Haskell e o Brasil

O grande fotógrafo (e cineasta) norte-americano, Haskell Wexler, de 89 anos, teve um de seus filmes – “Brasil, Relato da Tortura” (Chile, 1971), exibido, com 40 anos de atraso, em nosso território. E mesmo assim, apenas para alguns de seus personagens (jovens brasileiros exilados, no final dos 60 e começo dos 70, depois de serem torturados em prisões militares). A sessão aconteceu dois meses atrás e serviu para relembrar o grande documentarista que ele foi (embora seja mais conhecido como fotógrafo de filmes como “Quem Tem Medo de Virgínia Wolf” e “O Estranho no Ninho”). A história de Wexler com o Brasil tem outro capítulo pouco conhecido. O pesquisador Máximo Barro o revela: “o grande diretor do documentário “Dias de Fogo”, filmado durante  levante estudantil nos EUA, trabalhou como fotógrafo no Brasil. Aqui, em 1965, iniciou-se na  função de diretor de fotografia de “O Pescador e Sua Alma” (trabalho concluído pelo anglo-brasileiro, Chick Fowle). Ao chegar a São Paulo, Haskell quis visitar a Rua José Paulino, não para comprar roupas, mas para conhecer um primo atuante no Bom Retiro”. Quem contou esta história a Máximo foi o ator Sérgio Hingst (1924-2004), que era diretor de produção de “O Pescador e Sua Alma”. Vale sugerir aos diretores de festivais brasileiros interessados em dialogar com grandes nomes do cinema que prestem homenagem e realizem mostra retrospectiva de Haskell Wexler. Ele merece.

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