Inventários audiovisuais

Belisario Franca tem imensa folha de serviços prestados ao audiovisual brasileiro. Ao contrário de muitos de nossos cineastas, que convivem com o adjetivo “bissexto”, ele desconhece os terríveis e esterilizantes intervalos entre um filme e outro. Está sempre trabalhando. Na Rio+20, apresentou seu mais novo documentário, “Amazônia Eterna”, aos “verdes” de todo o mundo. Semanalmente, quem sintonizar a TV Brasil (terças-feiras às 23h) assistirá a um excelente programa musical de sua grife: “Samba na Gamboa” (apresentação do cantor Diogo Nogueira). O propósito maior de Belisario consiste em “inventariar a cultura material e imaterial do Brasil, munido de olhar investigativo, crítico, sem descuidar do lúdico”. Muitos de seus documentários somam láureas nacionais e internacionais. “Além Mar” ganhou o Prêmio IDA (International Documentary Association) de melhor série para TV, “Estratégia Xavante” foi agraciado pela ONU, e “Música do Brasil” fez jus ao Grande Prêmio Cinema Brasil como melhor produção cultural para TV. Entre as séries que realizou, há que se destacar ainda “African Pop”, “Baila Caribe”, “Danças Brasileiras” e “7XBossaNova”. Para o produtivo artista, “música é uma excelente porta de entrada” na abordagem de temas que lhe são caros (mestiçagem, tradição x modernidade, tolerância, invenção e arte). Além de “Amazônia Eterna”, longa-metragem que pergunta “se ainda é possível economia e ecologia andarem juntas na região”, ele dirigiu “Estratégia Xavante”, estória épica de oito meninos xavantes que vão morar em São Paulo e retornam à aldeia”, e “Cena Nua”, sobre o Grupo Tá na Rua e seu criador Amyr Hadad.

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