Canal Curta! estreia filme que retrata período de exílio de Glauber Rocha na Itália
Grande inovador do cinema brasileiro, Glauber Rocha (1939-1981) já foi tema de diversos filmes, mas em “Glauber, Claro”, o diretor César Meneghetti vai além: há, aqui, um retrato íntimo e criativo do cineasta, mais precisamente durante o período em que esteve exilado na Itália, na década de 1970.
Produzido por Renato Ciasca e Beto Brant, “Glauber, Claro” fez sucesso em festivais ao longo de 2020: estreou mundialmente e foi o único representante brasileiro no Festival de Cinema de Roma, foi vencedor do Prêmio da Crítica na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e foi laureado em cinco categorias do Fest Aruanda, entre elas a de melhor longa-metragem.
Para além da vivência de Glauber no exílio e do seu famoso protesto contra o júri do Festival de Veneza de 1980 (por “se render ao cinema comercial”), o documentário mostra que o diretor também se expandiu artisticamente através de diversos trabalhos, entre eles o longa-metragem “Claro”, gravado em Roma. O filme, o penúltimo do cineasta, é revisitado e analisado sob o olhar do século XXI.
Para acessar esse passado, “Glauber, Claro” se baseia nas memórias de pessoas que conheceram Glauber Rocha de perto, como amigos, parentes, críticos e colaboradores. Através de seus depoimentos, eles revelam um pouco mais da personalidade e do processo criativo do cineasta, com o auxílio de imagens de arquivo inéditas e trechos de “Claro”.
Conforme o documentário aborda temas como o Cinema Novo, o underground, o neorrealismo, utopia x distopia – em um contraponto entre a Itália de 1970 e a do século XXI – e a militância política através da arte, o próprio cinema também é posto em discussão. A produção mostra também os bastidores de “Claro” e sua relevância histórica.
O filme foi viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e fará sua primeira exibição na televisão exclusivamente no canal. A estreia é na Quarta do Cinema, em 24 de fevereiro, às 22h.