Do cult ao mainstream

Quem diria que o roqueiro Paulo Miklos ia encontrar, no cinema, um meio de expressão tão importante quanto a música? Pois foi isto o que aconteceu. Cada vez mais, o compositor, instrumentista e vocalista dos Titãs se faz respeitar no elenco de filmes “cults” ou (até) mainstream.

No último Festival de Gramado, ele brilhou em dois curtas-metragens. Protagonizou “Dá Licença de Contar”, ficção de Pedro Serrano, que recria o universo dramático e jocoso das canções de Adoniran Barbosa (1910-1982). E deu vida a um taxista paulistano – malufista, claro! – no inquieto “Quando Parei de me Preocupar com Canalhas”, de Tiago Vieira. Neste filme, o hilário taxista quase leva o esquerdista-ultra-politizado Jorge (Matheus Nachtergaele) à loucura. O personagem é pequeno, mas inesquecível. Vieira contou que Miklos topou o papel pelo prazer de contracenar com Nachtergaele, de quem é fã.

A carreira cinematográfica do titã começou num grande filme, “O Invasor”, de Beto Brant (2001). Seu Anísio protagonizou cena de antologia com o saudoso rapper Sabotage. Depois vieram “Boleiros 2”, “Estômago” e “É Proibido Fumar”, longa de Anna Muylaert que lhe rendeu o Troféu Candango de melhor ator. Pois agora, enquanto aguarda as filmagens da versão longa de “Dá Licença de Contar”, Miklos curte o sucesso comercial. Ator de filmes “cult” que ficaram pelo caminho (caso do ótimo “É Proibido Fumar”) ou estacionaram em pouco mais de 100 mil espectadores (“O Invasor” e “Estômago”), ele tornou-se astro de filme de massa. A versão de “O Carrossel”, na qual interpreta o vilão González, deve passar dos 2,5 milhões de ingressos. Quem diria?! Miklos virou “blockbuster”.

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