Laís Bodanzky toma posse na Spcine com amplo apoio do setor
Por Belisa Figueiró
Em uma cerimônia rápida, com discursos improvisados, e amplamente apoiada por representantes das associações do audiovisual de São Paulo, a cineasta Laís Bodanzky tomou posse do cargo de nova diretora-presidente da Spcine. O evento ocorreu nesta terça-feira, dia 26 de março, na sala do conservatório do prédio da Praça das Artes, o qual já foi sede da entidade. Apesar de grandioso, o espaço não foi suficiente para acomodar todo o público que veio acompanhar de perto a chegada da primeira mulher a assumir tal função.
O novo secretário municipal de Cultura de São Paulo, Alê Youssef, foi o primeiro a subir ao palco e não conseguiu esconder a sua grata surpresa diante do tamanho da plateia, destacando o prestígio de Laís junto ao setor. Para ele, isso só confirmou o acerto na escolha, assim como a estratégia da pasta em se reconectar com a cultura em todos os eixos. “O nosso partido é o da Cultura”, reforçou Youssef, sob aplausos.
Em seguida, Laís foi chamada para discursar e tentar elencar as primeiras diretrizes da sua gestão. Começou destacando a presença e o papel fundamental das mulheres no setor do audiovisual. Lembrou o legado da Spcine, criada em 2015, sob a presidência de Alfredo Manevy, no governo de Fernando Haddad (PT) como prefeito da cidade, e o período subsequente capitaneado por Mauricio Andrade Ramos, que se despede hoje da instituição.
“O que foi construído até aqui é muito consistente, embasado em dados. Eu tenho muito orgulho de representar e fazer parte do setor do audiovisual, e agora mais do que nunca”, reforçou Laís. Apesar da crise política e econômica que o Brasil atravessa, ela acredita que pode contribuir diretamente e aceitou o convite depois de perceber que havia uma boa interlocução com Youssef. “Eu tive essa sensação de escuta, de diálogo, e acho que posso fazer essa ponte do setor com o poder público”, disse.
Para tanto, Laís contou que já houve reuniões com membros da equipe da secretaria e com outras áreas da gestão municipal, aproximando as entidades, e que isso é fundamental. Nesse primeiro momento, ela preferiu não detalhar quais editais serão lançados ou estão sendo preparados pela Spcine. No entanto, destacou três caminhos prioritários do seu mandato.
O primeiro deles é o que chamou de um “choque de comunicação”, para que a sociedade e o setor possam conhecer melhor o trabalho feito pela Spcine. Nesse momento de sua fala, Laís inclusive reconheceu que ela mesma desconhecia alguns projetos da agência e que ficou muito impactada com essa percepção.
A segunda medida urgente será reativar o conselho consultivo, que reúne representantes das entidades do meio audiovisual, com encontros periódicos e datas fixas. Com isso, ela acredita que será possível prover um diálogo maior, ouvindo o setor e fazendo com que todos possam se escutar. Por último, Laís apontou para a criação de um observatório com dados e informações, transformando os números em políticas públicas de forma consistente, e entendendo a cadeia do audiovisual de ponta a ponta.
Antes de encerrar o seu discurso, ela enfatizou que a Spcine “é uma empresa saudável” e que, para ela, “é uma sorte imensa” ter a chance de coordená-la e dar sequência ao trabalho que vem sendo desenvolvido.