O Ari Barroso do cinema
Virou regra, embora não escrita. Os principais festivais do país só querem saber de atores jovens (ou estreantes) na hora de distribuir prêmios de interpretação masculina. Um dos nomes mais festejados nas disputas recentes foi o do cearense Jesuíta Barbosa. Agora chegou a (merecida) vez de seu conterrâneo Ariclenes Barroso, que acaba de conquistar o Troféu Redentor no Festival do Rio, por seu desempenho numa das mais festejadas surpresas da mostra Première Brasil, “Aspirantes”, do estreante Ives Rosenfeld.
Depois de trabalhar em curtas, no Ceará, Ariclenes Barroso, o Ari, mudou-se para São Paulo, onde se integrou à trupe de José Celso Martinez Corrêa, no Teatro Oficina Usyna Uzona. O primeiro trabalho em longa-metragem lhe foi oferecido por Helena Ignez, que o convocou para interpretar o filho do bandido da luz vermelha (Ney Matogrosso), em “Luz nas Trevas (2010). Em seguida, fez “Tatuagem”, de Hilton Lacerda (mas os papéis de protagonistas ficaram com o trio Irandhir Santos-Jesuíta Barbosa-Rodrigo García). No filme seguinte – “Se Deus Vier que Venha Armado”, divisa roseana, tirada do “Grande Sertão: Veredas” – ele ganhou papel dos mais difíceis: o de um jovem da periferia paulistana, que mesmo com um aleijão na perna, sonha em ser bailarino-cantor. Com ele, à frente do elenco, o casal Vinícius Oliveira (o Josué, de “Central do Brasil”) e Sara Antunes.
O Redentor de Arizinho Barroso chega em boa hora, pois além de “Se Deus Vier que Venha Armado”, de Luis Dantas, fotógrafo e professor de cinema da USP, ele assistirá, nesta temporada, à estreia do premiado “Aspirantes” e também de “Jonas”, de Lô Politi.