Goiamum Audiovisual tem inscrições abertas
O Goiamum Audiovisual completa agora 14 anos. Na 10ª edição do festival, um dos principais programas será uma homenagem ao cinema potiguar a partir da própria trajetória do Goiamum. O 10º Festival Goiamum Audiovisual vai acontecer de 16 a 20 de agosto, no formato virtual, com programação de mostras exibidas pela plataforma Embaúba Filmes, https://embaubafilmes.com.br. Além de encontros, debates e oficinas.
Realizado pela Casa de Produção por meio da diretora Keila Sena, o festival se refaz em tempos de crise para lembrar a importância de diretores, um deles levado pela pandemia. Será a homenagem ao diretor independente Geraldo Cavalcanti, criador do movimento “Nós na Tela (Coração no Mundo)”, calcado em um cinema feito pelas próprias comunidades.
O festival está dividido em três programas: “Cinema é Potiguar”, “Cinema é Educação” e “Cinema é Política”. Entre as atividades que compõem o Programa Cinema é Potiguar está a mostra “Curta Goiamum Especial”, com filmes potiguares premiados na Mostra Competitiva Curta Goiamum ao longo das seis edições anteriores; a mostra “Panorama Potiguar”, trazendo filmes convidados e premiados realizados entre julho de 2018 a julho. E a mostra “Dilemas do Presente: um olhar sobre a pandemia” com filmes realizados no período da pandemia do Covid-19 e trazem o olhar sobre o período de forte impacto em todo o mundo.
“Dilemas do Presente: um olhar sobre a pandemia” é a única mostra competitiva com chamada pública. As inscrições estão abertas até 25 de julho. Podem ser inscritos filmes realizados e finalizados a partir de março de 2020 no Rio Grande do Norte, período relativo à pandemia do Covid-19 (Sars-Cov-2), ou por realizadores potiguares sediados em outras localidades, ou ainda, por realizadores brasileiros radicados no estado do RN há pelo menos 2 anos, e que dialogue direta ou indiretamente com a temática da pandemia do Covid-19 e seus desdobramentos.
Serão aceitas obras em qualquer gênero cinematográfico, dos quais elencamos documentário, ficção, animação, videoarte, experimental e filme de montagem, exceto videoclipes e obras publicitárias.
Além das mostras, o programa conta ainda com o debate “Cinema Potiguar ontem e hoje”, e o painel “O Mercado audiovisual Potiguar na Pós-Pandemia – Imaginação e Perspectivas”, perspectivas no plural respectivamente.
O Programa “Cinema É Educação”, por sua vez, contará com a exibição da “Mostra América Latina – Um Olhar para a América Latina e suas Culturas”, além da oficina “Cinema e Educação – Movimentos sociais, um olhar para a América Latina em seus processos e suas imagens” direcionadas para educadores. A coordenação fica por conta de Caroline Pavez Torrealba, do Chile, produtora audiovisual do Festival de Cinema do Polo Sul da América Latina e especialista em cinema latino-americano
No programa “Cinema É Política”, o Goiamum trará um debate e uma mostra como forma de contribuir com a reflexão sobre a política de autoritarismo vigente. A mostra está sob a coordenação de Thiago Mendonça (SP), diretor dos filmes “Jovens Infelizes ou o Homem Não É um Urso que Dança”, “Procura-se Irenice”. Destaque para as presenças de Adirley Queirós (“Branco Sai, Preto Fica” e “Era uma vez, Brasília”) e Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha e também diretor de documentários como “Cinema Novo”. Ambos participam do debate e da exibição de suas produções. Além deles, deverá participar do debate a montadora Cristina Amaral, ainda a confirmar. Cristina é montadora dos filmes do cineasta italiano radicado no Brasil Andrea Tonacci, que faleceu em 2016 em São Paulo, e é considerado um dos principais diretores do Cinema Marginal, movimento cinematográfico ocorrido no Brasil na década de 1970.
“O Cinema contra o autoritarismo – ontem e hoje” é o tema do debate que aborda como, do presente ao passado, o cinema criou formas originais de reflexão sobre a ditadura no Brasil e esteve presente nos movimentos de contestação nos períodos autoritários. O debate junta quatro realizadores contemporâneos que possuem suas produções ligadas direta ou indiretamente ligadas com o cinema de contestação realizado nos anos 1960 e 1970, pensando o lugar do cinema na reflexão do passado e do presente.