Cinemateca Brasileira e Cinusp apresentam a mostra Jorge Furtado: Tudo isso aconteceu, mais ou menos
Foto: Cena de “Anchietanos”
Cinemateca Brasileira e Cinusp, cinema da Universidade de São Paulo, se unem em mais uma parceria para trazer ao público uma retrospectiva de filmes do cineasta brasileiro Jorge Furtado. Entre os dias 22 de abril e 3 de maio, no Cinusp, e 27 de abril e 5 de maio, na Cinemateca Brasileira, a mostra Jorge Furtado: Tudo Isso Aconteceu, Mais ou Menos reúne a extensa filmografia de um dos diretores mais importantes e renomados do país, celebrando sua prolífica trajetória no cinema, ao longo de exatas quatro décadas. Além da exibição de filmes clássicos e outros menos conhecidos, a programação conta também com o lançamento do livro homônimo à mostra, organizado por Wilq Vicente, criador da mostra, e publicado em conjunto pelas duas instituições.
Natural de Porto Alegre, Furtado começou sua carreira no jornalismo e logo se adentrou no meio cinematográfico, fundando uma produtora e a cooperativa Casa de Cinema de Porto Alegre. Ele inicia sua filmografia com o que viria a ser uma extensa e célebre produção de curta-metragens, que é reconhecida e continua até hoje situando-o como um dos maiores diretores e roteiristas do Brasil.
Em seus primeiros cinco curtas, reunidos na Sessão de Curtas Anos 80, já podemos observar seus traços estilísticos mais marcantes. As referências televisivas, a aproximação com o documentário e a constante mistura de ficção e realidade são aspectos que permeiam quase toda a carreira do cineasta. Estes elementos, misturados a um humor de alto nível, são a base do seu curta de maior alcance, “Ilha das Flores”, premiado com o Urso de Prata no Festival de Berlim de 1990 e classificado como o melhor curta-metragem brasileiro da história pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema, em 2019.
Dando continuidade à sua trajetória, a Sessão de Curtas Anos 90 também revela temas e formatos fundamentais para o diretor, como o consumismo, as relações de trabalho modernas e a sensação de aprisionamento das cidades. Por fim, na Sessão Novo Milênio, os curta-metragens mais recentes de Jorge Furtado revelam uma grande diversidade de estilos, consolidados pelo diretor ao longo de quatro décadas de trabalho no audiovisual.
Integram ainda a mostra oito de seus longas, com destaque para os clássicos “O Homem que Copiava” e “Saneamento Básico, o Filme”. Este último, juntamente de “Ilha das Flores”, abre a mostra na Cinemateca Brasileira, com a presença do diretor e o lançamento do livro. Furtado participa também de um debate no Cinusp, após a sessão de Comédias da Vida Privada: “Anchietanos” e “Até a Vista”.
A programação é inteiramente gratuita. Na Cinemateca Brasileira, os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada sessão. No Cinusp, a entrada é por ordem de chegada.