Itaú Cultural Play realiza programação presencial e online sobre meio ambiente, com filmes e debates
Em novembro, em conexão com a realização, no Brasil, da COP30 – Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a Itaú Cultural Play realiza programações com filmes e debate que dialogam com o tema urgente da preservação ambiental. Online, a plataforma de streaming gratuita do cinema brasileiro dá início a essa programação no dia 7 de novembro, com a estreia da mostra Passados Presentes, Futuros Possíveis, com novos curtas-metragens sobre a temática para crianças na coleção Cine Curtinhas e exibindo, pela primeira vez, filmes do Ecocine – Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos, cuja edição vigente também faz referência à COP30.
No presencial, as atividades acontecem no dia 13, quando a IC Play faz exibição, na Sala Vermelha, no Itaú Cultural, de filme relacionado à mostra Passados Presentes, Futuros Possíveis, seguida de conversa com especialista em clima e racismo ambiental. Para assistir às sessões presenciais, basta reservar gratuitamente os ingressos na plataforma INTI, disponível no site www.itaucultural.org.br.
A mostra propõe uma imersão cinematográfica em temas urgentes da atualidade: o racismo ambiental, o direito ao território e as consequências climáticas das ações humanas.
Ligada à plataforma Ancestralidades www.ancestralidades.org.br – uma parceria entre Itaú Cultural e a Fundação Tide Setubal –, a mostra apresenta seis documentários, que trazem uma variedade de perspectivas e narrativas sobre meio ambiente. A proposta é estimular reflexões acerca das desigualdades sociais e econômicas do passado e do presente, além da necessidade urgente de construir futuros mais justos.
Um dos filmes da mostra é “A Nave que Nunca Pousa” (PB, 2025), de Ellen Morais. No curta-metragem, a aparição de naves em uma comunidade quilombola do sertão se torna metáfora para os impactos de projetos de energia limpa em territórios tradicionais. Com estética inspirada na ficção científica, a obra conquistou, este ano, o prêmio de melhor curta-metragem nacional no 48º Festival Guarnicê de Cinema, no Maranhão.
De São Paulo, “Djaexáa Porã – Um Olhar para o Futuro” (2025), de Adolfo Werá Mirim e Ed Davies, convida o público a conhecer o cotidiano do povo Guarani por meio do olhar do próprio Adolfo, cacique que reflete sobre os desafios de manter vivas as tradições de seu povo. O documentário valoriza a oralidade, os rituais e a convivência coletiva como caminhos de resistência e esperança diante das transformações do mundo moderno.
Já o longa-metragem mineiro “Lavra” (foto, 2022), o diretor Lucas Bambozzi, conduz o espectador em uma jornada pela lama e pela dor deixadas pelo crime ambiental do rompimento das barragens em Mariana, em 2015, e Brumadinho, ocorrido em 2019, ambos em Minas Gerais. A protagonista é uma geógrafa que volta à sua terra natal, e percorre regiões devastadas em busca de compreender os rastros da destruição e de reconectar-se com a natureza e a coletividade.
Já o documentário “Cadê Edson?” (DF, 2020), dirigido por Dácia Ibiapina e exibido em festivais no Brasil, França e Inglaterra, revisita a luta por moradia em Brasília a partir da trajetória do ativista Edson Francisco da Silva e do Movimento de Resistência Popular, liderado por ele. O filme expõe o confronto entre Estado e a população sem-teto na ocupação do Hotel Torre Palace, revelando a persistência da desigualdade e a potência da luta coletiva.
O trio Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tatiana Soares de Almeida, por sua vez, dirige o longa-metragem “Martírio” (PE, 2016), filme essencial para entender o genocídio indígena no Brasil. O documentário retrata o reencontro de Carelli com as populações Guarani Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, que, na década de 1980, formaram um movimento de retomada de suas terras. Passados mais de 20 anos, o cenário violento mostra que o genocídio dessa população não acabou, e parece estar cada vez pior.
Por fim, a mostra exibe outro documentário com temática indígena, “Serras da Desordem” (DF, 2006), do cineasta italiano-brasileiro Andrea Tonacci (1944-2016). Na produção, Tonacci passeia entre a linguagem do documentário e da ficção para contar a história de Karapiru, indígena sobrevivente de um massacre que dizimou sua família em 1977. Karapiru percorreu pelas serras do centro do Brasil até ser encontrado 10 anos depois e virar alvo da mídia. A produção, que recebeu vários prêmios na época, debruça-se sobre uma das maiores tragédias da história do país, que é o sistemático massacre dos povos indígenas.
Passados Presentes, Futuros Possíveis também conta com uma programação no Itaú Cultural, com exibição de filme seguida de debate com especialista, no dia 13 de novembro, às 19h, na Sala Vermelha (Piso 3 do IC).
O filme exibido será o clássico “A Grande Feira” (BA, 1961), de Roberto Pires. Ele retrata dramas sociais e pessoais em um mercado popular em Salvador, a feira Água dos Meninos. Na trama, feirantes do local enfrentam a ameaça de despejo por uma empresa imobiliária.
Em seguida, tendo o documentário como gancho, acontece um debate com o geógrafo Rodrigo Jesus, estrategista da campanha de justiça climática do Greenpeace e conselheiro da Coalizão Nacional de Juventudes pelo Clima e Meio Ambiente (CONJUCLIMA).
Em diálogo com a mostra, também em 7 de novembro, a coleção permanente da Itaú Cultural Play Cine Curtinhas recebe quatro novos filmes de curtas-metragens infantojuvenis de animação.
Um deles é “Maréu” (RJ, 2023), animação de Nicole Schlegel. Nele, a pequena Maréu é uma menina que só consegue dormir abraçada a uma concha, ouvindo o som do mar. Quando o objeto quebra, ela precisa reencontrar o equilíbrio para voltar a dormir sozinha. Misturando técnicas de animação 2D e stop-motion, o filme cria um universo lúdico e sensorial inspirado nas memórias de infância da diretora.
“Maré Braba” (CE e BA, 2023), de Pâmela Peregrino, dá vida às histórias de mulheres de comunidades litorâneas afetadas pelas mudanças climáticas e pelo racismo ambiental. Com personagens e cenários confeccionados em têxteis no stop-motion, o curta-metragem transforma temas urgentes em uma narrativa de delicadeza visual, evocando saberes ancestrais e práticas sustentáveis como caminhos para futuros possíveis.
Já em “Floresta que Refresca” (PE, 2019), de Ianah Maia, a amizade entre duas meninas revela o poder transformador da natureza e a importância de repensar nossos hábitos cotidianos. A animação combina humor e reflexão para discutir sustentabilidade.
Por fim, “Lagrimar” (RN, 2023), de Paula Vanina, apresenta Joana, uma menina que atravessa a aridez do semiárido em busca de água e sentido. Exibida em mais de 50 festivais e vencedor de diversos prêmios, a obra foi contemplada na edição de 2017-2018 do programa Rumos Itaú Cultural.
De 7 a 27 de novembro, a Itaú Cultural Play estreia outra programação que reflete sobre a relação entre os seres humanos e o meio ambiente. Pela primeira vez, a plataforma exibe uma seleção do 33º Ecocine – Festival Internacional de Cinema Ambiental e Direitos Humanos, primeiro festival ambiental do Brasil e o segundo do mundo, que chega a sua 33ª edição com programação online e sessões presenciais em São Paulo e no interior do estado.
Criado no Brasil em 1992, em sintonia com a ECO-92, Cúpula Mundial da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o Ecocine se consolidou como o único festival internacional que integra, de forma estruturada, as temáticas ambientais aos direitos humanos. Agora, em diálogo com as temáticas da COP30, a edição de 2025 começou no dia 6 outubro e termina em 5 de dezembro, destacando filmes de diferentes países e formatos, como ficção, documentário e animação.
A janela de exibição na IC Play conta com sete curtas-metragens produzidos em diferentes regiões do país. No documentário “Entre as Cinzas” (GO, 2025), o diretor Daniel Calil acompanha o trabalho de Alex Gomes, líder de uma Brigada Voluntária que enfrenta incêndios criminosos usados como arma por grileiros.
Com linguagem voltada ao público infantil, a animação “Amiga Lata, Amigo Rio” (RJ, 2025), de Thiago Cascabulho, apresenta o peixe Douradinho em uma jornada divertida e educativa para salvar o rio. Outra animação também destinada às crianças é “Esse é o Bicho!” (SP, 2024), de Daniel Neves Montezano, na qual animais como uma formiga e uma capivara ganham voz para contar suas próprias histórias, estimulando a empatia e o respeito pela fauna brasileira.
No curta-metragem documental “Conectadas: Infância e Clima” (SC, AM, MA, RJ, DF, PE, RR e RS, 2024), de Rita da Silva, crianças e mães de diferentes regiões do país tomam a palavra para falar sobre o impacto das mudanças climáticas em suas vidas. Já na ficção “Wuitina Numiá / Meninas Coragem” (SC e AM, 2021), dirigida por Rita de Cácia Oenning da Silva e Kurt Shaw, um garimpeiro aparece em uma remota comunidade amazônica e três garotas indígenas, inspiradas por lendas Tukano, criam armadilhas para expulsá-lo.
O documentário gaúcho “Quando Começa a Chover, o Coração Bate Mais Forte” (2025), dirigido por Mirian Fichtner, parte das enchentes de 2024 no estado para construir um retrato humano e sensível das perdas e traumas vividos pelos atingidos, em especial, as populações periféricas, negras, mulheres, idosos e crianças. Por fim, a IC Play exibe o curta-metragem paranaense “Ontem Lembrei de minha Mãe” (2025), de Leandro Afonso, no qual um homem sem-terra compartilha memórias de sua infância em um podcast. Um acontecimento marcante de sua vida foi quando a região onde morava foi inundada pela construção do Lago da Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Paraná.
O acesso à Itaú Cultural Play é gratuito e disponível em www.itauculturalplay.com.br, nas smart TVs da Samsung, LG, Android TV e Apple TV, nos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast. O conteúdo da IC Play está ainda nas plataformas Claro TV+, SKY+ e Watch Brasil.

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