Cinemas do IMS apresentam mostra Carta Branca a Jorge Bodanzky

Foto: “Hiroshima meu Amor”, de Alain Resnais

Para celebrar os 80 anos de Jorge Bodanzky, o Instituto Moreira Salles convidou o fotógrafo e cineasta para montar uma breve seleção de filmes que atravessaram sua vida enquanto artista e espectador. Intitulada Carta Branca a Jorge Bodanzky, a mostra será exibida nos cinemas do IMS Paulista, de 8 a 23 de dezembro, e do IMS Rio, de 8 a 20 de dezembro.

Entre títulos brasileiros e internacionais, com exibições em digital e 35mm, Bodanzky apresenta filmes históricos e de diferentes abordagens que marcaram sua trajetória. No dia 8 de dezembro, no IMS Paulista, o cineasta participa de um debate com Kleber Mendonça Filho, curador de Cinema do IMS.

Outro destaque é o Dezembro Vermelho, mês de conscientização para medidas de prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos de pessoas vivendo com HIV/aids. Os dois centros culturais exibem sete curtas-metragens de artistas de diferentes nacionalidades que tratam da realidade de quem vive com HIV hoje. A mostra é uma iniciativa do projeto internacional Day With(out) Art, da organização Visual Aids, e será apresentada em mais de cem instituições culturais ao redor do mundo. No IMS, a seleção está em cartaz até 28 de dezembro, na sede de São Paulo, e até 21 de dezembro, na sede do Rio.

Nascido em 1942 na cidade de São Paulo, Bodanzky construiu uma obra marcada pelas intersecções entre a fotografia e o cinema. O artista começou sua carreira como repórter fotográfico em veículos como Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo e as revistas Realidade e Manchete. Estreou como diretor de cinema com o filme “Iracema, uma Transa Amazônica” (1974), após ter fotografado uma série de longas-metragens entre 1968 e 1974. Como fotógrafo, trabalhou com diretores como Hector Babenco, Antunes Filho, Maurice Capovilla, Ana Carolina, entre outros. Desde o ano de 2013, seu acervo está sob a guarda do Instituto Moreira Salles.

Na mostra Carta Branca, o artista apresenta sete filmes que influenciaram sua obra e marcaram sua trajetória. O conjunto inclui por exemplo o curta-metragem “Aruanda” (1960), de Linduarte Noronha. Exibido em cópia 35mm, o filme trata da história do quilombo Olho d’Água da Serra do Talhado, localizado na Paraíba. Entre os títulos nacionais, está também “Ela Volta na Quinta” (2014), primeiro longa de André Novais Oliveira, no qual o diretor convida a própria família a interpretar versões ficcionais de si mesmos.

Para compor a mostra, Bodanzky também selecionou o longa-metragem “Nomadland” (2020), no qual a atriz Frances McDorman interpreta uma mulher que parte rumo a uma viagem exploratória pelo oeste americano, como uma nômade dos tempos modernos. Terceiro filme da diretora Chloé Zhao, “Nomadland” foi o grande vencedor do Oscar 2021, com os prêmios de Melhor Filme, Direção e Atriz.

Outro destaque é “Uma Mulher sob Influência” (1975), de John Cassavetes, também apresentado em cópia 35mm. Marco do cinema independente norte-americano e um dos filmes mais famosos do cineasta, o longa trata do tema da loucura e das opressões do ambiente doméstico.

Estão presentes ainda “Hiroshima meu Amor” (1959), de Alain Resnais, um dos principais filmes da Nouvelle Vague, o documentário “O Peso dos Sonhos” (1982), de Les Blank, sobre as conturbadas filmagens de “Fitzcarraldo”, de Werner Herzog, na Amazônia peruana, e o filme “O Cavalo de Turim” (2011), de Béla Tarr e Ágnes Hranitzky.

Ao longo do mês de dezembro, os cinemas do IMS Rio e IMS Paulista recebem a programação do Day With(out) Art 2022, iniciativa internacional organizada desde 1989 pela Visual Aids com o objetivo de celebrar as vidas das pessoas que vivem com HIV e lembrar do seu legado de luta e ativismo. Neste ano, mais de 100 museus e instituições culturais de todo o mundo exibem o programa de filmes Being & Belonging. A mostra chega ao IMS a partir de uma iniciativa do coletivo artístico AMEM.

O conjunto inclui sete curtas-metragens comissionados de artistas de diferentes nacionalidades. O programa trata de temas como pertencimento, identidade, afeto e isolamento. No curta “Lxs dxs Bichudas”, por exemplo, os artistas mexicanos Jhoel Zempoalteca e La Jerry exploram as maneiras pelas quais raça, gênero e geografia moldam a vida e os corpos das pessoas que vivem com HIV em seu país.

Em “Memória Vertical”, por sua vez, a argentina Camila Arce apresenta um poema sobre a experiência de nascer com HIV e crescer como parte da primeira geração com acesso a medicamentos antirretrovirais na América do Sul. Já no curta “O Beijo da Vida”, o americano Clifford Prince King reúne depoimentos de pessoas negras que vivem com o vírus, tema também abordado no vídeo “Aqui Estamos Nós: Vozes de Mulheres Negras que Vivem com HIV”, de Davina “Dee” Conner e Karin Hayes.

Dirigido por Santiago Lemus e Camilo Acosta Huntertexas, o curta “Amarelos” trata da hipervisibilidade enfrentada na Colômbia por pessoas que desenvolvem icterícia como efeito colateral dos medicamentos antirretrovirais de baixo custo fornecidos pelo governo. Em “Bandeiras Vermelhas, uma Carta de Amor”, Mikki investiga as possibilidades de representar o prazer proporcionado pelo uso de substâncias ilícitas, para além da imagem do dano. A mostra traz ainda o filme “Nuance”, no qual o artista sul-coreano Jaewon Kim apresenta os diálogos e sentimentos trocados com a sua parceira soronegativa.

Os curtas serão exibidos sempre na mesma sessão, um em seguida do outro, com entrada gratuita.

 

Dezembro Vermelho: Day With(out) Art 2022
1 a 28 de dezembro | IMS Paulista
1 a 21 de dezembro | IMS Rio
Entrada gratuita. Os ingressos serão distribuídos uma hora antes da sessão

Carta Branca a Jorge Bodanzky
8 a 23 de dezembro | IMS Paulista
8 a 20 de dezembro | IMS Rio
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
Os dias e horários de cada sessão podem ser conferidos no site do IMS

IMS Paulista: Avenida Paulista, 2424 – São Paulo/SP – (11) 2842-9120
IMS Rio: Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea – Rio de Janeiro/RJ – (21) 3284-7400

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