Festival de Brasília 2015 – “Big Jato”
Por Maria do Rosário Caetano, de Brasília
O cineasta Cláudio Assis entrou no auditório, sede do debate do filme BIG JATO, com o qual disputa trofeus Candango no Fest Brasília 48, sob aplausos. As palmas simbolizaram desagravo ao diretor, vaiado (e sob gritos de “machista, machista”) por parte da plateia que lotou o Cine Brasília, na noite de sábado.
Acompanhado de equipe artística e técnica de BIG JATO, Assis se divertiu com a brincadeira de JARDS MACALÉ, intérprete do Príncipe Ribamar, um mix de poeta e louco da “aldeia” de Rio dos Peixes, cenário do filme. Disse o compositor: “Cláudio, a vaia que você recebeu foi muito mixuruca. Perde feio para a minha, quando apresentei, num festival, “Gotham City”. Fui vaiado por todos os presentes no Ginásio do Maracanãzinho”. Arrancou sonoras gargalhadas da equipe e do público.
Quem também provocou risadas no auditório foi Matheus Nachtergaele, que interpreta dois papéis em BIG JATO: o pai, limpador de fossas, e seu irmão gêmeo, um radialista que não quer saber de trabalho braçal, respectivamente, pai e tio do jovem Xico (com traços biográficos do escritor Xico Sá, autor do livro que deu origem ao filme). O ator, forte candidato ao Trofeu Candango, contou que, ao compor Nelson, o radialista siderado pelos Beatles, usou a prótese do personagem João Grilo, que interpretou no “Auto da Compadecida”, de Guel Arraes. “Ariano Suassuna morreu quando filmávamos ‘Big Jato’. Então, resolvi homenageá-lo, sem que Cláudio Assis soubesse!”
Quando o assunto pulou para amores adolescentes e rejeição (o personagem Xico é esnobado pela bela Ana Paula), Matheus relembrou a adolescência: “eu era apaixonado pela menina mais bela da escola. Só que ela era apaixonada pelo apolíneo Montanaro, jogador de volei brasileiro. Um dia ela tirou uma foto com ele, destas que as fãs tiram, e me mostrou. Disse que eu não era nada perto do Montanaro. Meu trauma foi tão grande (risos) que mudei minha opção sexual”.