Stanley Kubrick é o cineasta homenageado do X Panorama

O cineasta Stanley Kubrick é o grande homenageado da décima edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontece entre os dias 29 de outubro e 5 de novembro em Salvador e Cachoeira. Diretor premiado no Festival de Veneza pelo conjunto da obra, Kubrick foi o escolhido deste ano pelas características que reúne na sua filmografia.

Um dos destaques da mostra retrospectiva, que exibirá seis filmes em cópias restauradas para cinema, é “2001: Uma Odisseia no Espaço”, ficção científica produzida em 1968 e ainda hoje uma das maiores referências do gênero. A obra abre a programação do festival em Salvador (Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, às 20h) e Cachoeira (auditório da CAHL/UFRB, às 21h). Os demais filmes do cineasta serão exibidos apenas na capital baiana, onde “2001” será reapresentado no dia 3 de novembro, às 17h30.

Transformada em um clássico do cinema, a cena inicial faz o link entre a pré-história e uma viagem espacial quatro milhões de anos depois. Na trama, uma equipe de astronautas segue para Júpiter para investigar um monolito negro que, desde a “aurora do homem”, parece emitir sinais de outra civilização, interferindo na Terra. A nave Discovery é operada por meio do computador HAL 9000, que entra em pane e tenta assumir o controle da missão.

Imprevistos que mudam o rumo da vida também surgem em “Barry Lyndon” (1975), produção na qual um aventureiro irlandês é obrigado a deixar o país após transgredir a lei. Barry junta-se ao exército, mas rapidamente torna-se espião e traidor. Seu desejo é alcançar a aristocracia através do casamento e conquistar a felicidade, plano bem sucedido no primeiro momento, mas interrompido de forma drástica.

Um dos maiores atores do cinema americano, Kirk Douglas encarna o personagem principal de “Glória Feita de Sangue”, lançado em 1957, em preto e branco. A trama se desenrola durante  a Primeira Guerra Mundial, quando os soldados se recusam a obedecer uma ordem para um ataque aparentemente suicida. Contrariado, o general pede o julgamento e execução de todo o regimento, mas o coronel Dax (Kirk Douglas) intercede de todas as formas para que isso não aconteça.

“Spartacus” (1960), “Lolita” (1962) e “Dr. Fantástico” (1964) completam a programação da mostra no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, mas a mostra conta ainda com a exibição gratuita de “A Morte Passou por Perto” e “O Grande Golpe” em DVD, na Sala Walter da Silveira.

O X Panorama realiza também uma retrospectiva do cineasta russo Sergei Eisenstein, reunindo “O Encouraçado Potemkin”, “Outubro”, “A Greve”, “Ivan, o Terrrível”, e “Que Viva México”. A mostra acontece entre 30 de outubro e 5 de novembro, com sessões na Sala Walter da Silveira (acesso gratuito) e no Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha.

O primeiro filme a ser exibido será “O Encouraçado Potemkin”, talvez um dos filmes mais conhecidos do diretor, sobretudo pela sequência na escadaria de Odessa, homenageada décadas depois por Brian de Palma em “Os Intocáveis”. No filme, um levante ocorrido no navio de guerra Potemkin é uma espécie de presságio da Revolução de 1917. Quando alguns marinheiros se recusam a comer a carne estraga que lhes dão, os oficiais do navio ordenam sua execução. A tensão aumenta e gradativamente a situação sai do controle.

Também encomendado pelo regime soviético, “A Greve” se passa em 1912 e mostra uma greve de operários brutalmente reprimida pela polícia. Já “Outubro”, encena o acontecimento do processo revolucionário russo em tom de documentário. O filme aborda o governo provisório pós-czarista, as primeiras vitórias de Lênin e sua prisão, e termina com a tomada do poder pelos bolcheviques.

O épico histórico “Ivan, O Terrível”, tem sua primeira parte focada em Ivan IV, arquiduque de Moscou, que, em 1547, se autoproclama o czar da Rússia e se prepara para retomar territórios russos perdidos. Ele supera uma série de dificuldades e intrigas, e manipulando as pessoas se consolida no poder.

Na sequência, Ivan encontra-se sozinho na luta pela unificação da Rússia e enquanto tenta expulsar os invasores, precisa escapar das constantes tentativas de assassinato  tramadas pelos inimigos. Stalin fez objeções à forma como o czar foi retratado, frágil e vacilante, o que resultou na proibição do filme na Rússia até 1958.

Fechando a retrospectiva, o X Panorama exibe “Que Viva México!”, documentário realizado na década de 30, que se debruça sobre a cultura do México, da época pré-hispânica até a revolução mexicana. O filme teve uma série de problemas de produção e nunca chegou a ser montado por Eisenstein. Apenas em 1979, a partir dos storyboards originais, o documentário ganhou sua versão final pelas mãos de Grigori Aleksandrov.

Em Salvador, os ingressos custam R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00, com passaportes para 10 sessões vendidos por R$ 30,00. Em Cachoeira, toda a programação é gratuita.

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