Kluge, Marx, Eisenstein

Nos anos 60, tempo de vanguardas políticas e de experimentos estéticos radicais, um diretor ajudou a firmar o prestígio do Novo Cinema Alemão: Alexander Kluge. No Festival de Veneza de 1966, ganhou oito prêmios (incluindo o Especial do Júri e o OCIC, da Igreja Católica) com seu primeiro longa, “Despedida de Ontem”, e o Leão de Ouro, em 68, com “Artistas na Cúpula do Circo: Perplexos”, filme-dossiê ou “cine-reportagem à moda Godard”. Foi  um dos principais signatários do Manifesto de Oberhausen, que abriu caminhos à nova geração de diretores (Werner Herzog, Rainer Fassbinder, Wim Wenders e Volker Schlondorff). Mas as ousadias estético-políticas de seus ‘filmensaios’ não renderam a ele a mesma fama conquistada por Herzog-Fassbinder-Wenders. No Brasil, graças ao Instituto Goethe, alguns dos filmes de Kluge integraram inúmeras mostras sobre o Novo Cinema Alemão.  Surge, agora,  mais uma oportunidade de conhecer a obra do quase octogenário Kluge (ele nasceu em fevereiro de 1932). A Versátil está lançando “Notícias da Antiguidade Ideológica: Marx, Eisenstein, O Capital”, monumental filme de Kluge (cinco horas de duração). O projeto chega num digipack com três DVDs, uma hora de extras, incluindo o curta “Amor Cego”, no qual Kluge entrevista Godard. O pacote  traz, ainda, encarte de 60 páginas com textos de (e sobre) Kluge.

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