Produções brasileiras marcam presença no Festival de Berlim
Foto: “A Melhor Mãe do Mundo”, de Anna Muylaert © Aline Arruda
A 75ª edição do Festival de Berlim, um dos mais prestigiados festivais de cinema internacional, que acontece de 13 a 23 de fevereiro na capital alemã, terá a participação de produções brasileiras.
“A Melhor Mãe do Mundo”, novo longa da diretora Anna Muylaert – que já conquistou o Prêmio do Público na 65ª Berlinale com seu aclamado “Que Horas ela Volta?” –, foi selecionado para a seção Berlinale Special (não competitiva). O filme acompanha a história de Gal, interpretada por Shirley Cruz, uma catadora de materiais recicláveis que, a fim de escapar da violência do marido Leandro, vivido por Seu Jorge, coloca seus filhos pequenos em sua carroça e atravessa a cidade de São Paulo. Pelo caminho, ela enfrenta os perigos das ruas enquanto tenta convencer as crianças, Rihanna e Benin, de que estão vivendo uma grande aventura.
“A Melhor Mãe do Mundo” é uma coprodução da +Galeria e do grupo Telefilms, com produção da Biônica Filmes, e tem previsão de estreia nos cinemas nacionais em agosto deste ano, com distribuição da +Galeria.

Na Mostra Generation do festival, voltada para o público infanto-juvenil, será exibido o documentário “Hora do Recreio”, escrito, produzido e dirigido por Lúcia Murat. Esta é a terceira vez da diretora no festival, depois de participar com “Maré – Nossa Doce História de Amor”, em 2007, e “Doces Poderes”, em 1997. Com o objetivo de provocar a discussão sobre a educação no país, sob a perspectiva de alunos dos ensinos fundamental e médio, com idades entre 14 e 19 anos, o documentário, que será distribuído no Brasil pela Imovision, aponta os problemas vividos por adolescentes de quatro escolas de diferentes comunidades e bairros do Rio de Janeiro e suas famílias.
Partindo de uma pesquisa realizada com professores da rede pública, geralmente apresentados por meio de estatísticas, o projeto une debates com os alunos em sala de aula – sobre os temas evasão escolar, racismo, tráfico de drogas, bala perdida, feminicídio e gravidez precoce – com performances ficcionais. A partir da dramatização da peça de teatro baseada no livro “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto, escrito no início do século XX, que mostra o abuso sofrido por uma jovem negra suburbana, realizada pelos grupos Nós do Morro, do Vidigal, Grupo de Teatro VOZES, do Cantagalo, e Instituto Arteiros, da Cidade de Deus, os jovens comparam as interpretações às suas vivências como moradores do Morro da Previdência, Morro do Alemão, Colégio e Vidigal.
A minissérie da HBO, “Máscaras de Oxigênio (Não) Cairão Automaticamente”, produzida pela Morena Filmes, com direção geral de Marcelo Gomes e dirigida por Carol Minêm, foi escolhida para representar o Brasil no Berlinale Series Market, evento de destaque no Festival de Berlim. A série, que estreia em 2025, ainda sem data definida, será exibida na Max e na HBO. A história se passa nos anos 80 e conta a emocionante trajetória de Fernando (Johnny Massaro), um jovem comissário de bordo que, após perder amigos e colegas para a AIDS e ser diagnosticado com HIV, arrisca tudo para contrabandear os primeiros comprimidos de AZT para o Brasil.

“De Menor – A Série”, novo trabalho da diretora paulista Caru Alves de Souza, terá pré-estreia mundial no festival. Produção ficcional que gira em torno de audiências envolvendo adolescentes em conflito com a lei, a série tem linguagem não-naturalista. Cada um dos seis episódios adota um gênero ou estilo diferente, incluindo musical, programa de TV, game e podcast. Em Berlim, serão exibidos dois episódios: em um deles, um adolescente está sendo julgado por supostamente ser traficante e entra em um “conflito musical” com um juiz rigoroso que está em dúvida sobre qual sentença é a mais justa; no outro, a história de uma adolescente que comete um assalto para impressionar seu namoradinho é transformada em um programa televisivo sensacionalista.
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