agora, por interferência da secretaria de direitos humanos da presidência da República, do Paulo Vannuchi, a gente vai conseguir recursos pra fazer o filme, recursos da Petrobrás pra fazer o filme. Foi prometido que a gente assina o contrato pra fazer o filme em julho, o que significaria que eu ficaria talvez fazendo o filme até o final do ano, ou começo do ano que vem. Agora com outro nome, que é o nome de Espadas de papel. E que, na verdade, esse filme o quê que é? Ele conta a história desses oito dias que eu e meus companheiros que foram presos junto comigo passaram nos porões da Operação Bandeirantes, logo que a gente foi… Inclusive, o filme é assim: primeiro dia, segundo dia, terceiro dia. A estrutura dele é um relato dia por dia do que a gente passou lá dentro. E todo mundo que leu o roteiro, todos os lugares pra onde eu mandei o roteiro, as pessoas ficam horrorizadas e acham que ninguém vai querer ver o filme porque é barra pesada. E é. É uma barra muito pesada. Mas eu acho que é uma ilusão essa história de que as pessoas não vêm filmes que contam histórias barra pesada. As pessoas vêm filmes que contam histórias barra pesada. Eu acho que, na verdade, têm assim um medo enorme de se tocar no assunto, sobretudo de uma maneira, sabe? Hoje em dia, as pessoas falam “não houve tortura; somos contra a tortura”, mas a tortura virou uma palavra, virou uma palavra desprovida de significado real, ela é uma abstração. O que eu quero mostrar nesse filme é que a tortura não é uma abstração. A tortura é alguma coisa muito concreta, muito dolorosa e profundamente desumana. Ou seja, quer dizer, o objetivo central do filme é a ideia de que não existe justificativa nenhuma pra tortura. É isso.”

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  • 21 de setembro de 2014 em 22:10
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    gostaria de assitir o filme como faço

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