Exército Mojicano
O quase octogenário José Mojica Marins conta com um exército de fãs ardorosos. Um deles é o produtor e cineasta Eugenio Puppo, diretor da Mostra de Cinema de São Miguel do Gostoso. Puppo está empenhado em finalizar o longa “A Praga”, que Mojica iniciou em 1980, mas não conseguiu finalizar.
Em animado debate no festival potiguar, Puppo, conhecido por sua franqueza, não fez por menos. Depois de ouvir elogios rasgados ao criador do Zé do Caixão, da parte do capixaba Rodrigo Aragão, produtor e diretor de “Mangue Negro”, provocou: “’A Praga’ é um Mojica legítimo. Não tem nada a ver com ‘A Encarnação do Demônio’ (2008), tido como tardio fecho da Trilogia Zé do Caixão”. Este filme, incentivado por Dennison Ramalho e Paulo Sacramento – na opinião de Puppo – “pertence mais a Dennison que a Mojica”. Quando o filme, lançado com muitas cópias, fracassou comercialmente, “quiseram jogar a culpa sobre o Mojica”, protesta. “Na época, engoli calado. Mas é hora de dizer que aquele não é um filme do Mojica. Onde já se viu filme dele (quase) sem mulher?”. Puppo provoca: “Mojica perguntou ao co-roteirista Dennison se ele era boiola”.
O diretor de “Candeias” e “Sem Pena” está convencido de que “o filme fracassou porque o público de Mojica não reconheceu o cineasta-ator no projeto. Mas reconhecerá, em ‘A Praga’, um Mojica autêntico”.