Bruno Barreto estreia série de ficção no Canal Brasil
O cineasta Bruno Barreto estreia, no Canal Brasil, Toda Forma de Amor, minissérie que aborda de forma corajosa e direta o universo LGBTQi. O roteiro original de Marcelo Pedreira apresenta múltiplas possibilidades de afeto entre personagens de sexualidade fluida, numa história que tem ainda, como pano de fundo, uma sequência de assassinatos.
Rodada em São Paulo e estrelada por Guta Ruiz, Romulo Arantes Neto, Gabrielle Joie, Christiana Ubach, Wallie Ruy, Otavio Martins, Daniel Infantini, Alexandre Cioletti, Juan Alba e Eucir de Souza, a produção, em cinco episódios de 45 minutos, estreia no dia 25 de outubro, às 22h30, no Canal Brasil. Na mesma data, os quatro primeiros episódios da série estarão disponíveis, também para não assinantes, no Canal Brasil Play, além de no Now, Vivo Play e Oi Play.
Um dos grandes destaque da série é a atriz trans Gabrielle Joie, que foi descoberta pelo diretor quando a equipe estava fazendo testes de elenco para o papel da DJ Marcela.
Na trama, Daniel (Romulo Arantes Neto) é um empresário da noite à beira da falência. Filho do pastor Roberto Alvim (Juan Alba), ele enxerga uma saída para seu negócio ao transformar a boate na Trans World, uma casa noturna voltada para o público LGBTQI. Seu sócio nessa empreitada é Milinho (Daniel Infantini), uma drag queen prestes a se casar com Claudio (Otavio Martins), coordenador de políticas LGBT de São Paulo. O secretário tem uma missão desafiadora pela frente: descobrir quem é o assassino em série responsável pela morte de diversas travestis no centro da cidade, junto com Pedro (Alexandre Cioletti), policial responsável pelo caso.
A linda DJ Marcela (Gabrielle Joie) trabalha na boate, onde conhece Daniel, e é uma das integrantes do grupo de terapia liderado pela psicóloga Hannah (Guta Ruiz). Milinho, o crossdresser heterossexual Paulo (Eucir de Souza), e a transexual Bianca (interpretada pela atriz trans Wallie Ruy) também fazem parte do grupo. Em seu consultório, Hannah também atende ao casal Clara (Christiana Ubach) e Pedro, que atravessam um período conturbado no casamento.
Todos esses complexos personagens se cruzam na história, que revela os problemas de aceitação familiar de Marcela e as complicações para entrar em um novo relacionamento com tantos tabus da sociedade. E também passeia pelo dilema de Paulo, que sonha em ser pai, mas tem seu casamento abalado pelo fetiche de se vestir como mulher. Paralelamente, a androginia de Clara confunde-se com a atração por travestis de Pedro e o conservadorismo de Roberto espalha um discurso de ódio com graves consequências.
Marcelo Pedreira começou a escrever nos anos 90 uma série que abordava a temática da diversidade sexual. Sua ideia era mostrar como gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, drag queens e kings, crossdressers e não-binários se relacionam e os desafios e as complexidades de suas rotinas. Quase trinta anos depois, o roteirista resolveu tirar o projeto do papel e convidou Bruno Barreto para dirigir, com produção da LC Barreto.