Olhar de Cinema volta ao formato presencial com filmes contemporâneos e clássicos
Por Maria do Rosário Caetano
Depois de duas edições on-line, o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, volta a acontecer de forma presencial, sem esquecer-se do público de todo território brasileiro. Tanto que manterá parte de sua programação acessível a todas as regiões do país, via digital.
Mais de cem filmes vindos de quarenta nações serão exibidos em mostras competitivas e informativas, a partir desta quarta-feira, primeiro de junho, até dia nove, quando serão entregues os troféus Olhar (um óculos estilizado) aos eleitos por júris nacionais e internacionais. Na noite inaugural, será exibido o filme “Vai e Vem”, de Fernanda Pessoa e Chica Barbosa.
No encerramento, “Todo Mundo Já Foi pra Marte”, de Telmo Carvalho. Só para avivar a memória dos esquecidos: Telmo é um missionário da animação brasileira. Trabalha há décadas, no Ceará, seja em seus próprios filmes, seja como mentor de projetos coletivos. Caso deste que marcará o fecho do Olhar de Cinema. O incansável animador nordestino mobilizou 50 profissionais para que contassem, cada um a seu modo e estilo, como estavam vivendo os dias de pandemia. O resultado é um documentário híbrido-experimental.
O foco do festival curitibano, como nas dez edições anteriores, recai sobre o cinema contemporâneo e de pesquisa de linguagem, mas sem descuidar-se do pluralismo e do diálogo com o público. A intenção, deixa claro seu diretor-geral, Antonio Júnior, é “instigar o espectador”, motivá-lo a “conhecer a produção mundial realizada e lançada em meio a anos conturbados como os que estamos vivendo”. Para “esta décima-primeira edição” – agrega – “reunimos títulos que refletem a realidade específica dos anos da pandemia, abordando conflitos ao redor do mundo. Conflitos armados, étnicos ou sociais”. E, também, “estamos trazendo à reflexão filmes que abordam questões importantes como representatividade e visibilidade”.
Com as mudanças sofridas pelo circuito exibidor curitibano, o Olhar de Cinema foi obrigado a deixar dois ambientes tradicionais de suas calorosas edições anteriores – o Espaço Itaú Crystal e o Novo Batel. Passa, agora, a ocupar cinco novos espaços da capital paranaense – o Cine Passeio, o Teatro da Vila, a Cinemateca de Curitiba, o MON (o belo Museu Oscar Niemeyer) e o Cinemark Mueller. E retoma atividades tradicionais como o laboratório de desenvolvimento de projetos de longas-metragens, o CURITIBAlab, e o Seminário de Cinema de Curitiba, que será transmitido ao vivo. Ambos haviam sofrido solução de continuidade por causa da pandemia.
O Festival Internacional de Cinema de Curitiba conta com quatro mostras competitivas: a principal – justo a que carrega o nome Olhar de Cinema – reúne nove longas, três brasileiros e seis internacionais. A segunda competição denomina-se Novos Olhares e traz sete títulos, marcados pela radicalidade estética, sendo apenas um brasileiro. A terceira, Outros Olhares, reúne longas e curtas com propostas, estilos, linguagens e abordagens feitas em torno de “uma série de extremidades que reflete o mundo atual”. Complicado, não? Só conferindo a programação para entender. Nela, o Brasil participa com dois longas, um carioca e um gaúcho.
Na competição principal, nossa representação vem da Bahia, de São Paulo e Pernambuco. O baiano “Alan”, de Diego Lisboa e Daniel Lisboa, centra-se em Alan do Rap, um dos precursores do hip hop em Salvador. O rapaz utilizava recurso incomum para divulgar suas músicas: invadia o palco de bandas famosas em temporada na capital baiana.
“Filme Particular”, da paulistana Janaína Nagata, traz fragmentos de película familiar registrada em 16mm, de procedência desconhecida, encontrada ao acaso. Após investigação, a jovem deparou-se com documento atravessado por conflitos ambientados em contexto explosivo – a África do Sul dos anos 1960, tempo de apartheid.
O terceiro longa, “Paterno”, do pernambucano Marcelo Lordello, traz os conflitos de arquiteto, envolvido com a indústria imobiliária, obrigado a rever suas certezas ao descobrir o passado de seu pai. No elenco, um time de atores de primeira linha – Marco Ricca, Thomaz Aquino, Wilson Rabelo, Claudia Assunção, Selma Egrei, Nelson Baskerville e Germano Haiut.
O paraibano Arthur Lins participa dos Novos Olhares com “Pele Fina”. Ele é autor do adrenalinado “Desvio”, grande vencedor do Festival Aruanda do Audiovisual Brasileiro, em 2019.
Na mostra Outros Olhares, o longa “7 Cortes de Cabelo no Congo” reúne a atriz e cineasta Luciana Bezerra, um dos esteios do grupo carioca Nós do Morro, aos diretores Gustavo Melo e Pedro Rossi. Outro nome feminino, o de Elisa Pessoa, assina o longa gaúcho “Céu Aberto”. A estreante Elisa acompanhou, de 2016 a 2021, o cotidiano de Andriele, filha de modestos agricultores. A partir de certo momento, a diretora passou a compartilhar a câmera com sua jovem personagem. Um filmes de encontros e convivências. Na produção, a trupe da cineasta Lisiane Cohen.
A quarta mostra competitiva do festival é dedicada ao filmes de curta-metragem. E, nela, o Brasil tem presença significativa (seis títulos), mas enfrenta forte concorrência internacional.
Embora a força catalizadora do Olhar seja o cinema contemporâneo, seu núcleo curatorial nunca se descuidou do diálogo com as imagens do passado. Todos os anos, o público curitibano assiste a grandes – e raros – momentos da mais que centenária história do cinema. Foi assim com “Gente no Domingo”, primeira experiência de Billy Wilder num longa-metragem (Siodmak e Ulmer, 1930), com “Manuscrito Encontrado em Zaragoza”, de Wojciech Has, com Zbigniew Cybulski, o “James Dean polonês” (ator de “Cinzas e Diamantes”, de Wajda), além de retrospectivas de obras raras de Murnau, do senegalês Djibril Diop Mambéty e preciosos documentários de Jean Rouch. Inesquecíveis iguarias servidas aos Olhares Clássicos.
Este ano, depois do intervalo provocado pela epidemia, o festival curitibano retoma sua Retrospetiva dedicando-a à cineasta estadunidense Su Friedrich, de 67 anos. Ela filia-se à vertente do cinema de invenção e tornou-se “nome indispensável ao pensamento das autorias lésbicas na produção de imagens”. A curadoria selecionou sete filmes da realizadora, representativos de distintos períodos de sua carreira, colocando-os “em diálogo com outras oito produções de incontornáveis cineastas de diferentes países e épocas”. Para expandir e complementar as exibições, haverá mesa de debates no Seminário de Cinema de Curitiba sobre os filmes apresentados. E mais: entrevista gravada com a realizadora poderá ser acessada, no site do festival, por todos os interessados.
Para enriquecer, ainda mais, o segmento Olhares Clássicos, serão exibidos seis títulos que celebram a história do cinema. O primeiro deles – “Nanook, o Esquimó”, festeja o centenário do mais famoso filme do norte-americano Robert Flaherty (1884-1951). Obra de estreia de um dos mais festejados documentaristas do mundo, este filme soma-se a “Moana” (1926), “Tabu” (1931, parceria com Murnau) e “O Homem de Aaran” (1934), para constituir-se como marco entre os títulos mais conhecidos do cinema documental planetário.
A segunda atração vem de Cuba e constitui-se em programa obrigatório para estudiosos do cinema feminino: “De Certa Maneira”, de Sara Gómez. Trata-se do único longa-metragem da diretora habanera, oriunda de Guanabacoa, bairro afro da capital cubana. Sarita nasceu em oito de novembro de 1942 (portanto, quando a Revolução triunfou, ela contava apenas 16 anos). Com o passar do tempo, jornalista atuante, integrou-se ao ICAIC (Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficas), no qual exerceu funções de roteirista e documentarista. Em 1974, iniciou seu primeiro projeto como diretora de um longa-metragem que somava documentário e ficção. Um feito para a única cineasta mulher da Ilha. E, ainda por cima, negra. Só que a morte a levou, aos 31 anos, antes que concluísse o filme. O que seria feito, nos anos seguintes, por dois cineastas, dos maiores de Cuba, Tomás Gutierrez Alea, o Titón (“Memórias do Sudesenvolvimento”), e Júlio García Espinoza (“As Aventuras de Juan Quinquin”).
Outro nome de primeira linha do cinema black marcará presença nos Olhares Clássicos – o senegalês Ousmane Sembène (1923-2007). O filme mais famoso dele é o seminal “Garota Negra” (“La Noire de…”), de beleza tão arrebatadora que o tornou conhecido como “o pai do moderno cinema africano”. Com total merecimento. O filme programado pelo Olhar é “Mandabi” (“A Ordem de Pagamento”), de 1968. Trata-se do primeiro filme a cores de Sembène. Tudo começa como uma comédia, mas um travo amargo atravessará a história. Num lugarejo pobre, Tonton recebe ordem de pagamento de sobrinho que encontra-se em Paris. Sem emprego e arroz para alimentarem-se, vizinhos passam a cercá-lo, enquanto ele enfrenta verdadeira rede burocrático-corruptora para conseguir retirar o dinheiro da agência de correios.
Três filmes de cineastas que partiram em tempos recentes completarão o segmento Olhares Clássicos: “Viramundo”, de Geraldo Sarno, “Opinião Pública”, de Arnaldo Jabor, e “Lua de Papel”, de Peter Bogdanovich.
O média-metragem de Sarno é obrigatório e foi meticulosamente estudado por Jean-Claude Bernadet em “Cineastas e Imagens do Povo”. “Opinião Pública”, único longa documental de Jabor, é um instigante retrato da classe média brasileira dos anos 1960.
E, por fim, a nostálgica comédia do mais cinéfilo dos diretores norte-americanos, “Paper Moon”, deve encantar os saudosistas. Em especial, pelo carisma da pequena Tatum O’Neal, que atua ao lado do pai, Ryan O’Neal. Com apenas dez anos, a garotinha ganhou, já na arrancada, o Oscar de melhor coadjuvante por seu desempenho.
Voltando aos filmes do presente, merece registro a Mostra Foco, que presta atenção em Kirp Russo, expoente do Novo Cinema Boliviano. Com dois longas e quatro curtas no currículo, ele se revela “atento aos movimentos urbanos e rurais de seu país, mesclando cosmologias indígenas ao ritmo frenético da urbanização”.
Já fora das mostras regulares, duas exibições especiais de filmes ganhadores nas últimas edições estão programadas, no Museu Oscar Niemeyer, o lusitano “A Metamorfose dos Pássaros”, de Catarina Vasconcelos, uma das mais belas surpresas do Olhar de Cinema (cativante invenção), e o brasileiro “Rolê – Histórias dos Rolezinhos”, de Vladimir Seixas.
11º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba
Data: 1º a 9 de junho
Formato híbrido (presencial e digital)
Locais: Cine Passeio, Cinemark Mueller, Teatro da Vila, Cinemateca de Curitiba, Museu Oscar Niemeyer
Ingressos: R$14,00 (inteira) e R$7,00 (meia)
Aluguel de filmes on-line: R$ 6,00
Toda a programação, com os filmes selecionados e atividades paralelas, está disponível no site do festival www.olhardecinema.com e no aplicativo para Android e iOS
MOSTRAS COMPETITIVAS
Mostra Olhar de Cinema (Longas-metragens)
. FILME PARTICULAR (Brasil, 2022) de Janaína Nagata, 90’
. PATERNO (Brasil, 2021), de Marcelo Lordello, 110‘
. ALAN (Brasil, 2022), de Diego Lisboa, Daniel Lisboa, 92’
. UMA NOITE SEM SABER NADA (TOUTE UNE NUIT SANS SAVOIR, França, Índia, 2021), de Payal Kapadia, 96’
. A FERRUGEM (LA ROYA, Colômbia, França, 2021) de Juan Sebastian Mesa, 84’
. FREDA (FREDA, França, Haiti, Benim, 2021), de Gessica Geneus, 93’
. O TRIO EM MI BEMOL ( Portugal, Espanha, 2022), de Rita Azevedo Gomes, 127’
. É PRECISO UMA ALDEIA (KDYBY RADŠI HOŘELO, República Tcheca, 2022), de Adam Koloman Rubansky, 85’
. A CENSORA (CENZORKA, Eslováquia, 2021), de Peter Kerekes, 90’
Mostra Olhar de Cinema (Curtas-metragens)
. INFANTARIA (Brasil, 2022), de Laís Santos Araújo, 24’
. MAL DI MARE (Brasil, 2021), de João Vieira Torres, 15’
. XAR – SUEÑO DE OBSIDIANA (Brasil, 2022), de Edgar Calel, Fernando Pereira dos Santos, 13’
. CONSTANTE (CONSTANT, Reino Unido, Alemanha, 2022), de Beny Wagner, Sasha Litvintseva, 40’
. HOLOCAUSTO SAGRADO (HOLY HOLOCAUST, Israel, 2021), de Osi Wald, Noa Berman-Herzberg, 17’
. INVISÍVEIS (INVISIBLES, Colômbia, 2022) de Esteban Garcia Garzon, 21’
. MADRUGADA (Portugal, 2021), de Leonor Noivo, 28’
. MOUNE Ô (Bélgica, Guiana Francesa, França, 2022), de Maxime Jean-Baptiste, 17’
Mostra Novos Olhares
. PELE FINA (Brasil, 2022), de Arthur Lins, 60’. DEVO COMPARAR-TE A UM DIA DE VERÃO? (BASHTAALAK SA’AT, Egito, Líbano, Alemanha, 2022), de Mohammad Shawky Hassan, 66’
. GRACE TOMADA ÚNICA (ONE TAKE GRACE, África do Sul, 2021), de Lindiwe Matshikiza, 90’
. ESTA CASA (CETTE MAISON, Canadá, 2022), de Miryam Charles, 75’
. JET LAG (China, 2022), de Zheng Lu Xinyuan, 110’
. KAFKA PARA CRIANÇAS (KAFKA LE-KTANIM, Israel, 2022), de Roee Rosen, 111’
. VERÃO (LETO, Rússia, 2021) de Vadim Kostrov, 109’
Mostra Outros Olhares (longas e curtas)
Longas-metragens
. 7 CORTES DE CABELO NO CONGO (Brasil, 2022), de Luciana Bezerra, Gustavo Melo, Pedro Rossi, 90’
. CÉU ABERTO (Brasil, 2022), de Elisa Pessoa, 95’
. POETA (AKYN, Cazaquistão, 2021), de Darezhan Omirbayev, 105’
. GEOGRAFIAS DA SOLIDÃO (GEOGRAPHIES OF SOLITUDE, Canadá, 2022), de Jacquelyn Mills, 103’
. OCTOPUS (Líbano, Catar, Arábia Saudita, 2022), de Karim Kassem, 64’
. QUENTE DE DIA, FRIO À NOITE (NAJENEUN DEOPGO BAMENEUN CHUPGO, Coreia do Sul, 2021), de Song-yeol Park, 90’
. SEM CAMINHO DIRETO PARA CASA (NO SIMPLE WAY HOME, África do Sul, Reino Unido, 2022), de Akuol de Mabior, 85’
. SOY LIBRE (SOY LIBRE, França, 2021), de Laure Portier, 78’
Curtas-metragens
. ATÉ A LUZ VOLTAR (Brasil, 2022), de Alana Ferreira, 23’
. GAROTOS INGLESES (Brasil, 2022), de Marcus Curvelo, 15’
. CINZAS DIGITAIS (DIGITAL ASHES, Alemanha, Brasil, 2022), de Bruno Christofoletti Barrenha, 12’
. A INTEMPÉRIE (LA INTEMPERIE, Venezuela, 2022, de Daniel Paz Mireles), 14’
. LABORATÓRIO NO. 2 ( Curdistão, تاق 2022), de Edris Abdi, Awara Omar, 16’
. MAIS E MAIS DISTANTE (CHHNGAI DACH ALAI, Camboja, 2022), de Polen Ly, 24’
. SE NÃO HOUVESSE LUTA (IF THERE IS NO STRUGGLE, EUA, 2021, de Jared Katsiane, 14’
. SONATA PLÁSTICA (PLASTIC SONATA, Cingapura, 2022), de Nelson Yeo, 30’
. TOLI (TOLI, Rússia, 2021),de Diana Mashanova, 20’
Mostra Olhares Clássicos
. DE CERTA MANEIRA (DE CIERTA MANERA, Cuba, 1977), de Sara Gómez, 78’
. LUA DE PAPEL (PAPER MOON, EUA, 1973), de Peter Bogdanovich, 105’
.MANDABI, A ORDEM DE PAGAMENTO (MANDABI, Senegal, França, 1968), de Ousmane Sembene, 92’
. NANOOK, O ESQUIMÓ (NANOOK OF THE NORTH, EUA, 1922), de Robert Flaherty, 78’
. OPINIÃO PÚBLICA (Brasil, 1965), de Arnaldo Jabor, 65’
. VIRAMUNDO (Brasil, 1965), de Geraldo Sarno, 37’
Mostra Olhar Retrospectivo – Su Friedrich e Outras Imagens para o Invisível
. PELO RIO ABAIXO (GENTLY DOWN THE STREAM, EUA, 1981), de Su Friedrich, 13’, cópia digital
. OS LAÇOS QUE UNEM (THE TIES THAT BIND, EUA, 1984), de Su Friedrich, 55’, DCP
. PARA SEMPRE CONDENADAS (DAMNED IF YOU DON’T, EUA, 1987), de Su Friedrich, 42’, cópia digital
. NADE OU AFUNDE (SINK OR SWIM, EUA, 1990), de Su Friedrich, 48’, cópia digital
. ESCONDE-ESCONDE (HIDE AND SEEK, EUA, 1996), de Su Friedrich, 63’, cópia digital
. AS CHANCES DE REGENERAÇÃO (THE ODDS OF RECOVERY, EUA, 2002), de Su Friedrich, 65’, cópia digital
. NÃO POSSO TE DIZER COMO ME SINTO (I CANNOT TELL YOU HOW I FEEL, EUA, 2016), de Su Friedrich, 42’, DCP
***Complementam a mostra filmes de outras autoras:
. A CONCHA E O CLÉRIGO (LA COQUILLE ET LE CLERGYMAN, França, 1928), de Germaine Dulac, 40’, cópia restaurada fornecida pela Light Cone
. AT LAND (EUA, 1944), de Maya Deren, 15’, cópia restaurada fornecida pela Re:Voir
. BEIJOS DE NITRATO (NITRATE KISSES, EUA, 1992), de Barbara Hammer, 67’, cópia remasterizada fornecida pela Electronic Arts Intermix
. CICLOS (CYCLES, EUA, 1989), de Zeinabu Irene Davis, 17’, cópia digital fornecida pela Women Make Movies
. LIÇÕES NA TEORIA BABY DYKE (LESSONS IN BABY DYKE THEORY, Canadá, 1995), de Thirza Cuthand, 3’, cópia digital
. NOTÍCIAS DE CASA (NEWS FROM HOME, França, Bélgica, 1977), de Chantal Akerman , 85’, cópia restaurada fornecida pela Chantal Akerman Foundation – Cinematek
. SENHORITAS EM UNIFORME (MÄDCHEN IN UNIFORM, Alemanha, 1931), de Leontine Sagan, 88’, cópia restaurada fornecida pela Beta Film GmbH
. THE WATERMELON WOMAN (THE WATERMELON WOMAN, EUA, 1996), de Cheryl Dunye, 90’, cópia restaurada fornecida pela Jingletown Films