Memórias da Boca

Composto por oito episódios feitos em forma de documentários e encenações, Memórias da Boca faz uma evocação do importante e intenso movimento cinematográfico surgido em São Paulo, entre os anos de 1950 e 1980. Assinados por cineastas envolvidos com aquele criativo período de produção em que os filmes atingiam o público e se pagavam na bilheteria. Os relatos se apresentam nesta ordem, depois do início com uma curta explanação do professor, pesquisador e montador Máximo Barro sobre o Cinema da Boca. Os episódios do longa são:

Amigas para Sempre – comédia de Alfredo Sternheim com Elisabeth Hartmann e Neide Ribeiro. Elas interpretam duas atrizes do cinema da Boca que se encontra em um café. A conversa, inicialmente fraterna em meios às lembranças, descamba para uma intensa discussão.

Passagem de Tempo – documentário de Mário Vaz Filho. O diretor narra o surgimento da Embrapi, produtora independente formada por dez cineastas da Boca para ser uma alternativa às empresas tradicionais. Homenageia aos falecidos Ody Fraga, Jean Garrett, Antonio Moreiras e Cláudio Portioli.

Bangue-bangue – de Valdir Baptista. Com Walter Vanny e José Indio Lopes. Diálogo nostálgico e brincalhão entre dois técnicos e atores faz evocação da feitura dos westerns no Cinema da Boca. Cenas de filmes e depoimento do crítico Rodrigo Pereira e Mário Vaz Filho.

Entrando pelo Cano – comédia de Tony D´Ciambra, com Amanda Banffy, Eduardo Silva, Gilda Vandenbrande, Zé da Ilha. Um encanador, por engano, vai parar em um prostíbulo da Boca do Lixo onde uma atendente o trata como cliente agendado para condutas bizarras.

Triumpho 134 – Os Cineclubes na Boca do Lixo – de Diogo Gomes dos Santos. Com imagens da época e depoimentos de Alain Fresnot, André Gatti, entre outros, o filme resgata a importância do movimento cineclubista no local e na época da ditadura militar.

Experiência Macabra – de Clery Cunha. Com cenas de Joelma, 23º andar, que dirigiu em 1980, o cineasta Cunha lembra um fato cômico envolvendo o ator Carlos Marques durante as filmagens em um depósito funerário.

Autofilmagem – de José Mojica Marins. Um passeio atual com José Mojica Marins pela rua do Triunfo.  Ele discorre sobre a importância e a versatilidade do cinema da Boca, lembra também a solidariedade que existia e que ajudou a viabilizar vários projetos de muitos cineastas.

Mil Cinemas – de Diomédio Piskator. Com Debora Muniz, Mel Lisboa, Carla Gobbi, Beto Magnani, Osvaldo Gonçalves, Juan Carlos Alarcón, Wilson Sampson e outros. Metalinguístico, encena em linguagem fragmentada e com humor, os bastidores de uma filmagem atual na Boca do Lixo.

“Memórias da Boca” entra em cartaz no dia 10 de dezembro, no Caixa Belas Artes, em São Paulo, com distribuição independente.

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