Filmes brasileiros são selecionados para o Festival de Berlim

Três filmes brasileiros foram selecionados para participarem do 65º Festival de Berlim, que acontece em fevereiro. Na Mostra Panorama, estão Sangue Azul, de Lírio Ferreira, e Ausência, de Chico Teixeira, e na sessão Forum, Beira-Mar, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon.

Sangue Azul, o mais novo filme de Lírio Ferreira, conta a história de Pedro, um garoto de dez anos que é entregue por sua mãe a Kaleb, o ilusionista do circo Netuno, que fazia temporada na ilha onde eles moravam. Rosa dá a guarda do filho, temendo uma relação incestuosa entre ele e a irmã. O ponto de partida dessa trama é o retorno de Pedro, agora chamado de Zolah, à sua ilha natal, vinte anos depois.

Zolah volta para resgatar sua história e entender a ruptura na sua infância. Estrela do circo Netuno, Zolah acredita que a conexão com o seu passado vai ajudá-lo a conduzir o seu futuro. Sangue Azul faz um paralelo entre o cinema e o circo para falar de mar, arte e amor.

Ausência, o segundo filme de ficção de Chico Teixeira, narra a história de Serginho, um jovem em busca de afeto, que aos 15 anos, procura um lugar para si num mundo que lhe obrigou a crescer antes do tempo. As circunstâncias o tornaram o homem da casa, responsável pela mãe (Gilda Nomacce) e pelo irmão pequeno. Num momento de transição, ele sente falta de um amor de verdade, de perspectiva profissional, de carinho. Ele se desdobra para suprir tantas ausências e quase sempre consegue. Até chegar um momento em que tudo entorna, tudo transborda. Serginho quer mais dos seus amigos, pais, do chefe, do professor Ney (Irandhir Santos), e do seu futuro.

O longa-metragem é uma coprodução Brasil/Chile/França. Esta é a segunda parceria entre a BossaNovaFilms e a Chilena Wood Producciones. Anteriormente, produziram juntos “Violeta foi para o Céu”, melhor filme em Sundance 2012, estrelado por Francisca Gavilán, que em Ausência interpreta Ivone, a mulher do mágico.

No Festival do Rio 2014, o filme recebeu o Prêmio Especial do Júri e o Troféu Redentor de Melhor Ator (Matheus Fagundes). Foi a produção mais premiada no Fest Aruanda 2014, depois de passar pela 38ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

E Beira-Mar, dirigido pelos gaúchos Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, é o primeiro longa-metragem dos diretores que tem um trabalho caracterizado pela pesquisa autoral focada em obras com abordagem de conflitos inerentes à juventude e à sexualidade.

A obra é protagonizada pela dupla Mateus Almada e Maurício José Barcellos e se passa no litoral gaúcho durante o inverno. Martin precisa visitar parentes distantes, em busca de um documento para seu pai. Tomaz aceita acompanhá-lo nessa jornada, aproveitando a oportunidade para se reaproximar do amigo. 

Os dois passam os dias imersos em um universo próprio, expostos à família que rejeita Martin e à estranha distância que surgiu entre ele e Tomaz. Alternando entre distrações corriqueiras, reflexões sobre suas vidas e sua amizade, os garotos se abrigam em uma casa de vidro, à beira de um mar frio e revolto.

Os curtas-metragens de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon já percorreram importantes festivais, como Festival de Cine en Guadalajara, Frameline, Uppsala ISFF, Festival de Cinema Luso Brasileiro de Santa Maria da Feira, Inside Out – Toronto LGBT IFF, Mostra de Tiradentes, Short Shorts, Mecal, entre outros. Destaque para “Um Diálogo de Ballet”, que além de ter contado com exibições em cinco continentes, foi eleito pelo portal francês Format Court como o 4º melhor curta-metragem lançado em 2012.

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