Itaú Cultural Play apresenta mostra de cineastas indígenas mulheres

Na sexta-feira, dia 24, entra na plataforma gratuita do Itaú Cultural, dedicada ao cinema brasileiro, a mostra “Sob o olhar delas: novas perspectivas do cinema indígena”, com curadoria da Katahirine – Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas, um coletivo que busca fortalecer e visibilizar a produção destas cineastas, tanto do Brasil quanto dos demais países da América Latina.

O objetivo da rede é criar um espaço coletivo para fortalecer e visibilizar a produção audiovisual das mulheres indígenas do Brasil e demais países da América Latina. Katahirine é uma palavra da etnia Manchineri que significa constelação. Assim como o próprio nome sugere, este amplo coletivo representa a pluralidade, conexão e a união de mulheres diversas que se apoiam e promovem diretoras indígenas no audiovisual brasileiro.

Em “Horizonte Colorido” (foto), de Graciela Guarani, Tiniá é uma jovem artista indígena, filha de pais das etnias Guarani e Pankararu. Admiradora das cores, ela costuma pintar paisagens da natureza, mitos e personagens de sua cultura. A partir de seus quadros e de seu cotidiano em uma aldeia do Mato Grosso do Sul, o filme captura a riqueza de seu universo artístico, pleno de imagens ancestrais.

Para o povo indígena Guarani M’bya, o milho é um alimento sagrado e admirado pelos espíritos, que o guardam em suas moradas. Em “Aguyjevete, Avaxi’i”, a diretora Kerexu Martim, inspirada pela íntima relação entre o sagrado e o mundo terreno, retrata o plantio e a colheita desta planta na Aldeia Kalipety, território indígena localizado em São Paulo, maior cidade do país. Premiado na Mostra de Cinema de Tiradentes, o filme também participou da mostra Competitiva Brasileira de curtas do É Tudo Verdade.

Com direção coletiva, “Singyat – Pescaria do Timbó” mostra adultos e crianças do povo indígena Kaiabi na prática diurna de recolher galhos e troncos na floresta. À noite, eles saem para colocar as armadilhas feitas das madeiras, usadas para a pesca do timbó. Em uma narrativa conduzida por um grupo de realizadoras Kaiabi, o filme registra este ritual coletivo, alegre e cheio de cuidados.

Viajando livremente entre o mundo mítico e a realidade cotidiana, “Ibirapema”, de Olinda Tupinambá, uma indígena da mesma etnia percorre diferentes espaços e tempos – da mata ao asfalto, passando ainda por museus onde peças dos povos originários estão expostas. Nessa travessia, essa personagem encantada interage com a arte ocidental do homem branco, dialoga com sua cidade de concreto e com suas florestas domesticadas.

O Nixi pae é uma bebida sagrada usada pelo povo indígena Huni Kuin em seus rituais xamânicos. Durante certo tempo, seus poderes medicinais foram consagrados unicamente aos homens. Mas essa hegemonia foi derrubada desde que as mulheres Huni Kuin reivindicaram o direito de celebrá-lo. O longa “Rami Rami Kirani”, de Lira Mawapai Huni Kuin e Luciana Txirá Huni Kuin, registra, a partir da perspectiva feminina, os preparativos dessa cerimônia.

Estes e todos os conteúdos da plataforma de cinema brasileiro do Itaú Cultural podem ser acessados gratuitamente em www.itauculturalplay.com.br ou por meio do aplicativo para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast. Também disponível nas smart TVs da LG e na Apple TV.

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