Filme do cineasta baiano Vítor Rocha entra em cartaz
Foto © Rodrigo Chagas
“Aprender a Sonhar”, novo filme do cineasta baiano Vítor Rocha, revela a difícil e transformadora trajetória de jovens de diferentes comunidades e territórios periféricos para ingressar e se formar no Ensino Superior. O longa-metragem, produzido pela Caranguejeira Filmes, estreia nesta quinta, dia 2 de outubro, em cinemas de todo o Brasil.
Filmado entre 2016 e 2022, poucos anos após a instituição da Lei de Cotas (12.711/2012), “Aprender a Sonhar” acompanha a luta dos personagens pelo ingresso na Universidade e escancara as mazelas do racismo, mas também as conquistas, que os estudantes vivenciam para exercer o direito reparatório de acesso à Educação.
“Aprender a Sonhar” ganha pré-estreia comentada e gratuita no dia 1º de outubro, às 19h, em São Paulo (SP), no Teatro da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP – Av. Dr. Arnaldo, 455 – Pacaembu). A projeção será seguida de debate com o diretor Vítor Rocha e as personagens do filme Tamiwere Pataxó, bacharel em Direito, e Nadjane Cristina, assistente social e militante do movimento por moradia.
O filme estreia em mais de 30 salas em Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Dourados (MS), Manaus (AM), Paraná (Londrina, Maringá, Ponta Grossa), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Guadalupe e Volta Redonda), Rio Branco (AC), Serra (ES) e Salvador (BA), São Paulo (Araçatuba, Bauru, Botucatu, Campinas, Campo Limpo, Itu, Mauá, Piracicaba, São Carlos, São José do Rio Preto e Sorocaba), com distribuição da Abará Filmes.
Longe de se encerrar em relatos individuais, o filme, ao passo que intercala a aparição das histórias de cada estudante, ganha um ritmo revelador da conexão entre todos eles: os protagonistas são portadores de saberes ancestrais que durante séculos foram impedidos de participar dos centros oficiais de produção e disseminação de conhecimento.
O documentário mostra como a quilombola Marina Barbosa conseguiu se formar em medicina na UFBA, assim como a trajetória de conquista da casa própria e do diploma da ex-moradora de ocupação, Nadjane Cristina. Também conta como se deu a transformação de Ana Paula Rosário, que cumpriu medidas socioeducativas e hoje é pesquisadora de sociologia, além das vivências de Taquari e Tamiwere Pataxó, que se formam em Direito sem ter que abrir mão de seus territórios, culturas e tradições.
A narrativa acompanha o cotidiano e os momentos marcantes dos personagens na busca pela sobrevivência e pelo direito de ocupar espaços convencionais da formação superior sem terem que abrir mão de seus territórios, culturas e tradições. Diferente da série televisiva homônima, “Aprender a Sonhar”, também realizada por Vítor Rocha, o capítulo para a tela grande traz diferentes personagens e situações para as salas de exibição.
