CineBH reúne mais de 30 convidados nacionais e internacionais
Integra a programação da 10ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, que acontece de 20 a 27 de outubro, o 7º Brasil CineMundi – Internacional Coproduction Meeting (20 a 24/10) e o Seminário Brasil CineMundi (21 a 24/10, no Palácio das Artes). Ao todo, são 12 encontros, sendo três mesas de debates, três diálogos do audiovisual, três masterclasses, dois estudos de caso e um workshop. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site cinebh.com.br até o dia 14 de outubro.
O Seminário Brasil CineMundi reúne 34 profissionais nacionais e internacionais – críticos de cinema, produtores, cineastas, representantes da indústria do audiovisual, entidades de classe e órgãos oficiais com o propósito de promover diálogos, estimular a rede de contatos e negócios, discutir os avanços, as perspectivas, intercâmbios, parcerias, experiências, desafios e oportunidades para o setor audiovisual.
A programação coloca em debate o mercado audiovisual cinematográfico brasileiro, políticas públicas e interfaces para o setor, experiências e implicações do formato de coprodução, as opções de cooperação e formação, estratégias de inserção de produções no mercado, o cinema documentário no mercado, reflexões e análises de filmes e estudos de caso.
O debate inaugural acontece no dia 21, às 11h, no Teatro João Ceschiatti. Em pauta, a temática central desta edição “O estranho caso do cinema português”, que conta com a presença de João Matos (produtor da Terratreme Filmes, de Portugal), Francis Vogner dos Reis (curador da CineBH), Sérgio Alpendre (crítico e professor) e Joana Pimenta e Luísa Sequeira (cineastas portuguesas), sob mediação de Pedro Butcher (curador da CineBH). O debate enfoca a produção de Portugal e destaca a importância do legado de cineastas como Manoel de Oliveira, João César Monteiro e Paulo Rocha, o papel da Cinemateca Portuguesa na formação de uma cultura cinematográfica local e a relevância de diretores contemporâneos como Pedro Costa, Rita Azevedo Gomes, João Pedro Rodrigues, Joaquim Pinto, Teresa Vilaverde e Salomé Lamas.
Às 14h, acontece o workshop “O cinema documentário no mercado internacional”, que reúne três especialistas no assunto vindas da Suíça, Canadá e México – Gudula Meinzolt (produtora Autentika Films, coordenadora do Doc Outlook-International Market at the International Film Festival “Visions du Réel” e colaboradora do Brasil CineMundi, Suíça), Lucie Treblay (produtora, Lowik Media, Canadá) e Martha Orozco (produtora, México) para relatos de experiências de trabalho, ações de promoção e difusão do documentário no mercado mundial, com orientações sobre inserção do gênero em festivais e circuitos.
No mesmo dia 21, às 15h, está programado o debate “Experiências em coprodução internacional na América Latina”, com as produtoras Cristina Gallego (Colômbia), Isabel Orellana Guarello (Chile), Micaela Solé (C Uruguai) e Vânia Catani ( Brasil). Elas apresentam suas experiências, diferenças e os laços culturais, afetivos, artísticos e comuns do cinema latino.
No dia 22 (sábado), às 15h, acontece outra rodada de conversas sobre coproduções, desta vez dedicada às “Experiências em coprodução internacional no Canadá, França e Suíça”. Profissionais apresentam ao público suas experiências na área, oportunidades em seus países e dicas de inserção. Os convidados são as produtoras Alexa Rivero (França) e Aline Schmid (Suíça) e os produtores Nicolas Comeau (Canadá), Samuel Chauvin (França) e Yanick Létourneau (Canadá)
Outra vertente do seminário são os estudos de caso, ou case studies, em que um determinado é colocado no centro da discussão para compartilhar com os participantes suas características, dificuldades e soluções de desenvolvimento, produção e circulação. Serão dois casos analisados este ano.
O primeiro encontro, no dia 21, às 17h15, será o relato da experiência e dos desafios em coprodução internacional do filme La Cama, de Mónica Lairana. É o primeiro longa-metragem dirigido pela cineasta argentina, cujos curtas anteriores foram exibidos nos festivais de Cannes e Rotterdam. O filme recebeu apoio do World Cinema Found (Alemanha) e Hubert Bals Fund (Rotterdam) e é coprodução da Topkapi Films (Holanda), Sutor Kolonko (Alemanha), Gema Films (Argentina) e 3 Moinhos (Brasil). Na mesa, estarão presentes Gema Juárez Allen (Gema Films) e Ana Alice de Morais (3 Moinhos).
O segundo encontro, no dia 24, vai tratar da produção amazonense Antes o Tempo Não Acabava, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo. O filme contou com o apoio do Fundo Ibermedia para Desenvolvimento e do World Cinema Fund (Alemanha), tendo sua estreia na seção Panorama do 66º Festival de Berlim, em fevereiro, e selecionado para a competição do 49º Festival de Brasília, em setembro. É uma coprodução da Autentika Films (Alemanha) com 3 Moinhos (Brasil). Na mesa, participam Paulo de Carvalho (Autentika Films), Ana Alice de Morais (3 Moinhos) e os realizadores.
Estão programados três diálogos audiovisuais, sendo dois na manhã de sábado, dia 22 entre 11 e 13 horas. “Encontro com Arne Kohlweyer”, coordenador do programa Script Station da Belinale Talents (Alemanha) que vai conversar sobre esta plataforma de networking e congresso anual que acontece no âmbito do Festival de Berlim. O “Encontro com Olga Lamontanara”, chefe de comunicação do Torino FilmLab (Itália) é uma oportunidade para o público conhecer este laboratório internacional que apóia novos talentos vindos de diversas áreas da produção audiovisual.
No dia 24, segunda, às 15h, “Encontro do Audiovisual Mineiro” tem o propósito de promover diálogo entre os profissionais do audiovisual e o Governo de Minas Gerais, visando a construção de uma política pública para o desenvolvimento do setor no Estado. Já confirmaram presença Angelo Oswaldo (Secretário de Estado de Cultura de Minas Gerais), Fernanda Machado (diretora de Economia Criativa da Codemig), Bruno Hilário (Prodam), Israel do Vale (presidente da Rede Minas), João Paulo Cunha (BDMG) e Cesar Piva (MídiaParque).
Além de debates, o Seminário Brasil CineMundi promove também três masterclasses no contexto da Mostra Diálogos Históricos, que nesta edição traz ao Brasil o crítico italiano Adriano Aprá, fundador da revista Cinema e Film e um dos nomes mais respeitados da área em todo o mundo, que escolheu três filmes para serem comentados e analisados por ele.
Aos 75 anos, Aprá vem a Belo Horizonte para estar em três sessões de cinema, que acontecem, às 14h, no Cine Humberto Mauro, nos dias 21, 22 e 24 de outubro. Logo após as exibições, ele conversa com o público sobre cada filme. Os filmes escolhidos são Gertrud (Carl Dreyer, Dinamarca, 1964); no dia 22, o filme é Crisântemos Tardios (Kenji Mizoguchi, Japão, 1939); por fim, no dia 24, é a vez de O Eclipse (Michelangelo Antonioni, Itália, 1962).