A Cidade é uma Só?
A Cidade é uma Só?, de Adirley Queirós, estreia dia 12 de julho nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. O filme é uma reflexão sobre os 50 anos de Brasília, tendo como foco a discussão sobre o processo permanente de exclusão territorial e social que uma parcela considerável da população do Distrito Federal e do Entorno sofre, e de como essas pessoas restabelecem a ordem social através do cotidiano.
O ponto de partida dessa reflexão é a chamada Campanha de Erradicação de Invasões (CEI), que, em 1971, removeu os barracos que ocupavam os arredores da então jovem Brasília. Tendo a Ceilândia como referência histórica, os personagens do filme vivem e presenciam as mudanças da cidade.
A Cidade é uma Só? foi exibido em diversos festivais no Brasil e exterior, sendo premiado em algum deles, como na Semana dos Realizadores de 2011, que ganhou a Menção Honrosa de Melhor Filme; na 15ª Mostra de cinema de Tiradentes, com o Prêmio de Melhor Filme escolhido pela Crítica; no BACIFI 2012, em Buenos Aires; no Word Cinema Amsterdã 2012; no Indie Brazil 2012 (Los Angeles); no Panorama de Cinema da Bahia 2012; e no Docs BH, com o prêmio de Melhor filme.
O filme fala sobre uma Brasília que nasceu de uma proposta urbana e arquitetônica moderna. Um projeto carregado com símbolos de progresso em sua arquitetura e que sustenta o discurso de um novo momento político e econômico. Um projeto que pretendia pensar um novo Brasil, um novo modelo de convivência com a cidade. “Cidadãos iguais” para uma capital promissora.
A Cidade é uma Só? trafega entre o documentário histórico, a narração dos fatos que levaram à criação da Ceilândia, tendo como cerne o jingle “A cidade é uma só”; e a ficção, com alguns personagens ficcionais vivendo o cotidiano desta cidade criada para conter os “invasores”. Personagens ficcionais vivendo as questões reais da atualidade do Distrito Federal, onde ficam evidente as relações de classe, o espaço da cidade dividido entre o centro, as periferias, a especulação imobiliária, a representação política. É desse encontro entre o passado recente documentado, revelado pela memória dos personagens e reportagens em jornais e televisão, e o presente vivido por personagens ficcionais, mas inteiramente integrados nesta realidade, que surge a grande força do filme. E que permite enxergar de forma mais profunda e crítica o novo momento da Capital.
Antes de cada exibição do longa, será exibido o curta-metragem, escolhido por Adirley Queirós, Piove, de Thiago Brandimarte Mendonça. O curta foi exibido nos festivais Vale Curtas (Pernambuco – Brasil) onde ganhou o prêmio de Melhor Filme, Brasília Short Film Festival (Brasília – Brasil) – UCDF Award 2012, É Tudo Verdade – Festival de Documentários de São Paulo, entre outros.
Recomendo a todos, eu assisti a estréia e todo elenco esta da parabéns!
att, Marquinhos Vendedor bbom
Nossa, faz tanto tempo que assis ti esse filme, mas lembrei de quase tudo quando li essa matéria. show. parabéns!