Mostra de Howard Hawks chega à São Paulo

A mostra Howard Hawks Integral, que aconteceu entre abril e maio, em Belo Horizonte, inédita no Brasil, revisitou a obra de um dos cineastas norte-americanos mais aclamados pelo público e crítica ao longo dos últimos 60 anos. Agora a mostra chega em São Paulo com 40 títulos em longa-metragem do diretor, lançados entre 1926 e 1970, no Centro Cultural São Paulo, entre os dias 2 e 31 de julho.

Várias produções apresentadas na mostra são raridades absolutas, outras tiveram Hawks como principal mente por trás de suas concepções (mesmo sem sua assinatura na direção) e algumas terão mais de uma versão exibida. O conjunto vai dar oportunidade ao espectador de atravessar todas as fases de um nome essencial da cinematografia mundial e cujo legado permanece entre cineastas contemporâneos, como Clint Eastwood e John Carpenter.

Entre as dezenas de filmes de Howard Hawks, o espectador poderá assistir a comédias românticas (Suprema Conquista, 1934; Levada da Breca), aventuras (Uma Aventura na Martinica, 1944; Hatari!, 1962; Faixa Vermelha 7000, 1965), policiais (Scarface, 1932; À Beira do Abismo, 1946), terror (O Monstro do Ártico, 1951), faroestes (Rio Vermelho, 1948; Onde Começa o Inferno, 1959; El Dorado, 1966) e musicais (Os Homens Preferem as Loiras, 1953).

Grandes nomes da história de Hollywood tiveram algumas de suas melhores interpretações sob as lentes de Hawks, como Marilyn Monroe, Montgomery Clift, John Wayne, Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Cary Grant e Katherine Hepburn. Haverá projeção de cópias em película 35mm e 16mm tais como os clássicos Scarface – a vergonha de uma nação, Jejum de Amor, Paraíso Infernal, Os Homens Preferem as Loiras e Onde Começa o Inferno (Rio Bravo).

Hawks (1896-1977) foi um cineasta que atravessou o século XX e entendeu como poucos a melhor maneira de domar a máquina hollywoodiana, ao mesmo tempo estando dentro dela sem jamais deixar de fazer os filmes da maneira como gostaria. Para o grande diretor Orson Welles, de Cidadão Kane, Hawks era o maior talento no cinema feito nos EUA. O crítico e cineasta Peter Bogdanovich o considerava o mais elegante e de moral elevada dentre os artistas da tela. No Brasil, o realizador Rogério Sganzerla o caracterizou como um criador cujo interesse estava em temas invariavelmente instintivos.

Ele nasceu no dia 30 de maio de 1896 no estado de Indiana (EUA). Antes de se tornar diretor, trabalhou como motorista de caminhão, piloto de corridas, asscensorista e, ao chegar a Hollywood, roteirista e montador. Foi amigo pessoal dos escritores William Faulkner e Ernest Hemingway, com quem elaborou alguns trabalhos, e era considerado um dos mais eficientes cineastas da indústria de Hollywood. Morreu aos 81 anos, no dia 26 de dezembro de 1977, após uma queda dentro de casa. Dois anos antes, fora agraciado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood com um Oscar honorário, dedicado ao conjunto de sua obra. Ao longo da carreira, Hawks concorreu uma única vez ao Oscar de melhor diretor, por Sargento York, em 1942.

Com objetivo de aprofundar a relação do espectador com a obra de Howard Hawks, a mostra vai contar com a presença do crítico da Folha de S. Paulo, Inácio Araújo, para ministrar o curso “Hawks – O gênio à altura do homem”, nos dias 24, 25 e 27 de julho. Serão disponibilizadas 99 vagas e as inscrições vão até o dia 20 de julho.

Além do curso, uma palestra integra a programação da mostra. No dia 17 de Julho, às 19h15, o crítico Luiz Carlos Oliveira Jr. apresenta a palestra “Howard Hawks e a evidência do olhar”.

 

Mostra Howard Hawks
De 2 a 31 de julho de 2013
Local: Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1000, Paraíso, São Paulo
Entrada: R$ 1,00
A retirada do ingresso, um por pessoa, será realizada 1 hora antes de cada atividade
Mais informações sobre o curso e a palestra, no site do CCSP – http://www.centrocultural.sp.gov.br.

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