Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo divulga os filmes participantes

A sétima edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, que acontece de 12 a 19 de julho, reúne as novidades da cinematografia da região, trazendo obras inéditas no Brasil e premiadas em festivais.

O circuito de exibição em 2012 compreende o Memorial da América Latina, Cinesesc e Cinemateca Brasileira, onde são exibidos mais de 70 filmes, sempre com entrada franca. Estão previstas presença de mais de 30 convidados.

Programado para a sessão da meia-noite da sexta-feira, 13 de julho, “Juan de Los Muertos” (Cuba/Espanha) promete causar sensação. Cubano nascido em Buenos Aires, o diretor Alejandro Brugués propõe um inventivo e supreendente filme no qual a cidade de Havana está dominada por zumbis e é quase que completamente destruída. Vencedor do prêmio do público no Festival de Leeds, o longa-metragem é também uma sátira política à situação de Cuba, utilizando referências inteligentes e marcantes. Destaca-se a atuação de Alexis Díaz de Villegas, vencedor do prêmio de melhor ator no festival Fantasporto de 2012.

Desde sua badalada première na mostra Generation do Festival de Berlim, o road movie mexicano “Um Mundo Secreto” acumulou premiações (como as dos festivais de Guadalajara e Tolouse) e encantou público e crítica por sua força poética. Seu enredo acompanha uma adolescente, vivida pela atriz Lucía Uribe, que parte da capital mexicana em uma épica viagem de iniciação. O diretor do filme, o estreante Gabriel Mariño, buscou retratar como pensa e sente a juventude mexicana atual, que enfrenta grande violência, instabilidade social, incertezas sobre o futuro e poucas possibilidades de trabalho.

Outro road movie presente este ano é o longa-metragem “El Chico Que Miente” (Venezuela/Peru/Alemanha), da venezuelana Marité Ugas. O filme, que esteve na seleção oficial da seção Generation do Festival de Berlim, narra as experiências de um menino a ponto de virar adolescente. Ele procura ansiosamente pela mãe desaparecida, vítima do trágico deslizamento de terras provocado pelas intensas chuvas que assolaram o estado venezuelano de Vargas em dezembro de 1999. “El Chico que Miente” recebeu ainda o prêmio de melhor roteiro no Festival de Havana.

Já o colombiano, “El Páramo” (feito em coprodução com a Argentina e a Espanha) é um suspense de guerra calcado na realidade política da Colômbia que alcançou grande sucesso nas salas comerciais daquele país. O filme rendeu ao jovem Jaime Osório Márquez o prêmio de diretor revelação no Festival de Cinema Fantástico de Sitges (Espanha). Filmada em uma base militar a mais de quatro mil metros de altitude, a obra focaliza um comando militar que é enviado a uma região desolada em busca de uma equipe que está sem contato. Lá, encontrarão um único e misterioso sobrevivente.

A programação do evento traz mais um colombiano: “Porfírio” (coproduzido com Espanha, Uruguai, Argentina e França), do diretor Alejandro Landes, que nasceu em São Paulo, filho de mãe colombiana e pai equatoriano. Exibida na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e no prestigioso festival New Directors, New Films, de Nova York, a obra é baseada numa história real e acompanha um paraplégico, vítima da violência, que planeja sequestrar um avião para ser recebido pelo presidente do país.

A recente produção chilena, que tem despertado atenção no circuito internacional de festivais, está representada por “Bonsai”, o novo filme do realizador Cristián Jiménez (“Ilusões Óticas”). Inspirado na obra literária homônima de Alejandro Zambra, esta coprodução com a França), Argentina e Portugal foi selecionada para a seção Un Certain Regard do Festival de Cannes e e venceu o prêmio de melhor filme ibero-americano no Festival Internacional de Miami. Trata-se de uma história de amor, de livros e de plantas, passada entre ficção e recordações.

O longa “Artigas – La Redota”, dirigido e fotografado por Cesar Charlone (“O Banheiro do Papa”), recebeu no último mês de junho os prêmios de melhor direção e melhor atuação (para o ator Jorge Esmoris) na importante premiação uruguaia Íris. Uma coprodução Uruguai/Brasil/Espanha, “Artigas – La Redota” foi inteiramente filmado no Uruguai e conta a história de José Artigas, militar uruguaio nascido em Montevidéu, no ano de 1764, considerado o herói nacional de seu país.

Também estão programados os seguintes títulos brasileiros: “Estradeiros”, de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro; “Rânia”, de Roberta Marques; “Pulsações”, de Manoela Ziggiatti; “Fala Sério!”, de Augusto Sevá, e “Augustas”, de Francisco Cesar Filho.

A programação do festival inclui ainda a Competição de Escolas de Cinema Ciba-Cilect (com curtas de instituições da Argentina, Brasil, Cuba, Equador, México e Uruguai), a mostra Fronteiras (reunindo episódios da série do canal TNT produzidos na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Panamá, Porto Rico, Uruguai e Venezuela) e uma homenagem aos dez anos ao Cine en Construcción, do projeto franco-espanhol voltado ao apoio de novos longas da América Latina.

Durante o 7º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo acontece o Prêmio Finaliza 2012, promovido pelo Programa Cinema do Brasil, Associação do Audiovisual e a Cinecolor Digital e voltado a filmes brasileiros em fase de pós-produção. O vencedor, eleito por um júri internacional, recebe R$ 99,4 mil para finalizar o seu filme.

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