Mostra reúne filmes recentes do Quebec
O cinema quebequense aterrisa no CineSesc, em São Paulo, no próximo dia 20 e vai até o dia 26. Serão exibidos 15 longas-metragens feitos por cineastas independentes na província canadense, com curadoria de Katia Adler.
A mostra Projeta: Filmes do Quebec reúne produções recentes, ficcionais e documentais, com obras premiadas de cineastas consagrados oriundos da região – Denys Arcand, Denis Villeneuve e o jovem Xavier Dolan, com uma já significativa relação de trabalhos produzidos.
Dando sequência a uma colaboração de longos anos com órgãos culturais do Quebec, neste ano, a mostra é realizada em parceria com o Governo do Quebec e o Escritório do Quebec, em São Paulo.
Entre os filmes aclamados, estão O Declínio do Império Americano, de Denys Arcand, que marcou uma geração quando foi lançado em 1986 e já se transformou num clássico; C.R.A.Z.Y. – Loucos por Amor (2006), de Jean-Marc Vallée; Incêndios (2010), de Denis Villeneuve, um dos melhores desta última década, adaptado pela atriz Marieta Severo para o teatro; ao lado de obras do jovem prodígio Xavier Dolan, que participa com dois filmes do início de sua carreira: Laurence Anyways (2012) e Mommy (2014).
Entre as produções recentes, nota-se uma expertise dos jovens diretores, a maioria selecionada em festivais internacionais importantes. São filmes totalmente inéditos no Brasil, alguns de diretores estreantes. São exemplos Prank (2016), de Vincent Biron, Cão de Guarda, de Sophie Dupuis, O Jardineiro, de Sébastien Chabot, e Tatuagens Falsas!, de Pascal Plante, estes três lançados este ano. Entre os recentes, destaque também para Hochelaga Terra das Almas (2017), de François Girard, superprodução que conta os 750 anos de Montreal, filme escolhido pelo Canadá para representar o país no Oscar deste ano.
Na leva dos novíssimos, ainda figura A Raiva dos Inuk (2017), que nos convida a uma viagem ao coração do mundo Inuk, os índios canadenses. A diretora Alethea Arnaquq-Baril nos apresenta o Canadá ancestral e joga luz num tema para lá de controverso: a cultura local e milenar de caça às focas. Tuktuq (2016), de Robin Aubert, também tem como ponto de partida a natureza selvagem do Norte do país, num filme sarcástico sobre um cinegrafista enviado pelo governo a uma comunidade Inuk. Gabrielle (2013), de Louise Archambault, é a história de uma menina com síndrome de Williams, uma produção tocante, humanista e extremamente generosa. Não podia deixar de fora uma das grandes diretoras do Quebec, Léa Pool e o seu A Paixão de Augustine (2015), um sucesso de público. Inch’Allah (2014), de Anaïs Barbeau-Lavalette, é uma obra comovente, visceral e feminina.
Em relação à produção de curtas, o brasileiro Daniel Schorr, que vive em Montreal há 20 anos, apresentará filmes de seus alunos do célebre John Abbott College. Ele também fará a programação do Cine Clubinho nos dias de festival.