“Anhangabaú” ganha exibição gratuita no aniversário de São Paulo
Foto © Paola Alfamor/Elixir Entretenimento
As construções simbólicas de uma cidade em disputa. A comunidade indígena Guarani Mbya se une a Ocupação Ouvidor 63, a maior ocupação artística da América Latina, e ao grupo Teatro Oficina. Este é o tema de “Anhangabaú”, longa documental de Lufe Bollini.
O filme ganha, na sexta-feira (24/01), às 15h, uma masterclass, ministrada pelo diretor e o produtor e diretor de fotografia Rafael Avancini, sobre o processo criativo e a relação dos personagens com a cidade, na Caixa Cultural (Praça da Sé, 111). No mesmo local, acontece, no sábado (25/01), a pré-estreia de “Anhangabaú”, às 15h, com entrada franca. A exibição integra o ciclo comemorativo aos 471 anos da cidade de São Paulo. A inscrição para para a masterclass e a sessão podem ser feitas no site da Caixa Cultural. A indicação classificativa é a partir de 16 anos.
“Anhangabaú” levou o prêmio de melhor documentário do 51º Festival de Cinema de Gramado, prêmio de melhor filme da crítica no Festival de Cinema de Balneário Camboriú e de melhor montagem no Festival de Cinema da Fronteira. O filme também teve a mentoria de montagem de Jordana Berg no DocSP. “Anhangabaú” tem produção da Elixir Entretenimento, Kino-Cobra Filmes e Fogo no Olho Filmes.
Ao longo de sua duração, o documentário estabelece pontes entre os conflitos pelo território indígena Guarani Mbya com a resistência da ocupação artística e o Teatro Oficina.
Rodado entre 2014 e 2020 na capital paulista, o filme traz várias camadas narrativas inspiradas pelo antropólogo e arquiteto italiano Massimo Canevacci em seu livro “A Cidade Polifônica” (1993). Com essa referência, o doc traz à tela uma cidade que só pode ser compreendida através da sobreposição de acontecimentos. Somados, estes podem traduzir um pouco da incessante disputa de territórios entre o capital especulativo e as comunidades que estão à margem da sociedade de consumo.
Entre os personagens do documentário estão Zé Celso Martinez Corrêa (1937-2023), fundador do Teatro Oficina, e a artista musical Verónica Valenttino. O filme tem roteiro de André Luís Garcia, produção executiva de Denis Feijão e Rafael Avancini, que também assina a fotografia.
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