Rachel Daisy Ellis estreia seu primeiro longa
Rachel Daisy Ellis, produtora de “O Último Azul”, Urso de Prata no Festival de Berlim, lança nos cinemas seu primeiro longa-metragem como diretora. Depois de levá-lo a importantes festivais, como o CPH:DOX, na Dinamarca, e a Mostra de Cinema de Tiradentes, em 12 de junho, Ellis apresenta oficialmente ao público o documentário “Eros”, fruto de um extenso trabalho de pesquisa sobre a maior instituição de sexo do país, o motel.
A decisão de assumir a direção do projeto surgiu como uma progressão natural na trajetória de Ellis, especialmente depois de dirigir o premiado curta documental “Mini Miss”, em 2018.
O interesse pelo motel é de fato antigo. Desde que Ellis chegou ao Brasil, há 21 anos, estes estabelecimentos lhe despertaram certo fascínio. Afinal de contas, eles encapsulam bem a contradição quando o assunto é sexo: ao mesmo tempo que são absolutamente cotidianos, são também motivo de desconfiança e tabu.
Mas sua pesquisa também lhe revelou como a suíte do motel pode ser também um palco, que convida as pessoas a performarem um jogo de sedução – e essa percepção informou a maneira como Ellis decidiu conduzir seu primeiro longa. Durante o longo processo de pesquisa do filme, a cineasta convidou pessoas com quem desenvolveu maior intimidade e cujas histórias fugiam do estereótipo clássico do frequentador de motel para filmar uma de suas noites. Alguns toparam, e estão no filme.