Brasil disputa vagas dos Prêmios Platino entre as melhores produções ibero-americanas
Dezenove filmes brasileiros foram pré-selecionados pelos promotores dos Prêmios Platino – a Egeda (Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Audiovisuais) e a Fipca (Federação Ibero-Americana de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais) – para disputar, em abril próximo, na Riviera Maya mexicana, troféus de melhores produções ibero-americanas.
Os longas-metragens brasileiros com maior número de pré-indicações são “O Filme da minha Vida”, de Selton Mello, “Bingo: O Rei das Manhãs”, de Daniel Rezende, “Como nossos Pais”, de Laís Bodanzky, e “Gabriel e a Montanha”, de Felippe Barbosa.
A categoria que mais chama atenção, porém, é a de longa-metragem de animação. O Brasil, que conquistou o Platino 2016, nesta categoria (com “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu, depois indicado ao Oscar), teve seis filmes pré-selecionados: “Lino, uma Aventura de Sete Vidas”, de Rafael Ribas, “As Aventuras do Pequeno Colombo”, de Rodrigo Gava, “Café, um Dedo de Prosa”, de Maurício Squarisi, “História Antes de uma História”, de Wilson Lazaretti, “Bugigangue no Espaço”, de Alê McHaddo, e “Histórietas Assombradas, o Filme”, de Victor Hugo Borges.
O Brasil tem boa presença, também, na área de interpretação. As atrizes Raquel Karro (por “Pendular”) e Bruna Linzmeyer (por “O Filme da minha Vida”) pré-disputam o Platino, assim como os atores Alexandre Nero (por “João, o Maestro”) e Matheus Nachtergaele (por “Zama”, de Lucrécia Martel, coprodução com a carioca Bananeira Filmes).
O filme que mais polêmica causou este ano no Brasil, ”Vazante”, de Daniela Thomas, foi pré-selecionado para disputar a categoria Opera Prima (ou seja, filme de diretor estreante). Tal escolha é questionável, uma vez que a realizadora codirigiu com Walter Salles, os festejados “Terra Estrangeira”, “O Primeiro Dia” e “Linha de Passe” (este teve sua intérprete, Sandra Corveloni, premiada com a Palma de Ouro, em Cannes). Daniela dirigiu, também “Insolação”, em parceria com Felipe Hirsh. Portanto, “Vazante” é seu quinto longa-metragem.
Na categoria longa documental, o Brasil teve três produções pré-selecionadas: “Divinas Divas”, de Leandra Leal, “Um Filme de Cinema”, de Walter Carvalho, e “Crônica da Demolição”, de Eduardo Ades. Nas categorias técnicas, a presença brasileira é bem modesta: montagem e música original (ambas pelo filme “Joaquim”, de Marcelo Gomes).
Os finalistas aos Prêmios Platino – Melhores do Cinema Ibero-Americano serão anunciados no próximo dia 20 de fevereiro. Neste mesmo dia, serão anunciados os candidatos a melhor minissérie ou telessérie cinematográfica ibero-americana, pois a Egeda e a Fipca desejam ampliar, cada vez mais, o diálogo com a televisão. Tanto que, este ano, serão premiados também a melhor atriz e o melhor ator de minissérie ou telessérie. Ano passado, o Brasil não marcou presença nesta categoria. Este ano, justo agora que a série “Sob Pressão” acaba de ser premiada na Europa, ele deve emplacar algum finalista (ano passado, a vencedora foi a série cubano-espanhola “Quatro Estações”, baseada na obra de Leonardo Padura e protagonizada por Jorge Perugorría).
Os premiados pelo Platino – Melhores do Cinema Ibero-Americano receberão seus troféus no Teatro Gran Tlachco do Parque Xcaret, na mexicana Cancún, no dia 29 de abril, um domingo. Haverá transmissão ao vivo por diversos canais de TV (aqui, pelo Canal Brasil) e apresentação de grupos musicais ibero-americanos.
Um Troféu Platino especial será entregue a um grande nome do cinema da Península Ibérica ou da América Latina. No Panamá, sede da primeira edição do Platino, a homenageada foi a brasileira Sonia Braga. Em Marbella, na Andaluzia, o malaguenho Antonio Banderas, que agradeceu o prêmio com discurso arrebatador. Em Punta del Este, foi a vez do argentino Ricardo Darín. E, em Madri, o chicano Edward James Olmos. Quem será festejado por sua trajetória cinematográfica nesta quinta edição dos Prêmios Platino? Com o feminismo em alta, dá para arriscar um nome? Se der, vale apostar no da mexicana Salma Hayek.
Para chegar aos pré-finalistas, o comitê curador da Egeda e Fipca (apoiado por Escolas e Institutos de Cinema Ibero-americanos, Latin Artis e pela Fundação Aisge) avaliaram 850 produções vindas da Península Ibérica e de toda a América Latina e Caribe.
Por Maria do Rosário Caetano