Em entrevista exclusiva, tenista Luisa Stefani diz: “Meta em Paris é o ouro”

Luisa Stefani está entre as melhores duplistas do mundo
Mubalada Abu Dhabi Open/Divulgação

 

Luisa Stefani vive um momento mágico em sua carreira. Neste ano, conquistou o título do Aberto da Austrália na chave de duplas mistas, ao lado de Rafael Matos. Em entrevista exclusiva ao Flashscore, a medalhista olímpica revelou que planeja voltar a disputar as chaves de simples dos torneios da WTA e garantiu que o objetivo em Paris é o ouro.

Luisa passou um ano longe das quadras por uma ruptura no ligamento do joelho direito, diagnosticada em setembro de 2021. Ela explica que a presença somente nas chaves de duplas faz parte de uma estratégia de retorno da lesão, mas reforça o desejo de se aventurar nos torneios de simples.

“Depois da lesão, eu achei mais prudente voltar nas duplas para me estabelecer e voltar a ter confiança no meu corpo. Melhorar até voltar a ter uma carreira de simples. Sempre que possível vou tentar jogar, e quem sabe no futuro volte a criar objetivos no circuito de simples“, explicou a paulista de 25 anos, que joga tênis desde os 10. “Mas, por enquanto, meu foco é nas duplas.”

Parceria fixa está no radar

Luisa Stefani disputou com a canadense Gabriela Dabrowski o “Sunshine Double”, como são conhecidos os torneios WTA 1000 de Indian Wells e Miami, nos Estados Unidos. As duas tiveram uma parceria de sucesso em 2021, quando venceram o WTA 1000 de Toronto e ficaram com o vice-campeonato em Cincinnati e San José.

Sem parceira fixa, a brasileira, em dupla com a canadense, parou nas quartas em Indian Wells e na primeira rodada em Miami. Stefani indicou que tem vontade de estabelecer uma continuidade com Dabrowski e que isso a ajudaria em termos de ranking.

“Ter uma parceria fixa e jogar várias vezes com a mesma tenista, com a Gabi (Gabriela Dabrowski), por exemplo… Nós temos mais tempo para construir e treinar juntas. Com isso vamos adaptando e aprendendo com as vitórias e derrotas. Também, obviamente, focar em um objetivo mais a longo prazo, que é disputar o WTA Finals no fim do ano”, analisou.

Foco no ouro em Paris 

Depois do bronze em Tóquio, a tenista naturalmente entrou no radar olímpico do Time Brasil para os Jogos de Paris em 2024. Luisa não se esquiva da responsabilidade e, sem revelar possíveis parcerias, diz que pretende jogar tanto nas duplas quanto nas duplas mistas.

“Já visando Paris 2024, a chave de simples é inviável, mas pretendo estar nas chaves de duplas femininas e duplas mistas. Com certeza, nossa meta lá vai ser buscar mais medalhas e o ouro para o Brasil. Sempre é assim quando competimos pelo nosso país, principalmente depois da nossa experiência em Tóquio”, disse a primeira medalhista olímpica da história do tênis brasileiro — ao lado de Laura Pigossi.

Tênis feminino brasileiro

Além de Luisa e Laura, o tênis feminino brasileiro vive um grande momento com Beatriz Haddad Maia, figura frequente nas principais chaves de simples e de duplas. Recentemente, Bia conquistou a melhor posição de uma brasileira na história do ranking de simples da WTA. Stefani contou uma história deste ano para exemplificar o grande momento das tenistas do país.

“Teve até uma situação engraçada em Indian Wells em que eu, a Bia e a Laura nos encontramos na sala de fisioterapia e comentamos: ‘Que momento!’. Quanto tempo faz que não temos três brasileiras em uma salinha de fisioterapia de um WTA 1000 e convivendo em um dos maiores torneios do mundo. Foi um momento muito legal e isso mostra o quão importante é essa fase do tênis feminino brasileiro“, disse.

A próxima competição de Luisa Stefani é justamente representando o tênis brasileiro. Nos dias 14 e 15 de abril, ela defenderá o país na Billie Jean King Cup, contra a Alemanha, em Stuttgart. Depois, seguirá nos torneios de saibro em parceria com Gabriela Dabrowski.

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