A Besta Humana
Uma nova tradução em português de A Besta Humana, de Émile Zola, acaba de ser lançada pela Disal Editora. Publicado pela primeira vez em 1890, na França, o livro transformou-se num marco do naturalismo, escola da qual ele foi criador, teórico e maior expoente. Inspirado nas ideias do médico Claude-Bernard (1813-1978) e do historiador e filósofo francês Hippolyte Taine (1828-1893), Zola utiliza o romance como um laboratório de observação atenta da natureza humana e das relações estabelecidas pelo meio, raça e o grau de desenvolvimento de uma sociedade sobre os acontecimentos históricos para, assim, compreender melhor seu objeto de interesse: o homem.
Em A Besta Humana, Zola narra a história do maquinista ferroviário Jacques Lantier, que sofre de uma compulsão resultante do passado alcoólico de seus pais e que trava uma dupla batalha: luta para domar sua própria hereditariedade e seus instintos e, ao mesmo tempo, manter sob controle as poderosas forças da energia a vapor que move a locomotiva – a besta mecânica, tantas vezes humanizada no livro. A partir desse eixo, o livro pode ser lido de diversas formas: como um drama naturalista, construído sobre o embate entre ciência e sociedade, de um lado, e hereditariedade e instintos, de outro; como uma trama policial tecida de sexo, mortes e mistérios, aliados a uma dose de suspense; ou ainda como uma comédia de erros, em que a verdade nunca está onde parece estar.
Obra-prima da literatura mundial, A Besta Humana ganhou versão para o cinema em 1938, (La Bête Humaine) com adaptação e direção de Jean Renoir, e outra em 1954 (Human Desire), desta vez por Fritz Lang.
Sobre o autor: Émile Zola nasceu em 1840, em Paris, e morreu em 1902, na mesma cidade, por asfixia. Publicou seu primeiro livro, Contos a Ninon, aos 24 anos. Balzac, Stendhal e sobretudo Flaubert foram suas grandes influências literárias. Polêmico, corajoso, revolucionário, interessava-se também por leituras de cunho científico, como Introdução ao estudo da medicina experimental, de Claude Bernard, e as teorias evolucionistas de Charles Darwin. Além de A Besta Humana, escreveu um conjunto de vinte romances, Os Rougon-Macquart, do qual faz parte seu livro mais célebre, Germinal.
A Besta Humana
Autor: Émile Zola
Tradução: Dilson Ferreira da Cruz
Editora: Disal
Páginas: 352
Preço: R$ 59,00