Canal Brasil exibe a série “Puta Retrato – Trabalhadoras Sexuais”
A série “Puta Retrato – Trabalhadoras Sexuais”, dirigida por Claudia Priscilla e Kiko Goifman, será exibida no Canal Brasil, nesta segunda, 9 de dezembro, a partir das 21h, em formato de maratona com três episódios em sequência. Com depoimentos de profissionais do sexo brasileiras e de diferentes gerações, a série conta histórias e experiências que dão uma visão plural sobre assuntos como a liberdade de uso do corpo, desejos, fantasias, fetiches, conceitos de feminismo e putafeminismo, maternidade, dinheiro e negócios, marginalização, entre muitos outros.
O primeiro episódio apresenta quatro personagens: a educadora social e prostituta há 32 anos, Betânia Santos, de 50 anos, que está à frente da Associação Mulheres Guerreiras: Profissionais do Sexo Unidas Pelo Respeito na região, ligada à Central Única dos Trabalhadores. Ela conduz o espectador pelas ruas e boates do Jardim Itatinga, bairro da cidade de Campinas totalmente dedicado ao trabalho sexual.
Retrata também Amara Moira, 38 – escritora, professora de literatura e a primeira mulher trans a obter o título de doutora pela Unicamp usando seu nome social –, que conversa com a trabalhadora sexual Monique Prada. Ela mora em Porto Alegre e publicou o manifesto Putafeminista em 2018. O episódio traz ainda Nathy Sininho, 33, que trabalha como acompanhante e grava conteúdos pornôs para as redes sociais.
O segundo episódio da série mostra as jornadas de gerações de profissionais do sexo na cidade de Belém: Lourdes Barreto, de 80 anos, Maria Elias Mary, 46, Ana Lívia, 27, que atende a elite da cidade, além da travesti, trabalhadora sexual e ativista Jéssica Marajoara, 43.
Lourdes fundou a Rede Brasileira de Prostitutas (RBP), considerado o primeiro movimento em rede das trabalhadoras sexuais da América Latina, em 1987. Em fevereiro do ano passado, Lourdes lançou sua autobiografia intitulada “Lourdes Barreto: Puta Biografia”, que traz o relato da sua trajetória de vida e luta por políticas públicas, principalmente, em relação à prevenção do vírus HIV e da Aids. Lourdes se orgulha dos mais de seus 50 anos de trabalho e 35 anos na luta pelos direitos das mulheres. Na última terça-feira, 3 de dezembro, ela foi eleita como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo em 2024, pela rede britânica BBC, ao lado de nomes como a ativista Gisèle Pelicot, defensora dos direitos de mulheres vítimas de abusos e violências sexuais, e a atriz Sharon Stone, que luta em prol de pessoas que vivem com HIV.
Maria Elias é fundadora do Coletivo Coisa de Puta, formado por mulheres que contraíram o vírus HIV. Ativista pelos direitos das protistutas e defensora da dignidade do trabalho sexual.
O último episódio traz uma radiografia das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Krystal Fokatrua, 25, é uma mulher trans e trabalhadora sexual. Além disso, é bailarina, DJ, performer e criadora do grupo Fokatrua que cuida de mulheres trans e travestis em situação de vulnerabilidade.
A série também trata do mundo do BDSM. Rayssa Garcia, 36, é dominatrix (dominadora), trabalha como produtora de conteúdo adulto, tem três filhos e é casada há 17 anos com um ator pornô. Lady Brigitte, 30, é formada em teatro, estudou Letras e faz mestrado na USP. Se descobriu Dominatrix quando começou a frequentar o bar Casa Dominatrix em São Paulo.
No Rio de Janeiro, o espectador vai conhecer a história da carioca e graduanda em Direito Aími Kokoro, de 29 anos. Ela começou no trabalho sexual com 18 anos e hoje atende a classe média alta e elite no Rio. Traz também Tayná Cavalcanti, 29, que faz parte do Coletivo Puta Davida e começou a atender clientes em Copacabana depois que perdeu um emprego. Ela é mãe e sente orgulho de sua profissão. Vivi Castelo, 48, atende em Copacabana onde mora com seus cinco filhos. Decidiu começar com o trabalho sexual após seu divórcio para manter sua família. Fundadora do Coletivo das Divas, uma rede de apoio com mais de 420 trabalhadoras sexuais.
“Puta Retrato – Trabalhadoras Sexuais” é dedicada à memória de Bárbara Vergetti Souza, a Babi, presente neste episódio, que também trabalhava em Copacabana e conta sua trajetória nas noites cariocas. Ela teve sua vida tragicamente interrompida pela violência. O objetivo da série é que sua história inspire mudanças e lembre da importância de lutar por justiça, segurança e dignidade para todas as mulheres.
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