Cinemateca Brasileira faz sessão de “Guerra Conjugal” no programa Revisão Crítica do Cinema Brasileiro

Na próxima sexta-feira, 23 de maio, a Cinemateca Brasileira apresenta o filme “Guerra Conjugal” (1974), do diretor Joaquim Pedro de Andrade, baseado em contos do escritor Dalton Trevisan, falecido em dezembro de 2024. A sessão, às 20h15, integra o programa Revisão Crítica do Cinema Brasileiro, que organiza exibições mensais com o objetivo de promover a difusão de filmes com pouca circulação ou que foram restaurados pela instituição.

A morte recente do escritor em avançada idade naturalmente chamou a atenção sobre a extraordinária – e extensa – obra dele. Nos obituários surgiram as habituais declarações do falecido ao lado de revelações de um escritor recluso. Entre elas, a de que o autor havia aprovado a adaptação da obra dele ao cinema por Joaquim Pedro de Andrade. Não é necessário que um escritor aprecie as adaptações de seus textos, nem um artista necessite do aval do autor para validar sua obra.

“Guerra Conjugal” surgiu no auge do ciclo da pornochanchada no Cinema Brasileiro. Era uma fórmula comercial, adotada pelos exibidores, que produziam filmes baratos com muito erotismo feminino para consumo rápido. Curiosamente esses filmes não eram chanchadas, nem pornográficos. Aproveitavam o sucesso dos filmes eróticos italianos.

Joaquim Pedro vislumbrou a oportunidade de explorar um filão comercial a contrapelo. E para isso serviu-se da obra de Dalton Trevisan, com quem tinha evidente afinidade espiritual e estética. “Guerra Conjugal” é das melhores adaptações de literatura no cinema. Nem por isso lhe facultou o favor do público. Mas possibilitou a realização de uma obra-prima que injustamente ocupa a última posição na Lista dos Cem Melhores Filmes Brasileiros. Está em tempo de revermos isso no programa Revisão Crítica do Cinema Brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.