“Porto Príncipe”, sobre racismo e xenofobia, é o longa de estreia de Maria Emília de Azevedo
O drama “Porto Príncipe”, longa-metragem de estreia de Maria Emília de Azevedo, mostra como a força da amizade inusitada entre Bertha (Selma Egrei) e Bastide (Diderot Senat), duas pessoas com histórias muito distintas, consegue prevalecer sobre o racismo e a xenofobia presentes na sociedade.
Distribuída pela O2 Play, a produção da Dois Plátanos, em parceria com a Cafeína Produções, chega aos cinemas brasileiros a partir de 13 de junho, em Florianópolis. O longa também contará com uma pré-estreia aberta ao público de São Paulo, no Itaú Cultural, no dia 18 de junho. A estreia em São Paulo e Rio de Janeiro será no dia 20 junho.
Em “Porto Príncipe”, Bertha, uma mulher viúva que vive isolada em uma chácara na serra catarinense, enfrenta dificuldades para manter a propriedade funcionando. Ela vive pressionada pelo filho, Henrique, que deseja a mudança de sua mãe para morar com ele na cidade. Ao saber da vinda de imigrantes refugiados vindos do Haiti a Santa Catarina, Bertha decide convidar Bastide para trabalhar e morar com ela. O convívio transforma a relação de trabalho entre Bertha e Bastide em uma amizade sincera entre duas pessoas de culturas diferentes, que compartilham ideias e sentimentos em comum. Mas a chegada do haitiano alimenta a hostilidade de Henrique, que fará o possível para afastar os dois.
O filme aborda questões veladas como etarismo, racismo e xenofobia em suas diferentes formas. Seja através de olhares, diálogos, ou ações, o longa-metragem apresenta um incômodo silêncio que provoca o público, levando-o a refletir sobre a realidade dos imigrantes negros no país. A ficção de Maria Emília mostra o preconceito oculto na sociedade brasileira, sentido diariamente por pessoas negras, principalmente em regiões onde facções nazi-fascistas aumentam a cada ano.
“Porto Príncipe” passou por diversos festivais de cinema, incluindo 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, 18th Trinidad+Tobago Film Festival, 22nd New York Latino Film Festival, 27º Florianópolis Audiovisual Mercosul, 12th Africa International Film Festival – AFRIFF, 32nd Annual Pan African Film Festival, 15º FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, 26ès Rencontres du Cinéma Sud-Américain de Marseille, 30º Festival de Cinema de Vitória, entre outros.
Durante o 27º Cine Pernambuco, o longa recebeu os prêmios de Melhor Filme e Melhor Ator para Diderot Senat. Já no Bogotá International Film Festival, além da láurea de melhor filme, Maria Emília Azevedo, estreando como diretora de longa, levou o prêmio de melhor direção.