Cineclube Memorial À La Carte exibe filme clássico sobre a revolução cubana

A produção cinematográfica latino-americana é destaque no Cineclube Memorial À La Carte, que ocorre quinzenalmente no auditório da Biblioteca Latino-americana do Memorial da América Latina. Nessa quarta-feira (26/07), será exibido o clássico “Eu Sou Cuba” (1964), filme produzido a partir de uma parceria entre o país caribenho e a antiga União Soviética.

O longa traça um perfil de um período de transição que o país atravessou, entre a derrubada do regime de Batista e a revolução comunista, a partir de quatro histórias diferentes. Maria, de Havana, fica envergonhada após seu pretendente descobrir como ela ganha a vida. O idoso camponês Pedro tem as terras onde cultivava vendidas para uma empresa. Um universitário vê seus amigos serem atacados pela polícia, quando distribuíam panfletos a favor de Fidel Castro, enquanto uma família de camponeses é ameaçada pelas forças de Batista.

Quando lançado, o filme não foi exibido fora de Cuba e da União Soviética, onde foi exibido apenas em cerca de 8 salas. Para a famosa longa tomada que começa no topo do hotel, e depois serpenteia e desce até a piscina, a câmera foi segurada com as mãos, passada de um membro da equipe para outro, para fazer o seu caminho pela lateral do hotel até a piscina, e a lente da câmera havia sido equipada com um disco de vidro giratório de alta velocidade retirado de um periscópio de submarino.

A União Soviética, que financiou o filme, reclamou que a obra se concentrava demais na “arte pela arte”, deixando de cumprir seu papel de “um filme para o bem das pessoas”, e, consequentemente, eles acusaram o diretor Mikhail Kalatozov de “formalismo”. Ainda assim, o filme se tornou um verdadeiro clássico entre os cinéfilos, tornando-se uma referência no experimentalismo do cinema latino-americano.

As sessões do Cineclube Memorial À La Carte, gratuitas, serão acompanhadas de debates com duração de até 15 minutos sobre as obras em questão. A mediação dos encontros ficará a cargo de funcionários do Memorial e convidados para a sessão.

A programação já conta com outros dois filmes confirmados: o brasileiro “A Culpa” (1971), em 9 de agosto, e o argentino “De Amor e de Sombras” (1994), em 23/08.

O cineclube é fruto de uma parceria entre Memorial da América Latina e o Grupo Belas Artes. A empresa, que gere o canal de streaming À La Carte, oferecerá aos participantes do clube, ao final de cada sessão, um cupom com um mês de assinatura gratuita da plataforma.

O auditório da Biblioteca Latino-Americana tem capacidade para receber até 100 pessoas. Para assistir às sessões do Cineclube, basta chegar no local com pelo menos dez minutos de antecedência. A entrada do Memorial mais próxima da biblioteca é o Portão 2, a 300 metros da saída da Estação Barra Funda (Metrô, CPTM, Rodoviária) e logo ao lado da Universidade Nove de Julho (Uninove) – Memorial.

A programação prevista pode ser consultada no site memorial.org.br ou nas redes sociais da Fundação (@memorialdaamericalatina).

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