Górgona

Endividada pela montagem de sua última peça de teatro, Maria Alice Vergueiro, uma atriz octagenária acometida pelo mal de Parkinson, vive a aclamação da crítica e a indiferença da indústria, enquanto tenta encarar o grotesco da morte, oscilando entre o horror e o risível.

Górgona, dirigido pelos estreantes Fábio Furtado e Pedro Jezler, estreia nesta quinta-feira, dia 29 de março. Ao longo de cinco anos, durante as temporadas da peça As Três Velhas, os cineastas Fábio Furtado e Pedro Jezler acompanharam os bastidores da montagem dirigida e estrelada por Maria Alice Vergueiro, considerada uma das maiores atrizes de sua geração. O longa traz um recorte sensível desse momento na vida da atriz, de 83 anos, que convive com o Mal de Parkinson desde 2001. O documentário aborda temas como a proximidade da morte, o envelhecer em cena, o custo das convicções artísticas e os impasses da produção cultural no Brasil.

A vontade de fazer um filme com a atriz surgiu quando Fabio, que é co-fundador da companhia Pândega com Maria Alice, e o ator Luciano Chirolli, registrou algumas cenas do processo da peça de Alejandro Jodorowsky. Mas foi somente com a chegada de Pedro que surgiu a ideia de fazer um documentário sobre Maria Alice.

Restringindo-se ao espaço da intimidade, o filme oferece uma janela de observação privilegiada sobre uma artista que, acometida por dificuldades de locomoção, fala e memória do texto, luta para montar a peça contra todos os desafios, incluindo as agruras de quem depende de patrocínio para trabalhar.

Em cena, além de Maria Alice Vergueiro, estão Luciano Chirolli, companheiro de longa data, e os atores Pascoal da Conceição, Danilo Grangheia e Marco Luz, além de Carolina Splendore, jovem atriz que também fez assistência de direção para a montagem. O cotidiano da equipe também foi registrado nos diferentes teatros por onde passou o espetáculo.

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