É Tudo Verdade realiza debate com João Moreira Salles e Leandra Leal sobre “Fico te Devendo uma Carta Sobre o Brasil”
O 25º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários exibirá “Fico te Devendo uma Carta Sobre o Brasil”, primeiro longa-metragem de Carol Benjamin, que terá suas sessões online na sexta-feira, 2 de outubro, às 21h, e no sábado, 3 de outubro, às 15h. O debate que terá participação de Carol, dos coprodutores João Moreira Salles e Leandra Leal, e da montadora Marília Moraes acontece no próprio sábado, às 17h. O evento vai acontecer 100% online.
O filme conquistou a menção especial do júri no 32ª IDFA – Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, o maior festival do mundo dedicado ao gênero, onde teve sua estreia mundial. Também foi selecionado para o Festival Tempo de Documentários, na Suécia, e para o Festival Internacional de Filmes e Fórum de Direitos Humanos, na Suíça, que acontece junto com a convenção da ONU. “Fico te Devendo uma Carta Sobre o Brasil” também foi selecionado para a Mostra Competitiva do Festival de Lima.
A diretora revela a história das três gerações de sua família, que foi atravessada pela ditadura militar que se instalou no Brasil entre 1964 e 1985. Seu avô era coronel do Exército. Seu pai, César Benjamin, foi preso ilegalmente aos 17 anos, em 1971, e permaneceu por três anos e meio em uma cela solitária, além de mais dois anos em prisão comum. Mas a prisão e tortura do filho mais novo transformou a dona de casa Iramaya Benjamin, avó da diretora, em uma militante incansável pela anistia.
Devido à pressão de Iramaya e excepcionalidade do pleito, o caso de César foi logo adotado pela Seção Sueca da Anistia Internacional. Em 1976, quatro anos depois, ele foi considerado “Prisioneiro da Consciência”, o principal caso do ano para todas as sessões da Anistia Internacional global. A forte pressão levou o governo brasileiro a exilar César para a Suécia nesse mesmo ano.
Para resgatar essas memórias, Carol inicia o filme em Estocolmo, onde César recebeu asilo político por dois anos após sair da prisão. É lá também que a diretora reencontra Marianne Eyre, membro da Anistia Internacional desde 1966, com quem Iramaya trocava cartas regularmente e de quem se tornou amiga e confidente. O filme, narrado pela diretora, é entremeado, sobretudo, pelas leituras dessas cartas, depoimentos de Iramaya captados em diferentes momentos, fotografias, e imagens raras de arquivo (incluindo a emocionante chegada de César à Suécia e de seu encontro com o irmão Cid, também um exilado político).
A produção é da Daza Filmes, com coprodução do Canal Brasil, VideoFilmes e Muiraquitã Filmes. A distribuição é da Bretz Filmes.