Meirelles mãos de tesoura

A série “Felizes para Sempre?”, escrita por Euclydes Marinho, exibida pela Rede Globo e dirigida por Fernando Meirelles, aumentou ainda mais o cacife do criador de “Cidade de Deus”. Afinal, a série rendeu ibope significativo. E agitou a mídia, somando notas na imprensa ligeira (por causa da derrière de Paola Oliveira, intérprete da garota de programa Dany Bond) a ótimos textos reflexivos. Recebeu críticas dos maiores jornais do país e ganhou, do respeitadíssimo José Miguel Wisnik, professor da USP, análise das mais instigantes.

Meirelles, que comanda a poderosa O2, volta à tela da Globo com a série “Os Experientes”. Ele sabe que o tema – os mais vividos – não vai causar furor semelhante ao provocado por Dany Bond. Mas está entusiasmadíssimo com o trabalho de duas atrizes veteranas com as quais trabalhou: Joana Fomm e Beatriz Segall. Depois do furor de “Felizes para Sempre?”, Meirelles foi até convidado a dirigir cinebiografia de São Francisco de Assis, protagonizada por Paulo Gustavo, criador do megassucesso “Minha Mãe É uma Peça”. E deve comandar, na mesma Globo, série baseada no romance “Um Defeito de Cor”, de Ana Maria Gonçalves.

Se o cineasta usou suas “mãos de tesoura” para cortar excessos nos diálogos de “Felizes para Sempre?”, ele terá que trabalhar, de forma incansável, para enxugar a caudalosa (mais de 900 páginas) saga black urdida pela escritora mineira. Enxuto, “Um Defeito de Cor” pode dar origem à série que ficará na história da imprensa brasileira.

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