“A Voz que Resta”, de Roberta Ribas e Gustavo Machado, estreia nos cinemas
Monólogo de sucesso nos palcos, a adaptação cinematográfica de “A Voz que Resta” chega aos cinemas amanhã (6/02) com distribuição da Pandora Filmes. O longa entra em cartaz em São Paulo, Porto Alegre, Ribeirão Preto e Salvador.
Como na peça homônima de Vadim Nikitin, o longa dirigido por Roberta Ribas e Gustavo Machado acompanha o frustrado Paulo, um jornalista em crise que vive um romance com sua vizinha casada. Em uma noite de bebedeira, ele finalmente expõe todo seu turbilhão emocional em uma fita cassete endereçada para a amada.
Com Machado novamente assumindo o papel do protagonista conturbado, o filme mantém a estrutura do monólogo, mas se vale agora de recursos cinematográficos para mergulhar na longa jornada noite adentro de Paulo. Há, porém, uma diferença notável em comparação com a obra original: Marina (Ribas), que na peça era apenas citada, agora tem papel mais ativo e surge em memórias de amor e ódio, no vai e vem do relacionamento.
A mudança foi aprovada por Nikitin, que assina também o roteiro do longa-metragem. Convencido do potencial experimental e cinematográfico da trama, ele embarcou com os diretores e o produtor João Godoy no projeto e, após apenas quatro dias de gravação em um único cenário, “A Voz que Resta” já estava pronto para ser editado. A locação, aliás, foi a casa do próprio Gustavo, o que facilitou seu trabalho para encarnar Paulo.
Estreantes na direção de um longa, Roberta e Gustavo admitem que a parceria permitiu uma troca de experiências e expectativas para que o filme saísse da maneira como queriam. No set, Gustavo era mais ator e Roberta, mais diretora. Mas, antes das câmeras começarem a rodar, eles fizeram muitas reuniões para chegar a um denominador comum sobre o que seria “A Voz que Resta”.
Com um sofisticado esquema de cores, que transita entre o âmbar, o vermelho e o azul, o filme carrega a estética já presente nos curtas de Roberta. Para a cineasta, essa paleta não só já é parte da sua linguagem cinematográfica, como condiz com a história de Paulo no filme.