Perspectivas do cinema brasileiro para 2024

Foto: “O Auto da Compadecida 2”, de Guel Arraes e Flávia Lacerda

Por Maria do Rosário Caetano

O ano de 2024 começou bem para o cinema brasileiro, que vivia em estado de catatonia desde a combinação pandemia-Governo Bolsonaro. Depois do relativo sucesso de “Nosso Sonho”, sobre a dupla Claudinho e Buchecha, e “Mussum, o Filmis”, duas produções nacionais – “Minha Irmã e Eu”, a comédia das “manas goianas”, e “Mamonas Assassinas”, cinebiografia da banda de Guarulhos –  ocuparam 55% de nosso circuito exibidor. O primeiro filme já ultrapassou a casa do milhão de espectadores, e o segundo vendeu 600 mil ingressos em menos de 20 dias.

E agora? Há títulos em número suficiente para continuar o diálogo com o grande público e ampliar o market share da produção brasileira, reduzido ano passado a míseros 3%?

Filmes há e em quantidade expressiva (ver listas abaixo). Muitos com distribuição garantida e datas marcadas na detalhada agenda do Boletim Filme B, publicação especializada em mercado cinematográfico editada por Paulo Sérgio Almeida.

Há estreias programadas para as próximas semanas – caso de “Aumenta que é Rock’n Roll”, sobre a Rádio Fluminense, conhecida como “A Maldita” (primeiro de fevereiro), e “O Meu Sangue Ferve por Você”, descolada e cantante-dançante cinebiografia de Sidney Magal (22 de fevereiro).

Até dezembro – mês do lançamento da animação “A Arca de Noé”, baseada em músicas infantis de Vinícius de Moraes, e de “O Auto da Compadecida 2”, sequência do sucesso de Guel Arraes – devem passar por telas brasileiras produções muito esperadas. Caso de “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles e Daniela Thomas, que recria o livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, sobre sua mãe, Eunice, companheira do desaparecido político Rubens Paiva. E também obras baseadas em grandes nomes da literatura brasileira, como o mineiro Guimarães Rosa e a ucraniano-carioca Clarice Lispector. Numa mesma fonte – “Grande Sertão: Veredas” — beberam Guel Arraes (“Grande Sertão”, programado para 30 de maio), e “O Diabo na Rua, no Meio do Redemoinho”, de Bia Lessa (com data a definir).

Luiz Fernando Carvalho assina e Maria Fernanda Cândido protagoniza a recriação clariciana “A Paixão Segundo G.H.” (estreia em 28 de março).

“A Arca de Noé”, de Sérgio Machado

Estes títulos terão cacife para atrair o público?

Com a greve de 100 dias que paralisou a produção norte-americana, há quem acredite que Hollywood não contará com produções de Super-Heróis em número suficiente para ocupar mais de 80% de nosso mercado interno (de pouco mais de 3 mil salas), como aconteceu tantas vezes.

Imaginar que filmes com temática política (mesmo que centrado em personagem feminina – Eunice Paiva) ou derivado de fonte literária vão salvar as bilheterias brasileiras é assumir aposta de alto risco.

O novo longa-metragem de Walter e Daniela, embora se refira às consequências de fato ocorrido no momento mais duro da ditadura militar brasileira (a tragédia que se abateu sobre a família de Rubens Paiva) tem a seu favor elenco encabeçado por duas Fernandas muito especiais, a Torres e a Montenegro. E Selton Mello como o deputado Rubens Paiva. Além do mais, Walter Salles conta em sua trajetória um grande sucesso (“Central do Brasil”, que vendeu mais de 1,6 milhão de ingressos).

Destacam-se na lista de lançamentos, organizada pelo Boletim Filme B, títulos de apelo comercial explícito. Caso de “Os Farofeiros 2”, de Roberto Santucci, do espírita “Nosso Lar 2 – O Mensageiro”, de Wagner Assis (o primeiro vendeu 4 milhões de ingressos), “Silvio Santos, o Sequestro” e “Turma da Mônica Jovem – Reflexos do Medo”, ambos de Maurício Eça, “Príncipe Lu e a Lenda do Dragão”, de Leandro Neri (com o influencer Luccas Neto), “O Meu Sangue Ferve por Você”, de Paulo Machline, e “Deus Ainda é Brasileiro”, de Carlos Diegues (o primeiro registrou 1,7 milhão de tíquetes).

E há que se fazer registro especial: 2024 é o ano do sexagenário de criação da Turminha da Mônica. Por isso, além da versão adolescente da galera (“Reflexos do Medo”, estreia dessa quinta-feira, 18 de janeiro), o público poderá prestigiar mais dois filmes com a marca do pai de Cebolinha, Cascão e Magali: “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, de Fernando Fraiha, e “Maurício de Sousa, o Filme”, cinebiografia assinada por Pedro Vasconcelos e Rafael Salgado. Este, com distribuição da poderosa Disney!

Um filme de empenho cultural e já com data agendada é “Angicos”, de Felipe Hirsch (5 de setembro, véspera do feriado da Independência). Embora o título possa não significar muito para a juventude brasileira, faixa que mais comparece às salas de exibição, e o cineasta tenha fama de dirigir filmes “cabeçudos”, dois trunfos o recomendam como possível sucesso junto ao público adulto (e estudantil, caso UNE e UMES se mobilizem para divulgá-lo): o protagonista Wagner Moura e a força de sua distribuidora, Downtown-Paris Filmes.

Como o silêncio cercou as filmagens comandadas por Hirsch, não se sabe se o intérprete do Capitão Nascimento (no blockbusters “Tropa de Elite 2”) dará vida ao educador Paulo Freire ou a um dos adultos da cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, alfabetizados pelo método-base do pedagogo da libertação.

Além do segmento das comédias, que continuam atraindo os maiores segmentos do público, há que se destacar o filão das cinebiografias. Quando elas se somam a temas policiais, as chances de sucesso aumentam. Daí o interesse pelo filme que registra o sequestro de Silvio Santos, que tem Rodrigo Faro como protagonista.

Cinebiografias que contam com personagem oriundo do mundo do crime podem resultar mobilizadoras. Basta lembrar “Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia” (6 milhões de ingressos na década de 1970). Agora, as atenções estão voltadas para a vida de um dos integrantes da Scuderie Le Cocq, Mariel Araújo Mariscot de Matos (1940-1981). O longa-metragem de Mauro Lima – “Mariel, 0 Homem de Ouro” – tem estreia programada para o dia 9 de setembro.

O policial que se transformou em integrante do Esquadrão da Morte era um homem bonito (para interpretá-lo foi escalado Renato Góes) e sedutor. Foi companheiro da atriz Darlene Glória, quando ela estava no auge de sua beleza e sucesso. Juntos tiveram um filho. Para interpretar a protagonista do rodriguiano “Toda Nudez Será Castigada” foi escalada a atriz Luísa Arraes.

“Angicos”, de Felipe Hirsch

As atrações que têm a comédia como gênero são, mais uma vez, as mais numerosas. Até Bruno Barreto, diretor do blockbuster “Dona Flor e seus Dois Maridos” (quase 11 milhões de espectadores) abraçou com gosto o segmento. Depois de dialogar com a comédia rasgada (e televisiva) com “Crô, o Filme”, ele assina “Férias Trocadas” (lançamento em 14 de fevereiro). Seu protagonista é Edmilson Filho, o ator consagrado pelas comédias cearenses de Halder Gomes. Que, aliás, continua fiel ao humor e a seu intérprete-fetiche. O lutador de artes marciais Edmilson Filho encabeça o elenco de “C.I.C. – Central de Inteligência Cearense”. Distribuição Downtowm-Paris Filmes, pois Bruno Wainer e Márcio Fraccaroli foram os primeiros distribuidores a abraçar o cinema do diretor de “Cine Holliúdy”.

Seguindo a trilha das franquias comerciais de Hollywood, muitas comédias voltam com sua parte 2 (ou quatro, no caso de “Até que a Sorte nos Separe”). Mara Mourão assina “Avassaladoras 2.0”. Até o paranaense Marcos Jorge, que causou frisson no circuito de arte com “Estômago”, protagonizado por João Miguel e Fabíula Nascimento (90 mil ingressos), resolveu retornar à sua curiosa mistura de sexo, culinária, crime e mundo prisional. “Estômago 2”, cuja estreia está agendada para 18 de abril, tem distribuição dupla da Downtown e Paris Filmes e subtítulo dos mais atrativos – “O Poderoso Chef”. Não é o Chefão de Coppola, mas um “chef de cuisine”.

Curioso notar que o cinema de animação conta, esse ano, com quatro títulos com distribuição garantida: “Bizarros Peixes das Fossas Abissais”, de Marão, para esta quinta-feira, 18 de janeiro, “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, de Fernando Fraiha (27 de junho, portanto de olho nas férias de julho), “Tainá e os Guardiões da Amazônia – Em Busca da Flecha Azul”, de André Forni e Carlos Luzzi (18 de julho), e “A Arca de Noé”, de Sérgio Machado, este muito aguardado, e previsto para as férias de dezembro. Vale lembrar que Vinícius de Moraes é pé-quente. Sua cinebiografia documental, “Vinícius” (Miguel Faria Jr, 2005), vendeu quase 300 mil ingressos (excelente dado para títulos de não-ficcão).

No terreno do filme de empenho artístico, o cardápio é dos mais variados. Mas o Boletim Filme B ainda não registra as datas de lançamento de títulos como o baiano “Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, de Haroldo Borges, vencedor de muitos prêmios (de Mar del Plata ao Festival do Rio, da Mostra SP ao festivais Aruanda e Gostoso), o cearense “Estranho Caminho”, de Guto Parente, premiado no Tribeca de Nova York, o mineiro  “O Dia que te Conheci”, de André Novais Oliveira, o carioca “Diabo na Rua, no Meio do Redemunho”, de Bia Lessa, nem para o paulistano “A Batalha da Rua Maria Antônia”, de Vera Egito, Troféu Redentor no Festival do Rio.

Não há datas agendadas também para documentários que despertaram grande interesse no circuito anual de festivais, caso de “Othelo, o Grande”, de Lucas H. Rossi, “Samuel e a Luz”, de Vinícius Girny, “Nada Será Como Antes, a Música do Clube da Esquina”, de Ana Rieper,  “Lô Borges, Toda essa Água”, de Rodrigo de Oliveira e Vânia Catani, e “A Transformação de Canuto”, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto Carvalho.

CARTELA DE LANÇAMENTOS

Downtown-Paris Filmes:

. “Os Farofeiros 2”, de Roberto Santucci
. “Férias Trocadas”, de Bruno Barreto
. “Tô de Graça, o Filme”, de César Rodrigues
. “Estômago 2 – O Poderoso Chef”, de Marcos Jorge
. “Jorge da Capadócia”, de Alexandre Massafer
. “Morando com o Crush”, de Hsu Chien
. “Bandida, a Número 1”, de João Wainer
. “Mallandro, o Errado que Deu Certo”, de Marco Antônio de Carvalho
. “Grande Sertão”, de Guel Arraes
. “Paixão Segundo G.H.”, de Luiz Fernando Carvalho (Paris)
. “Ainda Somos os Mesmos”, de Paulo Nascimento
. “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, de Fernando Fraiha
. “Todo Mundo Ainda Tem Problemas Sexuais”, de Renata Paschoal
. “Tainá e os Guardiões da Amazônia – Em Busca da Flecha Azul”, de André Forni e Carlos Luzzi
. “Angicos”, de Felipe Hirsch
. “Mariel, o Homem de Ouro”, de Mauro Lima
. “As Dez Vantagens de Morrer Depois de Você”
. “C.IC. – Central de Inteligência Cearense, de Halder Gomes
. “Até que a Sorte Nos Separe 4”, de Roberto Santucci
. “Uma Advogada Brilhante”, de Alê Machado

Imagem Distribuidora:

. “Turma da Mônica Jovem – Reflexos do Medo”, de Maurício Eça
. “Silvio Santos, o Sequestro”, de Maurício Eça
. “Se a Vida Começasse Agora”, de Alexandre Klemperer
. “Deus Ainda é Brasileiro”, de Carlos Diegues
. “As Polacas”, de João Jardim
. “Uma Babá Gloriosa”, de Juan Pablo Pires
. “Apaixonada”, de Nathalia Wart
. “A Arca de Noé”, de Sérgio Machado

Distribuidora H2O:

. “O Auto da Compadecida 2”, de Guel Arraes e Flávia Lacerda
. “Príncipe Lu e a Lenda do Dragão”, de Leandro Neri
. “Aumenta que é Rock’n Roll”, de Tomás Portella
. “Dois é Demais em Orlando”, de Rodrigo Van Der Put

Majors (Warner e Disney):

. “Nosso Lar 2” – O Mensageiro”, de Wagner Assis (Disney)
. “Maurício de Sousa, o Filme”, de Pedro Vasconcelos e Rafael Salgado (Disney)
. “Avassaladoras 2.0.”, de Mara Mourão (Disney)
. “Overman, o Filme”, de Tomás Portella (Disney)
. “Vidente por Acidente”, de Rodrigo Van Der Put (Disney)
. “Cedo Demais”, de José Lavigne (Disney)
. “Evidências do Amor”, de Pedro Antônio Paes (Warner)

Distribuidora Manequim:

. “O meu Sangue Ferve por Você”, de Paulo Machline

Outras Distribuidoras:

. “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião
. “Bizarros Peixes das Fossas Abissais”, de Marão
. “Saudosa Maloca”, de Pedro Serrano
. “Morcego Negro”, de Chaim Litewski e Cleison Vidal
. “Servidão”, de Renato Barbieri
. “Toda Noite Estarei Lá”, de Tati Franklin e Suellen Vasconcelos
. “Os Dragões”, de Gustavo Spolidoro
. “Amanhã”, de Marcos Pimentel
. “A Música Natureza de Léa Freire”, de Lucas Weglinski
. “Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos”, de Daniela Broitman

ANIMAÇÕES:

. “Bizarros Peixes das Fossas Abissais”, de Marão
. “Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa”, de Fernando Fraiha
. “Tainá e os Guardiões da Amazônia – Em Busca da Flecha Azul”, de André Forni e Carlos Luzzi
. “A Arca de Noé”, de Sérgio Machado

Datas por definir:

. “Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, de Haroldo Borges
. “O Dia Que Te Conheci”, de André Novais Oliveira
.  “Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, Bia Lessa
. “Levante”, de Lillah Halla
. “Othelo, o Grande”, de Lucas H. Rossi
. “A Batalha da Rua Maria Antônia”, de Vera Egito
. “Estranho Caminho”, de Guto Parente
. “Mais Pesado que o Céu”, de Petrus Cariry
. “Represa”, de Diego Hoefel
. “Quando Eu me Encontrar”, de Amanda Pontes e Micheline Helena
. “No Céu da Pátria Nesse Instante“, de Sandra Kogut
. “Mais Um Dia, Zona Norte”, de Allan Ribeiro
. “A Transformação de Canuto”, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto Carvalho
. “Samuel e a Luz”, de Vinícius Girnys
. “Nada Será Como Antes, A Música do Clube da Esquina”, de Ana Rieper
. “Lô Borges, Toda Essa Água”, Rodrigo de Oliveira e Vânia Catani
. “A Festa de Léo”, de Luciana Bezerra e Gustavo Melo
. “Peréio, Eu Te Odeio”, de Tasso Dourado e Allan Sieber
. “A Alegria é a Prova dos Nove”, de Helena Ignez
. “Até Que a Música Pare”, de Cristiane Oliveira
. “O Mensageiro”, de Lúcia Murat
. “Arte da Diplomacia”, de Zeca Brito
. “O Barulho da Noite”, de Eva Pereira
. “Ana”, de Marcus Faustini
. “Adriana Varejão – Entre Carnes e Mares”, de Andrucha Waddington e Pedro Buarque de Hollanda
. “Citrotoxic”, de Júlia Zakia
. Homem com H, de Esmir Filho
. “Meu Casulo de Drywall”, de Carolina Fioratti
. “Telas”, de Leandro Godinho
. “Ouvidor”, de Matias Borgstöm
. “Euclydes”, de Rafael Machado
. “Porto Príncipe”, de Maria Emília Azevedo
. “A Planta”, de Beto Brant
. “Partido”, de César Charlone
. “Noite e Dia – Lima Barreto Vida e Obra”, de Rodrigo Grota
. “Quando o Manto Fala e o que o Manto Diz”, de Glicéria Tupinambá e Alexandre Mortágua
. “Lenita”, de Dácio Pinheiro
. “De Longe Toda Serra é Azul”, de Netto Borges
. “Inventor de Imagens Perdidas”, de Gustavo Galvão
. “O Vazio do Domingo”, de Gustavo Galvão
. “A Metade de Nós”, de de Flávio Botelho
. “Agreste”, de Sérgio Roizenblit
. “A Portas Fechadas”, de João Pedro Bin
. “On off”, de Lírio Ferreira
. “O Mel é Mais Doce que o Sangue”, de André G. Lopes
. “Línguas da Nossa Língua”, de Estevão Ciavatta
. “Utopia Tropical”, de João Amorim
. “A Flor do Buriti”, de João Salaviza e Renée Nader Messora
. “Eu sou Maria”, de Clara Linhart
. “Termodielétrico”, de Ana Costa Ribeiro
. “Nas Ondas de Dorival Caymmi”, de Locca Faria
. “Dois Sertões”, de Caio Resende e Fabiana Leite
. “Mulheres Radicais”, de Isabel Nascimento Silva
. “Helô”, de Lula Buarque de Hollanda.
. “Uma Família Feliz”, de José Eduardo Belmonte
. “Sem Pátria” (The Ballad of a Hustler), de Heitor Dhalia
. “Leme do Destino”, de Júlio Bressane (73’)
. “A Longa Viagem do Ônibus Amarelo”, Júlio Bressane e Rodrigo Lima (7 horas)
. “Zé”, de Rafael Conde
. “Rodas de Gigante”, de Catarina Accioly
. “Ecos do Silêncio”, de André Luiz Oliveira
. “O Sonho de Clarice”, de Fernando Gutierrez e Guto Bicalho
. “Não Existe Almoço Grátis”, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel

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