Festival de Gramado 2015: Debate “Que Horas Ela Volta?”

Por Maria do Rosário Caetano, de Gramado

 

Além de “Que Horas Ela Volta?”, novo longa de Anna Muylaert, outro filme foi retirado da competição pelos trofeus Kikitos: o curta mineiro “Como São Cruéis os Pássaros da Alvorada”, de João Toledo. O realizador infringiu o regulamento de Gramado ao exibir seu filme no Frapo – Festival de Roteiros Audiovisuais de Porto Alegre. Só são aceitos, aqui, filmes inéditos no Rio Grande do Sul. No debate de “Que Horas Ela Volta?”, Anna Muylaert contou que o filme foi, realmente, retirado da competição por se negar a cancelar a pré-estreia, agendada para esta terça-feira, dia 11, em São Paulo. O regulamento gramadiano, que precisa ser urgentemente revisto, aceita filmes já exibidos várias vezes em outros festivais, mas interdita os títulos que, durante o período de realização do festival, tiverem sessão de pré-estreia ou lançamento comercial. Neste sentido, o festival gaúcho vai contra os três maiores festivais do mundo – Cannes, Veneza e Berlim – que depois de serem a primeira vitrine de um filme, até se orgulham ao vê-lo chegando aos cinemas e usando a badalação ganha com a première festivaleira.

Nesta foto, vemos um dos produtores do filme, Caio Gullane, a diretora Anna Muylaert e as atrizes Karine Telles, premiadíssima com “Riscado” e já com visual que adotará na telenovela “A Regra do Jogo”, de João Emanoel Carneiro, estreia da Globo, no próximo dia 31, e a brasiliense Camila Márdila. A jovem Camila participa de Gramado com dois filmes: “Que Horas Ela Volta?” (no qual interpreta Jéssica, a filha de Val, a doméstica vivida por Regina Casé) e “Do Outro Lado do Paraíso”, de André Ristum, recriação de narrativa autobiográfica de Luiz Fernando Emediato. Por seu trabalho em “Que Horas Ela Volta?”, que terá seu lançamento comercial no próximo dia 27, Camila dividiu o prêmio de melhor atriz com Regina Casé, no Festival Sundance, nos EUA. Empolgado, Caio Gullane contou que o filme foi comprado por 22 países, da França à Polônia, da Itália à Noruega, passando pelos EUA. Os norte-americanos verão o filme também a partir do próximo dia 27. A diretora Muylaert, que tem acompanhado os lançamentos do filme por vários países da Europa, conta que os jornalistas se espantam com o costume brasileiro de manter a empregada em casa, todos os dias, mas que todos reconhecem, de alguma forma, o papel serviçal que a pernambucana exerce na casa dos patrões. Afinal, nos EUA, as mexicanas são contratadas para serviços de faxina. Mesmo ofício que, na Europa Ocidental, é desempenhado por imigrantes do Leste Europeu. A cineasta contou também que recebe muitas perguntas sobre Lula e as conquistas sociais de seu governo, pois – arrematou – “ele é muito estimado na Europa”.

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